18.7.12

18 de Julho, o “Dia Carlos Calheiros”



Os revisionistas da murcanzoada sediada no lugar do Freixo, na Palermo portuguesa, que “descobriram” há uns anos atrás, uma nova data para a fundação do grémio da fruta corrupção & putêdo bem dariam fortunas para que se apagasse da história do futebol português este episódio que é o paradigma da batota e da corrupção que durante estes últimos trinta anos tem andado de mão dada com a corja corrupta afecta ao fcp.

Para aqueles que hoje têm idades entre os vinte e os trinta anos e que ainda pouco sabem porque é que Sir Alex Ferguson, entre muitos outros, incluindo Platini e Santiago Segurola do jornal espanhol MARCA, disse que o grémio das barracas de praia ganha campeonatos comprados nos supermercados, aí está a explicação.

Esta e outras práticas eram comuns na estratégia subterrânea que essa agremiação adoptou, para ganhar sem escrúpulos.

Carlos Calheiros acolitado pelos seus irmãos gémeos barbudos, seus fiscais-de-linha, foi nesses tempos, um dos principais vectores da promiscuidade, bandalheira, compadrio e mascambilhas incrementados pelo grémio da fruta e que resultou no ganho de muitos campeonatos e outros troféus, em que a trapaça e a vigarice estiveram sempre presentes.


Hoje passam 17 anos sobre a partida de Carlos Calheiros para o Brasil “à conta” do fcp. Nessa altura, tudo corria sobre esferas, até que, algum tempo depois, ao descobrir-se esta “oferta” tão generosa dos mafiosos do Freixo, o “artista” do apito, correu num afã ridículo para a agência de viagens para pagar o que já estava pago há muito tempo, só se lembrando desse pagamento em falta quando alguém de dentro da Cosmos deu com a língua nos dentes e o assunto saltou para a comunicação social.

Num país a sério, esta gentalha teria passado as suas verdadeiras férias atrás das grades. Aqui, a escumalha da fruta e do putêdo continua à solta e impune, tentando por todos os meios branquear com lixívia forte todo este nojo e muitos outros.

Por mim, nunca deixarei passar esta efeméride em falso.


 
Segue artigo de Leonor Pinhão no Jornal A Bola em Julho/2005


Neste mês de Julho passam 10 anos sobre a viagem de Carlos Calheiros ao Brasil, um rocambolesco episódio justificado por «lapsos» no debitar de facturas.

Para os amnésicos compulsivos.

No próximo dia 18 de Julho faz dez anos que o árbitro Carlos Calheiros, da Associação de Viana do Castelo, embarcou para o Brasil na companhia de familiares, para um justo período de férias repartidas entre o Othon Palace do Rio de Janeiro e o Hotel Sheraton do Recife. A factura da viagem e da estada da família Calheiros foi debitada pela Agência Cosmos ao FC Porto. Por lapso, como mais tarde viriam a explicar o próprio árbitro, o clube e o operador turístico. A efeméride merece ser celebrada por todos os que se preocupam com a causa da arbitragem nacional neste momento em, que passada uma década, se volta a discutir se os juízes de campo devem ser sorteados ou nomeados para dirigir os jogos da Super Liga. A data deve ser lembrada com insistência na face de todos os amnésicos compulsivos para quem, subitamente, os árbitros se transformaram na escória do futebol português. Só porque o Benfica conseguiu, ao cabo de onze anos, conquistar o título de campeão nacional? O episódio é, por ventura, o mais rocambolesco e o mais exemplificativo de uma época dourada em que os árbitros eram o máximo e só se queixavam dos árbitros os maus perdedores, os invejosos e os passarinhos. Celebremos, então, entusiasticamente o décimo aniversário da viagem de Carlos Calheiros ao Brasil. Foi a SIC quem trouxe o caso para a praça pública, a 1 de Novembro de 1996, e no dia seguinte os jornais desportivos e generalistas não tiveram outro remédio senão dar seguimento ao assunto. «Calheiros, engenheiro de profissão, viajou ao Brasil em Julho de 1995, na companhia da sua mulher e filha, e a factura da deslocação, da agência Cosmos e no valor de 761 contos, apresenta o FC Porto como a entidade a quem deveriam ser debitados os custos das férias. Estranha é também a forma como o ex-árbitro é identificado na factura. O seu nome completo é José Carlos Amorim Calheiros, e no documento aparece como José Amorim», lia-se no «Público». Calheiros reagiu ameaçando com a Justiça. O árbitro, em declarações ao «Independente», clamou e reclamou pela sua inocência: «Vou pôr a Cosmos e o FC Porto em tribunal, por difamação e abuso da minha boa fé. Limitei-me a aceitar uma viagem da Cosmos e agora aparece isto.» Mas a história da viagem de Carlos Calheiros ao Brasil não se ficou por aqui. De acordo com declarações de «um vice-presidente do FC Porto» ao «Público» o imbróglio terá tido início quando o ex-árbitro contactou o clube das Antas para que «o FC Porto, atendendo ao facto de ser um cliente habitual da Cosmos lhe conseguisse um preço especial». «O próprio Carlos Calheiros foi depois à Cosmos tratar das formalidades e, mais tarde, pagou ao FC Porto», acrescentou o anónimo dirigente portista. Esta versão foi confirmada pelo administrador da agência de viagens, António Laranjeiro: «Carlos Calheiros falou com o FC Porto para usufruir das condições especiais que a agência concede ao clube e acertou as contas posteriormente com o clube.» Calheiros apresentou uma perspectiva diferente do assunto: «Informei a Cosmos de que lamentava que, abusivamente, tenha feito seguir para o FC Porto as facturas e os recibos de uma viagem que eu pensava que me tinha sido oferecida e exigi que seja feita a emissão do recibo, que eu sempre pedi e que nunca me foi dado, para que possa liquidar a dívida.» O «Independente» revelaria que na sequência da investigação da SIC, o ex-árbitro terá recebido uma carta do FC Porto, assinada por Diogo Paiva Brandão, director-geral do clube, confirmando que a factura estava contabilizada nas contas do FCP com o número 4144, com a data de 18 de Julho de 1995 e que foi liquidada pelo FC Porto à Cosmos. O semanário teve acesso a esse documento e transcreveu-o: «[a deslocação ao Brasil] foi indevidamente debitada ao nosso clube. Na realidade, devido ao facto de a factura ter sido enviada num conjunto de diversas outras, passou despercebida aos nossos serviços e não foi detectada a irregularidade da sua emissão. Por isso, e dado que o clube já liquidou, por lapso, o respectivo montante à agência de viagens, convidamos Vossa Exª a liquidar de imediato o valor, em escudos, de 761.713, nos nossos serviços para podermos considerar o assunto encerrado.» A verdade é que o assunto ficou mesmo encerrado. Foi esmorecendo nas páginas dos jornais, das ameaças de tribunal nunca mais ninguém ouviu falar, da presumível investigação da Polícia Judiciária também nunca mais ninguém ouviu falar e tudo leva a crer que Carlos Calheiros tenha, finalmente, pago a viagem que julgou ser uma benfeitoria desinteressada e tenha ainda hoje, em sua casa, emoldurados o recibo e a factura desses dez dias no Brasil. Tudo não passou de um lapso. Ou de vários lapsos, se quiserem. Nenhuma organização é perfeita. Era tudo boa gente. Ai que saudades, ai, ai.


Artigo de Leonor Pinhão no Jornal A Bola em Julho/2005

GRÃO VASCO

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