22.5.16

Catarse pornográfica



“Catarse é a ‘purificação’ experimentada pelos espectadores, durante e após uma representação dramática” – Aristóteles.

Ontem à noite, a SIC Notícias na ânsia de bater mais um record de audiência, conseguiu surpreendentemente ganhar o desafio ao Hot Channel, ao proporcionar durante uma hora e vinte minutos numa sessão ao vivo e a cores, uma ménage à trois de contornos pornográficos inimagináveis. O programa, uma edição especial do “Tempo Extra”, de Rui Santos e da sua muleta João Abreu, teve Jorge Jesus como “artista” convidado.

Ao longo de toda esta semana assistiu-se a um severo azedume e a diversas descargas biliares dos derrotados do campeonato de futebol. Um deles, foi, sem apelo nem agravo, o minorca jornalístico Rui Santos, um lagarto-anão meio tresmalhado, que mesmo recorrendo de uma forma premeditada a uma velhacaria e a uma mesquinhez inenarráveis, viu a sua estratégia manipuladora ser novamente derrubada com estrondo, só comparável, em sentido inverso, ao clamor imenso sentido na Luz, na gloriosa tarde em que, em uníssono se cantou o Hino do Sport Lisboa e Benfica e se gritou bem alto “trinta e cinco”!
E assim, lá arranjou forma de em directo na TV, tentar lavar-se a si e ao seu convidado, sacudindo-se da sujidade que acumulou ao longo de uma série infindável de programas cada vez mais aberrantes e intelectualmente desonestos, em que a falta de isenção e o anti-benfiquismo foram uma constante, constituindo por si só um atropelo à deontologia e à ética jornalísticas.

Se o objectivo do programa de ontem era “aliviar” os prosélitos de BdC e de Jorge Jesus de uma carga emocional frustrante, isso foi conseguido.
A postura bajuladora com perguntas de conveniência e de resposta previsível, atingiu proporções semelhantes a um clímax de qualquer filme pornográfico do mais rasca que se possa imaginar.
Embevecido e completamente hipnotizado pela magia analfabética de seu guru futeboleiro, prestou-se a uma subserviência que faz dele uma figurinha cada vez mais pequena, mais desacreditada e ridícula alguma vez vista num programa desportivo.
Absolutamente miserável!

Rui Santos tentou transformar um vergonhoso insucesso numa vitória épica. Mas infelizmente para ele e para os seus comparsas só enganou quem quis ser enganado, muito especialmente os adeptos do seu querido grémio, pois a resposta dada pelos espectadores à pergunta sobre quem foi o melhor treinador esta época – se Rui Vitória, se Jorge Jesus ou outros – foi inequívoca:
66% para Rui Vitória, 32% para Jorge Jesus e 2% para outros.

O cúmulo do ridículo aconteceu, quando já no dealbar do programa ripou de um objecto piroso e esticando-se sobre a mesa – a sua estatura não dá para mais – o entregou a Jorge Jesus, como reconhecimento de ter sido o seu eleito como melhor treinador esta época, baseando a sua escolha em critérios feitos à medida do freguês, tal qual como as suas tabelas truncadas que tentam transformar as realidades em clamorosas aldrabices.

Estava assim consumada a sua catarse.
Por último, só faltou renomear esta edição especial do “Tempo Extra”.
A sugestão aqui fica:
- “O felatio”!



GRÃO VASCO


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