12.2.13

Uma “brincadeira” de carnaval

 

 

Encontro-me numa cama do hospital.

Ontem, 2ª de Carnaval, fui convidado para um baile de máscaras. Pelo sim, pelo não, disfarcei-me de árbitro, mascarando-me de Proença. O meu objectivo era ganhar o primeiro prémio no concurso que iria decorrer. Durante as várias horas de folia, dei azo à minha fértil imaginação – marquei penaltys fantasma, distribuí beijinhos e abraços pelos morcões e pelas morconas presentes e acabei por expulsar da festança dois Benfiquistas, alegadamente por taxa de alcoolémia elevada e agressões.

A festa foi de arromba! E ainda consegui ganhar o troféu. Um apito doirado!

À saída, já a madrugada ia alta, ouvi um disparo. Senti um forte dôr no joelho esquerdo. Tinha acabado de levar uma “chumbada” com uma pistola de carnaval.

Agarrei-me à perna. Nem queria acreditar!

Imediatamente operado, acordei no recôbro dando de caras com o médico especialista, chefe da cirurgia. Ainda meio atordoado da anestesia, perguntei-lhe:

- Dr., poderei voltar a andar normalmente?

- Sim, com cuidado, devagarinho, mas a tua carreira como árbitro acabou – disse o médico, realista.

- Ainda bem! – suspirei eu.

- Mas, mas, ainda bem, porquê? - perguntava o clínico estupefacto.

- Já estava farto de fazer maldades ao Benfica. Agora, olha, os outros “que se amanhem”! – exclamei eu aliviado.

Nesse momento, o médico rindo-se, agarrou na máscara do Lourenço Pinto, ajoelhou-se à minha cabeceira e prestou-me a derradeira homenagem como árbitro!

Entrávamos em 4ª feira de Cinzas. O Entrudo tinha acabado!


 

GRÃO VASCO






 

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