4.10.10

Há domingos assim!...

Há domingos assim.
Domingos como o de ontem.
Depois de uma madrugada de temporal, de uma manhã e uma tarde cinzentas de muita chuva e vento forte, eis que a borrasca amainou e a glória, natural, surgiu ao anoitecer com uma Luz ao rubro!
Há domingos assim.
Domingos de vitória.
Domingos tempestuosos, mas úteis, em que a água da chuva remove o lixo do chão e a poeirada do ar.
Imundície e pó que outros domingos trazem.
Sim, outros domingos que ainda aparecem depois dos uns-zeros de Benfica sobre Braga, engolindo indigestos Martin(i)s pela verborreica garganta abaixo; domingos azedos, maus perdedores, ressaibiados e rancorosos; domingos enxofrados, deselegantes; domingos cegos; domingos de discursos diferentes – na Pocilga, com roubos nos instantes derradeiros, domingos de silêncios e de compadrios, na Luz, domingos de autocarros, berrando alarvidades, destilando azia, ruminando aos microfones.
São os domingos das javardices à moda de Palermo, os domingos agarotados, enfim, domingos encomendados.
São os domingos dos “flashes interviews” e “conferências de imprensa” pouco dignificantes, os domingos das imbecilidades.
São os domingos em que se olha para o chão, e em que a obsessão clubítica primária e sentimental, fala mais alto que o profissionalismo, o bom senso e o respeito pelos outros.
São os domingos da fanfarronada, os domingos dos carroceiros vesgos, com carinha de criança chorona, domingos que não aprendem nem nunca aprenderão.
Agora só faltam os domingos promíscuos, em que a carroça corrupta de Giorgio seja puxada de Palermo a Braga e de Braga a Palermo.
Mas por agora, prefiro ver domingos com um ponto atrás - os domingos da Falperra, coçando-se como de uma infestação de pulgas se tratasse.
Há domingos assim, com sábados cinco pontos à frente e no final do dia com um ponto atrás.
Já não há pachorra para aturar tanta imbecilidade!
Mas que há domingos assim, lá isso há!...

GRÃO VASCO

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