27.3.16

Aquele abraço



Como diz a célebre canção brasileira…

 

Nunca na minha vida de adolescente tive a oportunidade de avançar relvado adentro para com um forte amplexo glorificar Eusébio. Ao ver este rapazinho anónimo do Portugal Benfiquista abraçar enternecido o seu ídolo, Renato Sanches, a nova coqueluche do Glorioso, senti uma enorme emoção.

 

A imagem vale por mil palavras. Avivou-me a memória de momentos que se vão dissipando na bruma dos tempos. Despertou-me novamente aquele entusiasmo quando vi o único jogador português ao serviço de uma equipa portuguesa ser coroado rei da Europa do futebol.

E Eusébio teve e continua a ter essa honra suprema e até agora única. Nunca mais ninguém a jogar em Portugal conseguiu esse feito. E foi no Benfica, no seu Benfica, no meu Benfica, no nosso Benfica, que ergueu, sublime, esse tão distinto galardão.

 

Para Ricardo, um Benfiquinha da Golegã, é a recordação de uma vida. Não só homenageou Renato Sanches, elegendo-o perante milhares de adeptos do futebol, e sob o olhar perplexo de decanos decrépitos e de primas-donas de uma selecção que desilude e que para mim nada, mas mesmo nada significa, como lhe parece também apontar o caminho da glória.

Não imaginará hoje o que esta foto significará daqui a um bom par de anos. Mas eu sei.

Será muito pretensiosismo da minha parte?

Não! É sim uma premonição. Só isso!

Quem quiser que acredite, quem não quiser que sorria.

Mas “Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce”.

Oxalá Renato Sanches mantenha essa vontade férrea de chegar ao topo. O resto virá naturalmente.

 

Renato Sanches acedeu com ternura, com o carinho e a simplicidade dos grandes campeões. Sem disfarces e felizmente sem as falsas luzes de uma ribalta pimba e de um mediatismo bacoco fabricados pelos lambe-botas das tv’s - gilbertos, tadeias, albuchechas, sousas martins, ritas, cristóvãos e afins - e dos pasquins habituais, tão em voga como as estátuas auto-pagas em qualquer museu narcísico, algures numa pequena ilha do Atlântico, sem penteados a abarrotar de gel, pintados de louro nórdico ou apanhados num puxo à moda da Miquelina do Canidelo. Sem tatuagens tipo Ana Malhôa.

 

A bota de ouro europeia espera por Renato Sanches. Mais cedo ou mais tarde, em Portugal ou lá fora, tê-la-á como prémio, significando o talento e a classe só ao alcance dos eleitos.

 

Poderá não ser no Templo Sagrado, mas a vida, hoje, é mesmo assim!

 

Felicidades Renato, felicidades Ricardo!

 


GRÃO VASCO


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