1.7.18

Avô, já foste!



Nunca na Rússia se consultou tanto adivinho!
Que grande confusão!
Em cada local mais mediático ora era Marcus, o porco inglês, ora era Aquiles, o gato surdo de S. Petersburgo, ora era Zabyaka, a cabra branca de Samara, ora eram os hipopótamos Milya e Glyasik de Kaliningrado, ora era Anta Cleópatra, o Tapir de Novgorod ou por fim o polvo alemão Paul ou a lontra macho russa Harry de Sochi. Nunca tinha visto tanto animal a dar palpites e a fazer prognósticos. Já era bicharada a mais!

Por isso resolvi consultar a prata da casa. Um simples insecto cantador. O meu vetusto grilo falante chamado Óscar – com uma umbrela na mão, a substituir uma bengala - importado directamente de terras uruguaias, mais propriamente de Colónia do Sacramento e descendente de portugueses.

Na sua gaiola especial com ar condicionado e isolamento térmico, resolvi oferecer-lhe simultaneamente duas folhas de alface. Uma, listada de um azul celeste e um sol sorridente e uma outra vermelha e verde com a esfera armilar no centro. O resultado foi simples. Duas ratadas na primeira e uma ratada na segunda!
Da forma mais prática, o grilo falante fez a previsão e segredou-me:
- Diz ao avô Santos e à sua entourage que podem tirar o bilhete de regresso! A sorte não dura para sempre!
E não é que tiraram mesmo?

Mas queria uma confirmação. Agarrei num gafanhoto de Sochi e coloquei-o também numa gaiola, junto de duas relas – uma pintada de azul-celeste e a outra de verde-rubro. O gafanhoto “comeu” a verde-rubra, e a celeste, esgueirando-se, escapou ilesa pelo meio das grades da gaiola. Ficou apurada!

Acabou-se o regabofe. Acabaram-se o forrobodó e a histeria de um patrioteirismo bacoco. Acabaram-se as romarias e as tontarias. Acabaram-se os tadeias, os albuchechas, os pratas, os fidalgos, os gonçalos e outros cavalos. Acabaram-se os manéis fernandes da selva, os hugos, os gilbertos e demais chicos-espertos. Acabaram-se os rosados, os marçais e outros pascácios mais. Acabou-se a verborreia pestilenta e coxa de um octávio idólatra e execrável. Acabaram-se a chinfrineira e as gritarias que me obrigavam a desligar o som do televisor. Acabou-se a idolatria asquerosa. Acabou-se a bajulação ao milionário das levadas e à bananeira, putativa autora literária, promovida a embaixatriz. Pelo menos durante este verão essa psicose colectiva e obsessiva vai parar.
Ainda bem! Já desceram todos à terra!

Longe vão os fabulosos tempos de 66 e da expressão humana mais simples de um excepcional negro de todas as cores, hoje uma lenda que se impôs por si mesmo - não precisando de um séquito miserável de jornalistas tendenciosos e de pacotilha - que sacrificando o individual ao colectivo foi unânimemente reconhecido por todos os autênticos sábios do futebol. De coreanos a italianos, de alemães a ingleses, de brasileiros a soviéticos. Nunca quis ser vedeta. Por isso é uma LENDA! Uma LENDA! Leram bem?
Isso sim! Isso é que era uma Selecção de Jogadores e um Jogador!

GRÃO VASCO


LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...