Hoje não há bola, mas há sempre Gloriosos!
Chile,
Deserto do Atacama, Copiapó, Mina de S.José
5 de Agosto de 2010, 12 horas 01 minutos
O perigo potencial de uma derrocada confirmou-se.
Assustador!
7 de Agosto de 2010, 15 horas
Quando era feita a tentativa de resgate pelo tubo de ventilação, ocorre o segundo desabamento!
Setecentos metros de espessura de tecto. Compacto. Sem hipóteses de saída.
Nas profundezas de uma mina de cobre e ouro, trinta e três homens começam a lutar incessantemente pela sobrevivência.
Lutam para ver a luz do sol outra vez. Lutam para ver os seus filhos, as suas mulheres, as suas famílias, os seus amigos.
Uma ração de atum, um biscoito e um “vasito de leche” para cada um, por cada quarenta e oito horas.
Não há nenhuma escapatória interna para fugir à escuridão.
Incerteza e medo.
Dezassete dias incomunicáveis.
Preces e lágrimas misturadas com o cheiro húmido de uma terra madrasta.
Presos. Impotentes.
Débeis nas forças, mas fortes no espírito.
E o tempo a passar…
Lutam contra ele e continuam a acreditar!
Aliás, acreditaram sempre!
Mesmo nos momentos medonhos após a derrocada que os aprisionou no calor doentio de uma infindável mina, onde o breu e o nada fizeram crescer ainda mais a dúvida e a ansiedade. Mesmo quando, aqueles que à superfície gozando do privilégio da liberdade, do ar e da luz, se mostraram cépticos, desesperados, quase vencidos.
22 de Agosto de 2010
E eis que, depois de dias e dias expectantes, surge a confirmação num bilhete manuscrito agarrado à broca de uma sonda, de que lá em baixo, no refúgio do imponderável de uma galeria desesperante, onde ficaram bloqueados, numa dramática e dolorosa solidão, todos estão bem vivos, crentes na libertação.
Surge o primeiro túnel.
O túnel da Esperança. Por esse estreitíssimo caminho, descem golfadas e golfadas de ânimo e de esperança infinita. Sobe o moral, aumenta a união.
Por ele descem também, medicamentos, alimentos, missivas, informações e indicações, palavras firmes e vozes reconfortantes de quem ama os seus e o próximo.
O isolamento acabou. Comunicam com os “libertadores”, já sabem das notícias, já ouvem os relatos de futebol. Já mostram a bandeira da sua pátria, já puxam pela sua selecção. Renasce o frenesim.
Desce a camisola do futebolista David Villa - filho e neto de mineiro – repleta de simbolismo. O Team dos 33 enfrenta um gigantesco desafio; tê-lo-á de levar de vencida, mesmo indo a prolongamento. Dure o que durar! Minutos, horas, dias, semanas, meses.
Estão em jogo as suas vidas.
Setecentos metros de túnel, que nesse momento se transformaram numa veloz auto-estrada, num vaivém de solidariedade e de estímulos, num campo de futebol com uma só baliza, onde todos os Davides Villas do planeta querem marcar golos e oferecer a vitória aos mineiros soterrados.
A Humanidade está a passar por ele.
Todo o mundo crente. O salvamento é possível!
Cá em cima, homens, máquinas, tecnologia de ponta, sabedoria, boa vontade, experiência. Tudo de mãos dadas. Sem parar. Dia e noite. Por estradas perigosíssimas, cinquenta camiões avançam, trazendo a toupeira de aço, T-130, para abrir o túnel do Resgate.
17 de Setembro de 2010
As probabilidades aumentam, aumentando o diâmetro do túnel.
A cápsula de resgate começa a ser testada.
Não há cansaço. Não há protestos. Não há conflito.
Sem desfalecimentos, com uma alma e um querer do tamanho do Mundo, que transformado numa cadeia imensa de fraternidade e carinho, faz “figas” para que aqueles seres humanos voltem à liberdade. Sãos e salvos.
Lá no fundo, as escaramuças da impaciência reforçam as lideranças. As vozes da fé, da perseverança e de comando, sobem cada vez mais alto e sobrepõem-se às reacções descontroladas.
Está quase!
Nem que seja um a um, numa cápsula minúscula, a Fénix!
Redobra o ânimo!
Demore o que demorar.
Nós esperamos. O tempo que for preciso!
Todos! Sempre!
Até que o último suba devagar, e, à boca do túnel, dê o salto para a liberdade!
“E pluribus unum”!
13 de Outubro de 2010, 23 h 30 m
A cápsula da fé, levando consigo uma Coragem Ímpar, viaja quatro vezes para o fundo da mina. São os quatro socorristas que descem, treinados para prepararem a fase final do resgate. Mais tarde juntam-se-lhes mais um e um outro ainda.
Manuel Gonzalez e mais cinco Gloriosos Companheiros arriscam as suas vidas para ajudar a salvar outras trinta e três e salvarem também as suas.
Lá em baixo, à chegada, uma esfuziante alegria perpassa por todos os trinta e três, que há mais de dois meses anseiam pelo momento da libertação. O grupo aumenta para trinta e nove.
Começa agora o maior clímax desta grande epopeia!
Ajoelho-me perante tamanha manifestação de Humanismo e amor pelo próximo!
O meu coração está lá, no árido Atacama, batendo forte!
Começa a subida. Começa o resgate.
Quanta angústia, quanta incerteza!
14 de Outubro de 2010, 00 h e 14m
Milhões e milhões de olhos e corações, por toda a Terra, convergem naquele pequeníssimo buraco tubular da mina de S. José.
O primeiro dos trinta e três chega à superfície dentro do invólucro mágico, encaixado, quase formatado.
Renasce!
Abraça com um fervor imenso o filho e a mulher.
Os sinos repicam vigorosamente por todo o Chile!
Quanta alegria, quanto júbilo, meu Deus!
Não há esmorecimento algum. Não há falhas. O rigor, o calculismo, o perfeccionismo, a monitorização constante são evidentes.
O resgate continua. Com serenidade e confiança.
Os sorrisos, os abraços fraternos de gratidão e de boas vindas multiplicam-se.
Mil beijos de amor, intensos, comoventes, intercalados de orações e agradecimentos divinos.
Ainda faltam vinte e cinco!
Pelo deserto do Atacama e pelo alto dos seus vulcões, começam a ecoar os primeiros gritos de Chile! Chile! Chile!
14 de Outubro de 2010, 22h 00 minutos
Estão todos cá em cima?
Os trinta e três mineiros, sim.
Canta-se precipitadamente o hino nacional do Chile. Por iniciativa do seu presidente. Extemporâneo e de uma insensibilidade política deprimente, inicia um discurso vazio de conteúdo e descuidado, contrastando com a sobriedade das excelentes equipas de resgate.
Então e esses mesmo, os técnicos de resgate?
Não são chilenos, não são humanos?
Esqueceram-se dos que ainda estão lá em baixo?
Ainda têm de fazer a subida!
E se alguma coisa corre mal com esses seis corajosos?
O presidente canta o quê? Discursa o quê?
Generosa e exemplarmente arriscaram as suas vidas pelos trinta e três.
Torço pelos socorristas, tão heróis como aqueles que ajudaram a salvar.
Condeno o mediatismo e o oportunismo político, que os relegou por momentos, para um plano irrelevante, com um presidente numa atitude criticável e insensata, a esquecer-se de que a operação continuava a decorrer e os que ficaram na mina, também teriam de viajar pelo túnel. Neste caso, pela segunda vez!
15 de Outubro de 2010, 00h 30m
Chega ao cimo, o sexto e último socorrista. Novamente, Manuel Gonzalez!
Operação terminada!
Todos vivos!
Agora sim!
Vou cantar o meu hino, o da Humanidade, de capacete ao peito com os socorristas ao lado, e pedir a todos, mas especialmente aos políticos presentes, para me acompanharem.
Resta-me também, fazer o discurso da praxe.
Com a parte final num inglês macarrónico, latinoamericanizado…
“You forgot something…
…six men, president Piñera!”
- “Ah, pois é GV, ainda lá tinham ficado seis! Como é que isto aconteceu? Eles ainda a subir e eu a cantar e a discursar? Deixem-me ao menos lá ir outra vez, para os cumprimentar…”
Créditos finais
Foram seiscentos e sessenta e sete metros por sessenta centímetros vezes trinta e três, e vezes seis por dois, percorridos lentamente.
Horas e horas de sofrimento e de espera, num tremendo turbilhão de emoções, de lágrimas de ansiedade, de gritos de alegria, de ovações finais redentoras!
Eis o túnel da redenção, o túnel por onde passaram semanas a fio a Humanidade, a solidariedade e a fé, mas sobretudo os Homens de Bem, os Homens da Paz e da Concórdia!
Um túnel inesquecível com uma luz brilhante no seu cimo, por onde passou, passa e passará sempre a Felicidade e a Vida!
Vinte e quatro horas de exultação de uma estrondosa vitória do Homem.
Senti-me feliz, comovido, mineiro por um dia, como astronauta da Apollo 13, no túnel do espaço, no dia 17 de Abril de 1970.
Quando se julgava que estariam perdidos e presos para sempre nas entranhas da terra, eis que, numa extraordinária odisseia e após sessenta e nove, ou setenta dias dramáticos, trinta e três mineiros voltaram à vida!
Esta é a minha homenagem e a minha palavra de gratidão a todos aqueles que contribuíram com as suas competências e empenho, para um fim tão feliz.
Um reconhecimento especial para James Stefanic e Matt Stafeard.
GRÃO VASCO
Chile,
Deserto do Atacama, Copiapó, Mina de S.José
5 de Agosto de 2010, 12 horas 01 minutos
O perigo potencial de uma derrocada confirmou-se.
Assustador!
7 de Agosto de 2010, 15 horas
Quando era feita a tentativa de resgate pelo tubo de ventilação, ocorre o segundo desabamento!
Setecentos metros de espessura de tecto. Compacto. Sem hipóteses de saída.
Nas profundezas de uma mina de cobre e ouro, trinta e três homens começam a lutar incessantemente pela sobrevivência.
Lutam para ver a luz do sol outra vez. Lutam para ver os seus filhos, as suas mulheres, as suas famílias, os seus amigos.
Uma ração de atum, um biscoito e um “vasito de leche” para cada um, por cada quarenta e oito horas.
Não há nenhuma escapatória interna para fugir à escuridão.
Incerteza e medo.
Dezassete dias incomunicáveis.
Preces e lágrimas misturadas com o cheiro húmido de uma terra madrasta.
Presos. Impotentes.
Débeis nas forças, mas fortes no espírito.
E o tempo a passar…
Lutam contra ele e continuam a acreditar!
Aliás, acreditaram sempre!
Mesmo nos momentos medonhos após a derrocada que os aprisionou no calor doentio de uma infindável mina, onde o breu e o nada fizeram crescer ainda mais a dúvida e a ansiedade. Mesmo quando, aqueles que à superfície gozando do privilégio da liberdade, do ar e da luz, se mostraram cépticos, desesperados, quase vencidos.
22 de Agosto de 2010
E eis que, depois de dias e dias expectantes, surge a confirmação num bilhete manuscrito agarrado à broca de uma sonda, de que lá em baixo, no refúgio do imponderável de uma galeria desesperante, onde ficaram bloqueados, numa dramática e dolorosa solidão, todos estão bem vivos, crentes na libertação.
Surge o primeiro túnel.
O túnel da Esperança. Por esse estreitíssimo caminho, descem golfadas e golfadas de ânimo e de esperança infinita. Sobe o moral, aumenta a união.
Por ele descem também, medicamentos, alimentos, missivas, informações e indicações, palavras firmes e vozes reconfortantes de quem ama os seus e o próximo.
O isolamento acabou. Comunicam com os “libertadores”, já sabem das notícias, já ouvem os relatos de futebol. Já mostram a bandeira da sua pátria, já puxam pela sua selecção. Renasce o frenesim.
Desce a camisola do futebolista David Villa - filho e neto de mineiro – repleta de simbolismo. O Team dos 33 enfrenta um gigantesco desafio; tê-lo-á de levar de vencida, mesmo indo a prolongamento. Dure o que durar! Minutos, horas, dias, semanas, meses.
Estão em jogo as suas vidas.
Setecentos metros de túnel, que nesse momento se transformaram numa veloz auto-estrada, num vaivém de solidariedade e de estímulos, num campo de futebol com uma só baliza, onde todos os Davides Villas do planeta querem marcar golos e oferecer a vitória aos mineiros soterrados.
A Humanidade está a passar por ele.
Todo o mundo crente. O salvamento é possível!
Cá em cima, homens, máquinas, tecnologia de ponta, sabedoria, boa vontade, experiência. Tudo de mãos dadas. Sem parar. Dia e noite. Por estradas perigosíssimas, cinquenta camiões avançam, trazendo a toupeira de aço, T-130, para abrir o túnel do Resgate.
17 de Setembro de 2010
As probabilidades aumentam, aumentando o diâmetro do túnel.
A cápsula de resgate começa a ser testada.
Não há cansaço. Não há protestos. Não há conflito.
Sem desfalecimentos, com uma alma e um querer do tamanho do Mundo, que transformado numa cadeia imensa de fraternidade e carinho, faz “figas” para que aqueles seres humanos voltem à liberdade. Sãos e salvos.
Lá no fundo, as escaramuças da impaciência reforçam as lideranças. As vozes da fé, da perseverança e de comando, sobem cada vez mais alto e sobrepõem-se às reacções descontroladas.
Está quase!
Nem que seja um a um, numa cápsula minúscula, a Fénix!
Redobra o ânimo!
Demore o que demorar.
Nós esperamos. O tempo que for preciso!
Todos! Sempre!
Até que o último suba devagar, e, à boca do túnel, dê o salto para a liberdade!
“E pluribus unum”!
13 de Outubro de 2010, 23 h 30 m
A cápsula da fé, levando consigo uma Coragem Ímpar, viaja quatro vezes para o fundo da mina. São os quatro socorristas que descem, treinados para prepararem a fase final do resgate. Mais tarde juntam-se-lhes mais um e um outro ainda.
Manuel Gonzalez e mais cinco Gloriosos Companheiros arriscam as suas vidas para ajudar a salvar outras trinta e três e salvarem também as suas.
Lá em baixo, à chegada, uma esfuziante alegria perpassa por todos os trinta e três, que há mais de dois meses anseiam pelo momento da libertação. O grupo aumenta para trinta e nove.
Começa agora o maior clímax desta grande epopeia!
Ajoelho-me perante tamanha manifestação de Humanismo e amor pelo próximo!
O meu coração está lá, no árido Atacama, batendo forte!
Começa a subida. Começa o resgate.
Quanta angústia, quanta incerteza!
14 de Outubro de 2010, 00 h e 14m
Milhões e milhões de olhos e corações, por toda a Terra, convergem naquele pequeníssimo buraco tubular da mina de S. José.
O primeiro dos trinta e três chega à superfície dentro do invólucro mágico, encaixado, quase formatado.
Renasce!
Abraça com um fervor imenso o filho e a mulher.
Os sinos repicam vigorosamente por todo o Chile!
Quanta alegria, quanto júbilo, meu Deus!
Não há esmorecimento algum. Não há falhas. O rigor, o calculismo, o perfeccionismo, a monitorização constante são evidentes.
O resgate continua. Com serenidade e confiança.
Os sorrisos, os abraços fraternos de gratidão e de boas vindas multiplicam-se.
Mil beijos de amor, intensos, comoventes, intercalados de orações e agradecimentos divinos.
Ainda faltam vinte e cinco!
Pelo deserto do Atacama e pelo alto dos seus vulcões, começam a ecoar os primeiros gritos de Chile! Chile! Chile!
14 de Outubro de 2010, 22h 00 minutos
Estão todos cá em cima?
Os trinta e três mineiros, sim.
Canta-se precipitadamente o hino nacional do Chile. Por iniciativa do seu presidente. Extemporâneo e de uma insensibilidade política deprimente, inicia um discurso vazio de conteúdo e descuidado, contrastando com a sobriedade das excelentes equipas de resgate.
Então e esses mesmo, os técnicos de resgate?
Não são chilenos, não são humanos?
Esqueceram-se dos que ainda estão lá em baixo?
Ainda têm de fazer a subida!
E se alguma coisa corre mal com esses seis corajosos?
O presidente canta o quê? Discursa o quê?
Generosa e exemplarmente arriscaram as suas vidas pelos trinta e três.
Torço pelos socorristas, tão heróis como aqueles que ajudaram a salvar.
Condeno o mediatismo e o oportunismo político, que os relegou por momentos, para um plano irrelevante, com um presidente numa atitude criticável e insensata, a esquecer-se de que a operação continuava a decorrer e os que ficaram na mina, também teriam de viajar pelo túnel. Neste caso, pela segunda vez!
15 de Outubro de 2010, 00h 30m
Chega ao cimo, o sexto e último socorrista. Novamente, Manuel Gonzalez!
Operação terminada!
Todos vivos!
Agora sim!
Vou cantar o meu hino, o da Humanidade, de capacete ao peito com os socorristas ao lado, e pedir a todos, mas especialmente aos políticos presentes, para me acompanharem.
Resta-me também, fazer o discurso da praxe.
Com a parte final num inglês macarrónico, latinoamericanizado…
“You forgot something…
…six men, president Piñera!”
- “Ah, pois é GV, ainda lá tinham ficado seis! Como é que isto aconteceu? Eles ainda a subir e eu a cantar e a discursar? Deixem-me ao menos lá ir outra vez, para os cumprimentar…”
Créditos finais
Foram seiscentos e sessenta e sete metros por sessenta centímetros vezes trinta e três, e vezes seis por dois, percorridos lentamente.
Horas e horas de sofrimento e de espera, num tremendo turbilhão de emoções, de lágrimas de ansiedade, de gritos de alegria, de ovações finais redentoras!
Eis o túnel da redenção, o túnel por onde passaram semanas a fio a Humanidade, a solidariedade e a fé, mas sobretudo os Homens de Bem, os Homens da Paz e da Concórdia!
Um túnel inesquecível com uma luz brilhante no seu cimo, por onde passou, passa e passará sempre a Felicidade e a Vida!
Vinte e quatro horas de exultação de uma estrondosa vitória do Homem.
Senti-me feliz, comovido, mineiro por um dia, como astronauta da Apollo 13, no túnel do espaço, no dia 17 de Abril de 1970.
Quando se julgava que estariam perdidos e presos para sempre nas entranhas da terra, eis que, numa extraordinária odisseia e após sessenta e nove, ou setenta dias dramáticos, trinta e três mineiros voltaram à vida!
Esta é a minha homenagem e a minha palavra de gratidão a todos aqueles que contribuíram com as suas competências e empenho, para um fim tão feliz.
Um reconhecimento especial para James Stefanic e Matt Stafeard.
GRÃO VASCO