11.5.16

Renato Sanches





Mais de quatro décadas me separam da tua juventude.
Percorrendo todo o historial do Sport Lisboa e Benfica desde quando fui menino e moço como tu, até aos dias de hoje, habituado a vibrar com os golos fabulosos da maior lenda do futebol português, com as suas portentosas exibições, vi em ti, no dia em que como titular marcaste aquele golo fenomenal à Académica, na Luz, o verdadeiro sucessor de Eusébio.

O regresso a esses tempos gloriosos e vitoriosos que pareciam uma miragem desvanecida na bruma do tempo foi reflectido na tua magnífica exibição dessa memorável noite.

O encanto, a vivacidade, a pujança, a técnica, a alegria de jogar, perpassaram novamente pelo Templo Sagrado à velocidade de um meteoro. O Benfica, de um momento para o outro passou a estar elevado à potência máxima!
Foi absolutamente fantástico!
A tua dimensão galáctica que outros invejam, depressa te transformou num dos jogadores jovens mais cobiçados no cenário futebolístico europeu.
Nunca te deslumbraste e foi essa maturidade - ao contrário da opinião de muito pulha que chafurda na lama futeboleira indígena na qual incluo comentadores e opinadores canalhas de uma comunicação social troglodita e asquerosa - que te alcandorou ao patamar dos grandes astros do futebol.
No Benfica, a tua passagem meteórica foi brilhante. A frescura do teu futebol foi como que um elixir que me rejuvenesceu, que me entusiasmou desmedidamente, que me tem levado a gritar os golos do Benfica como há muito não gritava, que rejuvenesceu muitos outros que tal como eu viram em ti o despertar de uma nova era, muito igual àquela que deu gerações excepcionais de jogadores benfiquistas.

A verdade é que hoje, os tempos são outros. O mundo do futebol, tal como qualquer meteoro, gira a uma velocidade cósmica.
A partir daquele momento em que marcaste aquele golo, todos sabíamos que a tua passagem pelo planeta Benfica seria fugaz, mas lembra-te sempre que foi o Manto Sagrado que te consagrou.
Lá longe, na Baviera, espero que o tenhas sempre bem justinho à pele, porque o Bayern, para além do tilintar do vil metal, será para ti também uma mera passagem rumo à Galáxia dos Grandíssimos.

Felicidades, Renato!



GRÃO VASCO


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