21.6.10

Samba e folclore no Mundial

Caros Companheiros,

O título é sugestivo, mas as danças de que vou falar nada têm a ver com as exibições do Brasil e da selecção portuguesa. Por mais que o apuramento de ambos seja um facto consumado e alvo de uma exuberância desmesurada de alguns, que fazem a festa por tudo e por nada, confesso-Vos que se não fossem as mais recentes declarações de Luisão à comunicação social, após o jogo deste Mundial de futebol entre o Brasil e a Costa do Marfim e que visaram o Sport Lisboa e Benfica, eu não escreveria uma linha sequer, relativa a este evento, que pelos seus contornos e não obstante ser um acontecimento mediático à escala planetária não me diz rigorosamente nada pelos motivos mais diversos.

O “circo” que acompanha este evento que envolve milhões e milhões de euros e dólares, e em menor escala rands, em que quase todos mamam à custa da “redondinha”, é no mínimo chocante e diminui significativamente o meu entusiasmo e interesse pelo futebol.

Na visão de muitos Benfiquistas, onde me incluo, a participação nacional é quase um “peditório” para o qual “já demos” há muito tempo. Desde um presidente muito parecido com o “Johnnie Walker” rótulo preto e que é “tu cá, tu lá” com Giorgio e sua pandilha, até a um seleccionador com atitudes e declarações pouco coerentes, como por exemplo, entre muitas, a sua posição em relação à não convocação de Quim versus a chamada de Liedson, ou a inclusão “à pressão”, na equipa das quinas, de cidadãos brasileiros, tudo tem contribuído para que a selecção seja sucessivamente desvalorizada e haja um progressivo alheamento de uma larga faixa de adeptos da bola. É um povo da bola desinteressado e pouco entusiasta, bem à imagem da actual orientação queiroziana.
É evidente que estamos satisfeitos com as fabulosas e consistentes exibições do Fábio Coentrão e atentos às peripécias ocorridas com o Rúben Amorim, mas não deixaremos de olhar para as prestações de muitos outros, desta e de outras selecções que têm envergado o Manto Sagrado. Mas para mim, é o que baste para este Junho mundialmente futeboleiro.

Os meus considerandos ficariam por aqui se não houvesse outras faces deste evento, muito mais importantes do que os resultados de muitos jogos do mesmo.
E uma dessas faces é o aproveitamento mediático que alguns personagens fazem, na tentativa de “extorquir” mais uns milhares de euros ou dólares aos clubes, neste caso ao Benfica.
Como muitos dos meus Prezados Leitores sabem, tenho uma admiração especial por Cardozo e por Luisão, independentemente do talento dos mais novos como são os casos de Di María, David Luiz ou Fábio Coentrão. Por Cardozo, pela sua eficácia como goleador, muito embora haja muito adepto de memória curta que se lembra só dos seus falhanços. Por Luisão, porque se impôs como uma figura carismática e como líder da equipa do Benfica, e que tem mantido em campo uma invulgar firmeza e uma forte presença, sendo a voz de comando de um grupo que garantiu um sucesso incontestável.

Ora bem, de algum tempo a esta parte, têm vindo a aparecer nos diários desportivos e não só – A Bola, Record e Correio da Manhã - muitas notícias alusivas à saída de vários jogadores do Benfica. Até parece que nem o Mundial faz vender tantos jornais, e só quando o Benfica é notícia é que o negócio anda. E sendo assim, após a novela com o empresário de Cardozo, que até motivou uma escorregadela de Jorge Jesus e só terminou com a declaração do jogador dizendo que queria continuar a jogar no Benfica, vem agora o Luisão com declarações que me deixaram no mínimo estupefacto. Diz ele que o Benfica não lhe disse nada sobre o interesse do Atlético de Madrid e sequenciou essa observação com algumas outras, pouco consentâneas com o homem que fez um contrato com o Benfica e que na plena consciência do seu acto concordou que era o melhor e que garantia o futuro para si e para a sua família, assinando-o, e consequentemente dando o seu aval a essas condições contratuais.
Para lá destas incoerentes declarações, eivadas de um leviano oportunismo, muito próprias do mundo do futebol e em especial de futebolistas, treinadores e empresários, o Luisão tinha a obrigação, perante os rumores ou notícias sobre o interesse de outros clubes nos seus serviços, de dirigir-se a quem de direito e esclarecer o assunto, evitando assim ter dado um fraco espectáculo de samba aos jornalistas portugueses - habituados que estão ao folclore de Giorgio e do seu conjunto típico do Fruta Corrupção & Putêdo ou ao vira minhoto de Tony Salvatore & sus muchachos - mas que o não dispensam, mesmo em épocas fora do Carnaval, e logo vindo de quem vem.

O Luisão já deveria ter juizinho suficiente e lembrar-se que já foi jogado na lama por uma grande parte da comunicação social portuguesa aquando de um mero episódio de excesso de “copofonia”, em que foi intersectado pelas autoridades e penalizado por essa infracção em julgamento. Este acontecimento foi apregoado aos quatro ventos, andou na CS durante dias e quase se transformou em crime de lesa-majestade e numa tentativa de linchamento público da sua imagem e consequente achincalhamento do Benfica. Uma vergonha que deveria ter servido de lição para Luisão e alertá-lo para as ratoeiras que os jornais e jornalistas colocam constantemente aos jogadores.
Luisão deveria ter tido o cuidado de separar as coisas. Assuntos do Benfica não são assuntos do “escrete” e ele está na África do Sul em representação do seu país e da sua selecção e não do Benfica. Portanto, era sua obrigação, por respeito à entidade que lhe paga principêscamente todos os meses, estar bem caladinho ou falar em privado com a SAD do Benfica evitando enviar recados públicos precipitados.
Espero bem, que no mais breve espaço de tempo, o Luisão reponha a sua luzidia cabeça no devido lugar e que não a perca outra vez.

Para finalizar, a minha percepção de que n’A Bola, com o “chefão” fora, a fazer “safari & bola” na África do Sul com mais alguns privilegiados, há alguém, cá, da “corte do Norte”, como a habitual “arrastadeira de Leça” e seus prosélitos, a querer brincar com o Benfica, pois esta já não é a primeira notícia desestabilizadora que A Bola online, num espaço curto de dias, tem lançado através da net cá para fora.
Do Record e do Correio da manha nem vale a pena falar.
Estejamos bem atentos!

GRÃO VASCO




Nota: O meu profundo agradecimento a Todos, pelas palavras de conforto que me enviaram durante o fim-de-semana.
A Todos o meu Muito Obrigado do fundo do coração!

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