11.2.15

O Roque e a Amiga



Nunca assisti a um programa completo do Tempo Extra da SIC Notícias. Por vezes, a espaços, sintonizava o canal respectivo mas aquela verborreia patifóide, complexada e repetitiva sobre a grandeza do Benfica e a perorada pequenez dos outros logo me tirava do sério. No entanto, atendendo à indignação manifestada por muitos Benfiquistas da nossa blogosfera em função dos factos mais recentes e da conjuntura futeboleira do momento, lá me predispus a gastar uma hora da minha paciência em frente à pantalha, quanto mais não fosse para observar a postura que Rui Santos iria ter após aquele balde de água gelada que o Jardel – o “improvável” Jardel, como ele o apelidou num desabafo descoroçoado – literalmente lhe enfiou pela moleirinha abaixo ao soar do gongo.

Dir-vos-ei, Caros Companheiros Gloriosos, que a prestação de Rui Santos ontem à noite foi absolutamente deplorável.

 

Antes de dissecar algumas partes do programa e também algumas observações feitas por tão douta luminária futeboleira, a minha primeira referência é para o título do programa.

Pelo forróbódó a que assisti e em função daquele “monólogo” a dois, seria bem preferível titulá-lo de “O Roque e a Amiga”, tal é a promiscuidade entre aquela abominável parelha de jornalistas. É que aquilo chega ao ponto de parecer uma autêntica conversa de proxenetas – “ora faz lá tu a pergunta em conformidade com a resposta que me convém dar”.

 

Em primeiro lugar vamos à farsa do televoto e à pergunta que lhe esteve subjacente.

Os dois chicos-espertos queriam saber dos telespectadores se “o golo do Benfica tinha sido irregular”.

Pois bem. Se Rui Santos fosse intelectualmente honesto e estivesse interessado num cabal esclarecimento do caso, sem criar qualquer tipo de polémica, teria feito a análise a esse lance imediatamente antes de colocar no ar a dita pergunta, evitando a confusão perante uma evidência já demonstrada anteriormente por analistas sérios e que o próprio constatou através da repetição exaustiva das imagens e não, muito depois, a meio do programa – o golo foi legal e perante esse facto, Rui Santos e o seu amigo deveriam ter-se limitado à sua confirmação, evitando uma polémica estéril e falaciosa em que pressupostamente o Benfica teria sido favorecido.

 

Mas, sendo assim, o que foi isto? O que afinal aconteceu?

MANIPULAÇÃO SUJA e JOGO RASTEIRO!

Pois sabendo da inquestionável legalidade do lance, do seu princípio até ao seu fim – o golo de Jardel – para quê fazer a pergunta? Para quê usá-la no televoto?

 

Depois bem, depois, foi mais um longo e fastidioso monólogo de um pseudopaladino da verdade, da moral e dos bons costumes.

A sua abordagem aos acontecimentos de sábado, num dos pavilhões da Luz, com destaque para a tarja que a claque do Benfica exibiu, foi desonesta, especulativa, muito pouco urbana e sectária. Ao criticar unilateralmente o teor da mesma, não se coibiu de alfinetar de uma forma torpe o presidente do Benfica pela razão de que este, estando presente no espaço, deveria ter ordenado a retirada imediata da faixa.

Ora bem, que autoridade moral tem este velhaco para criticar LFV? Será que o presidente terá conseguido vislumbrar o que lá estava escrito? Será que se apercebeu do seu teor? Será que agora também está incumbido de desempenhar as funções de censor público e agente de costumes, mesmo que o procedimento de alguns ao exibirem a tarja tenha sido abjecto e inadmissível?

É que na realidade, mesmo através da TV, não consegui decifrar o que lá estava escrito. Não obstante este pormenor, quem é Rui Santos para ditar normas de conduta a quem quer que seja? Ele que olhe mas é bem para o seu vergonhoso comportamento verbal em relação ao Benfica e se retracte das canalhices e insinuações que debita semanas e semanas a fio sobre o Glorioso.

Rui Santos ficou melindrado com a tarja clamando - “abrenúncio, foi crime de lesa-pátria!” – mas “esqueceu-se” que do outro lado, do lado do seu grémio de coração, foi um ainda mais fartar vilanagem, começando mesmo no sábado, ainda no pavilhão da Luz e acabando no domingo no anfiteatro do Fôsso, ao serem exibidas uma série de tarjas e cartazes gigantes, com destaque para aquelas – “SIGAM O KING” e “UM PERDEU-SE A VIR DA CROÁCIA” - apelando de igual forma ao tema perante o qual tanto se abespinhou e que o levou, qual humanista de pacotilha e caricatura do papa Francisco, a dissertar sobre o “valor da vida humana”.

 

Mas o que considero mais chocante em todo este processo, foi a validação por Rui Santos, do comportamento e da linha política de BdC - que vem atirando em tudo o que mexe, tal qual um reles pistoleiro do lagartêdo amedrontado com as futuras consequências dos seus actos irreflectidos, mesmo os internos - e sobre os quais o anão-jornalista passa contìnuamente uma esponja branqueadora, contornando manhosamente e de uma maneira propositada, premeditada e sistemática, o seu populismo e o clima de constante efervescência e conflitualidade que mantém com todos os agentes desportivos e as suas opções críticas à elite do lagartêdo, complementando tudo isto com mais umas ferroadas ao director de comunicação do Benfica, por este ter dito algumas verdades inconvenientes sobre as atitudes guerrilheiras de BdC.

 

Depois a alusão a Jorge Sousa, o apitadeiro de serviço ao derby. Este capítulo do programa foi uma rábula “a la Palermo”, porventura para agradar ao seu amigo Rudolfo, um comparsa de outros carnavais. Loas e mais loas ao superdragão do Lordêlo, o qual, pelas estatísticas que não mentem, tem sido um dos apitadeiros que ao longo da sua carreira mais tem retirado pontos e mais tem prejudicado o Benfica. Pois nada melhor do que enaltecer as suas (in)competências, especialmente quando se trata de analisar este tipo de jogos onde entra o Glorioso.

 

Rui Santos falou, falou, falou e voltou a falar do grémio do Fôsso. Deu palpites, conselhos, carpiu mágoas, fez futurologia e manifestou desejos. Parecia que tinha saído de mais uma sessão do Conselho Leonino ou do grupo Stromp directamente para o programa.

 

Uma hora de triste espectáculo na SIC Notícias de “um dez réis de gente”, sem classe nenhuma, a discursar sòzinho para as câmaras, sem contradita e tendo em João Abreu um cúmplice rasca e completamente mancomunado com aquele deprimente monólogo.

Mas para todos os efeitos é mandatório todos os Benfiquistas estarem atentos a este artista que à custa do Benfica tem enchido bem a bolsa nestes programas televisivos.

 

Sigamos para a Taça da Liga logo à noite, com cuidado e com os pés e a cabeça bem firmes no relvado da Luz.

 


GRÃO VASCO


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