28.5.11

O BOMBARDEAMENTO




A realidade é incontornável e não há que escamoteá-la.
Hoje, o Benfica é uma grande nau que para além de navegar em mares traiçoeiros e adversos, tremendamente encapelados, é um alvo constante de múltiplos ataques de pirataria, abrindo rombos que atrasam e na maioria das vezes evitam de todas as maneiras, que siga rotas vitoriosas por águas tranquilas.

Os ataques ao Benfica estão institucionalizados e há factos inegáveis que começam a tomar a forma de perseguição doentia e impiedosa.
A estratégia é concertada, bem elaborada.
Se não, vejamos.
Acaba a época, e a norte, toda a conflitualidade se esfuma por entre os dedos, não se ouvindo falar mais de ataques às Casa do Benfica, nem intimidações de cariz pessoal aos Benfiquistas, mas em contrapartida, a ofensa e os insultos continuam, mesmo nas comemorações de outros, como é o caso nas cidades do Porto e de Braga. Os cânticos ordinários e a que ninguém responsável desses clubes põe cobro, demonstra bem que a arruaça e a instigação ao ódio proporcionam óptimos dividendos a essa corja. Bonança aparente a norte, bombardeamento a sul, com a imprensa desportiva, a fustigar o Benfica, massacrando-o com notícias falsas, especulativas, insinuando tudo o que de mais negativo esteja relacionado com clube, seus dirigentes, jogadores, treinadores, etc., etc., etc. Articulado com este despautério total, surgem as jogadas de bastidores, entrando na liça as investigações policiais e a justiça.

Fácil.
Surge uma notícia sobre o “fugitivo” de Compostela – notícia previamente anunciada pelo próprio no dia anterior em entrevista a um canal televisivo - em relação a promiscuidades e ilicitudes, algures na rua da Cedofeita, no Porto, e atira-se imediatamente com um chorrilho delas sobre investigações de potenciais ilícitos no Benfica. A proporção é de uma dúzia de notícias especulativas e inverdadeiras sobre o Glorioso e suas Gentes, para uma sobre o “peidorreiro real da Pocilga de Palermo”  - omitindo conscientemente o nome do clube da fruta - e para nenhuma sobre o desgraçado ceportèn.
E o mais grave é que as notícias e os títulos não têm tratamento igual. Por exemplo, se jogador “x” foi para algum rival é porque este o “roubou” e o Benfica não se soube impor ou não teve capacidade negocial, ou ainda porque o rival é muito mais esperto e teve artes de “desviar” o dito cujo, constituindo isso uma derrota inapelável para o Benfica. É a sensação, ou melhor, a percepção que fica deste tipo de abordagens. Mais, as notícias sobre o Benfica trazem sempre consigo um tom jocoso, apoucando, amesquinhando, ridicularizando, rebaixando tudo o que soe a vermelho, sejam as pessoas ou a própria instituição.
Quanto à transacção de jogadores a dança é contínua. É um vai-vém que já aborrece. E só estou a referir-me ao que vem nas capas dos jornais!
Acreditem que já não consigo abrir nenhum jornal que se diz desportivo, nem mesmo alguns generalistas.
Cansa!
Nas publicações “on line” mais do mesmo.
Ainda ontem, a especulação feita por um canalha sobre a operação de transferência de Roberto foi execrável. Usa-se uma abordagem fugidia - do tipo – “como o jornal apurou”, “segundo fontes próximas do empresário tal”, “ao que parece”, “tal como no caso “Y”, a situação é semelhante”, etc., etc., etc. – sem provas, insinuando, especulando.
Sinto-me revoltado, e a verdade é que o simples adepto, como eu e tantos outros, ao ser confrontado com este tipo de jornalismo, espera sempre que o Benfica consiga através dos meios de que dispõe, vencer estas adversidades, desmontar armadilhas sucessivas, atravessar incólume este incrível campo de minas, derrubando esta gajada, que tanto lhe faz ser jornalista ou filho-da-puta. No pântano onde chafurdam há muito tempo, para esta cambada tanto lhe faz viver nele como com as mãos sujas arrastar outros para a lama.

O Benfica tem de definir internamente o que quer fazer perante este execrável bombardeamento da comunicação social desportiva completamente manietada e manipulada pela irmandade da Fruta e seus acólitos submissos de alvalade.
O facto é que o Benfica não tem poder nos media. Não tenhamos ilusões e deixemos de ir em cantigas. Só olhando para os tais desportivos a situação é deprimente.
No caso das TV’s, a criação da Benfica TV não veio resolver este problema. Pelo contrário agravou-o. O ataque foi quase imediato e a resposta não se fez esperar com um reforço impressionante nos canais generalistas e não só. A RTP1 é o caso mais evidente. Depois, seguem-se a SIC, a TVI, a TVI24, a RTPN, a SPORT TV e o Porto Canal. A RTP foi fruto de um trabalho a longo prazo, feito por uma camarilha andrade, em tempos idos, que se conseguiu infiltrar e enraizar-se de tal maneira na capital que nem daqui a trinta anos isso se poderá inverter. É só vermos as caras que aparecem nos serviços noticiosos e nos “talk shows” de maior audiência. Após ter feito o trabalhinho bem feito, um dos principais mentores abalou, e hoje é o director de comunicação do clube condenado por corrupção. Estas situações fazem-me lembrar o que acontecia na delegação do norte da empresa onde trabalhei durante um quarto de século, em que para as zonas e para as respectivas equipas só eram admitidos colaboradores afectos ao clube da fruta e dos chocolates. Chegou a ser escandaloso. Uma vergonha. E o que se passou da RTP só não viu e não vê quem não quer. A SIC lá se vai vestindo de verde e branco, encostando-se, quando lhe convém, à murcanzoada azul e bronca. Quanto às restantes, nem vou falar.

O poder da comunicação social é enorme e o Benfica tem descurado esta matéria. Um dos percursos prioritários a efectuar pelo Benfica é por aqui.
Senão será mais do mesmo!

Para finalizar e para termos uma ideia do que se passa ao nível da imprensa desportiva escrita, só as “fontes” que o record invoca para sustentar uma notícia, dariam para inundar o Sahara e o Calaári.
Somos realmente muito grandes, mas temos tido cada vez menos força onde ela é absolutamente necessária!


GRÃO VASCO
 

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