Quando Fábio Veríssimo, esse apitadeiro da nouvelle vague exibiu mediàticamente o primeiro amarelo a Renato
Sanches, exclamei, na mesa do café para os Gloriosos Indefectíveis que me têm
acompanhado nesta odisseia de ver o Benfica até à exaustão do nosso sistema
nervoso:
- “Caros
Companheiros, não tardará nada, que o Renato seja brindado com o segundo cartão
amarelo. Será simplesmente uma questão de minutos, no primeiro lance que assim
se proporcione! Renato virá para a rua e jogaremos com dez, tornando a tarefa
no Caldeirão dos Barreiros numa empreitada gigantesca, se não impossível”.
Não fiquei, por isso, surpreendido pela
forma mediática e soberba com que assisti ao triste espectáculo da exibição do
cartão vermelho à nossa jóia da corôa e
quanto isso causou um impacto profundo em toda a audiência vermelha no café do
bairro que muitos Benfiquistas transformaram e têm transformado em
mini-mini-estádio da Luz! O silêncio e a estupefacção imperaram durante alguns
segundos e o mau estar instalou-se, com algum sentimento de revolta à mistura,
mas paradoxalmente foi o toque a reunir para os Benfiquistas, para os
Autênticos. Todos. No estádio, no relvado, no café, em todos os lugares deste
mundo onde se venera o Manto Sagrado!
O momento 37 do jogo entre os maritimistas
e o Sport Lisboa e Benfica foi o culminar de uma semana absolutamente surreal e
que deixava antever que a vitória do Benfica iria ser colocada em causa por
todas as maneiras possíveis e imaginárias, mas também foi aquele em que o
Benfica gritou bem alto de que massa é feito. Foi o momento da reviravolta, o
momento em que se deu mais um novo grito do Ipiranga, o momento em que
transformou uma equipa até aí expectante, numa máquina imparável de criar oportunidades
de golo, culminando depois, com a obtenção de dois tentos que arrasaram
completamente com as pretensões de muitos lagartos,
inclusive aqueles do Marítimo que durante a semana não se cansaram de vomitar
nos jornais desportivos todas as barbaridades que quase transformaram este jogo
numa refrega de faca na liga.
Fábio Veríssimo sabia muito bem ao que ia.
Desde o início do jogo que a sua postura indiciava que, tal como Nelo Vingada,
tal como os próprios jogadores do Marítimo, tudo iria fazer, ao seu alcance,
para que o Benfica perdesse os tais pontinhos preciosos e a respectiva
liderança no campeonato. E ia conseguindo esse objectivo até muito perto do fim
do jogo! Só quando Talisca, à bomba, terminou com as dúvidas em relação ao
desfecho do resultado é que, então, Fábio Veríssimo passou a julgar os lances
como árbitro “internacional” e de “primeira categoria” – marcou todas as faltas
que deveriam ser marcadas aos jogadores do Marítimo, foi exibindo os amarelos
que deveriam ser exibidos e acabou por mostrar a Fransérgio um vermelho por
acumulação, equilibrando aí um campo que em determinados momentos do jogo chegou
a estar bastante inclinado para os ilhéus tal qual os acentuados declives dos
numerosos barrancos de que a ilha da Madeira é farta.
A informação que tenho, sujeita a confirmação,
é a de que este árbitro de Peniche e da associação de futebol de Leiria, é um “lagarto”
convicto. Não tenho a certeza, mas ontem deixou-me desconfiado. Já no jogo no
Bessa, no Boavista-Benfica que Jonas resolveu mesmo, mesmo ao soar do gongo,
tinha exibido quatro cartões amarelos aos jogadores do Benfica contra um dos
boavisteiros. Nesse jogo, a sua prestação já começou a ser aquilo que foi
claramente a de ontem no Funchal.
O momento em que vi o Renato a quase implorar
a Fábio Veríssimo que não tirasse o segundo amarelo do bolso, deixou-me de
rastos. O grandíssimo negão do
Benfica, o grande Renato, a nova pérola negra do Benfica, o jogador que levou
às costas o Benfica num dos momentos cruciais da época, o menino que “salvou”
Rui Vitória de ser jogado às feras – mérito também para o treinador que teve o
arrojo de colocá-lo a jogar, arriscando a sua própria cabeça - o craque que
iluminou o futebol do Benfica, que lhe deu a vivacidade, a alegria e a pujança
para fazer da equipa um grupo vitorioso e ganhador, ia ser castigado em público
de uma forma exuberante para gáudio da populaça do lagartêdo e afins, que nesse momento rejubilou, ou melhor
relinchou.
Agora é que vai ser, agora é que estão fodidos! Foi fácil de ver no semblante
de alguns o contentamento, o escárnio, o prazer mórbido de terem conseguido que
um puto leal de dezoito anos que irradia talento por todos os poros do Manto
Sagrado e que tem sido uma das peças-chave no esquema do Benfica de Rui
Vitória, fosse humilhado de forma tão vil e tão seca como o foi, naquele
momento que pareceu fatídico para o Benfica e unicamente após dois lances em
que Fábio Veríssimo conseguiu transformar num inferno para o jogador e num
problema complexo para o Benfica. Renato estava com algumas dificuldades em
impor o seu jogo exuberante e pleno de fogosidade. No entanto, neste jogador
ímpar, um rasgo do seu enorme talento seria o suficiente para se redimir do que
quer que fosse. Assim o fez quando arrancou e passou o defesa maritimista e
depois caiu na área. Gritou-se penalty!
O árbitro ainda hesitou, balançou entre a rasteira e a simulação, pois não foi
no imediato que apontou falta contra o Benfica, acabando por mostrar um amarelo
desnecessário a Renato. Houve uma pausa para aquilatar da decisão. Terá sido o
árbitro auxiliar a mudar a opinião de Fábio Veríssimo? A dúvida ficará, mas
houve uma certeza – o árbitro levou tempo a mais a decidir o que fazer.
Mas o Benfica conseguiu o mais difícil. Com
um espírito de união extraordinário, com Pizzi – o tal que já não pode com uma gata
pelo rabo – a desdobrar-se pelo interior da linha média, numa missão de enorme
sacrifício, com todos os jogadores soberbamente empenhados em resolver o
desafio da melhor maneira, o Benfica com menos um elemento, acabou por fazer
uma exibição categórica e a todos os títulos notável. Viessem todos os Fábios
Veríssimos, todos os Nelos Vingadas deste mundo, todas as malas, que os
jogadores do Benfica não se intimidariam nunca. É por tudo isto que a Chama
Imensa nunca se apagará. Nunca!
Uma palavra de reprovação inequívoca a
todos os merdas dos benfiqueiros habituais que nos casos
como o de Renato Sanches, não se cansam nas redes sociais e em alguns blogues,
de arrasar com aqueles que semana a semana lhes vão oferecendo momentos felizes.
Renato Sanches foi tão ou mais criticado por este bando de filhos-da-puta, do
que propriamente pelos anti-benfiquistas,
lagartos e demais bicharada. Uma
vergonha que tenho o dever de denunciar e que nunca me cansarei de fazê-lo
sempre que esta corja benfiqueira
deitar as unhas de fora.
Avancemos para domingo! Mais uma final, mais
um jogo decisivo que obrigatoriamente terá novamente de ter o apoio total de
todos os Benfiquistas!
P.S. - Por fim uma palavra de desprezo para
dois bandalhos que deambulam pelas TV’s, em dois programas desportivos da nossa
praça - inácio e um tal de josé eduardo – já para não falar de um
bêbedo que aparece todas as noites de domingo com cada carraspana que
envergonha o adepto mais fanático do fosso
do lagartêdo. Dois bandalhos cuja canalhice verbal ultrapassa os limites da
decência e que muito provavelmente terão de se sentar num falo de um elefante
africano. Quem é esse merdas desse eduardo
- já há no lagartêdo eduardos a mais…- para afirmar que a
carreira de Renato Sanches está a ser mal gerida? Duas autênticas ratazanas de
sarjeta a quem os Benfiquistas nunca poderão perdoar o constante e inenarrável vilipêndio
de que têm sido alvo.
GRÃO VASCO