21.5.15

Os cabeçudos também comem pastéis!



Belém!

No domingo passei por lá. Por aquela onde Jesus “O Jorge” passou e onde Carvalhal, um enlatado futeboleiro cheio de lábia, encomendava os afamados pastéis para sua eminência, Giorgio di Buffa, o decrépito e corrupto chefe dos cabeçudos da Palermo portuguesa.

 

Na rua principal, senti o aroma quente dessa doçaria tão especial. Hummmmmm… que agradável!

O relógio da torre dava as oito badaladas da tarde. Um burburinho pairava no ar, saído de uma das suas casas de chá.

A pastelaria Caeiro, transferida à pressa do Restêlo e inaugurada nesse dia, estava à pinha! A curiosidade era muita e espreitei. Estava a sair mais uma fornada de guloseimas. Lá dentro, sorumbáticos e sentados em volta das mesas, lá estavam os cabeçudos azuis e broncos, vindos do Freixo, prontos a emalar umas boas dúzias. Em frente, na parede, uns azulejos com o ditado, “o que é doce nunca amargou”, amenizavam o ambiente carrancudo.

 

Assim, substituí a minha ida ao cinema para apreciar aquele filme cómico/patético onde para gáudio dos presentes o maior dos cabeçudos, o Julen de Asteasu vindo de Guipúzcoa, País Basco, ao mesmo tempo que pedia umas cerbejolas e umas canecas de binho berde em latim, se ajoelhava perante a Cruz de Cristo. Atrás dele o intragável Cerqueira do Freixo com a cábula azul e bronca a segredar-lhe ao ouvido dando-lhe dicas da Cartilha Corrupta. Atrás, na mesa principal, Giorgio di Buffa, apoplético, babando-se pelos pastéis dirigia a orquestra. O coro de morcões cabeçudos cantava tristemente… “com pastéis da marca Caeiro nunca mais seremos primeiro” !

 

Nem António-Pedro Vasconcellos faria melhor…

 

“Os cabeçudos também comem pastéis”.

 

Vão ver, Não percam!

 


GRÃO VASCO

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