Um é condenado por burla.
O outro por corrupção.
Um é preso.
O outro fica à solta.
Um é libertado e no imediato é preso outra vez.
O outro é avisado para não ser preso e foge.
Um é acossado pelos juízes.
O outro compra juízes.
Para um, os meios de prova são todos validados.
Para o outro as provas fundamentais não são validadas.
Um fala e atende jornalistas.
O outro atropela e insulta jornalistas.
Todo o povo condena o burlão.
A escória do povo idolatra o corruptor.
Todo o povo lamenta os actos do burlão.
A escória do povo exulta com as bandalheiras do corruptor.
Um é um mau dirigente.
O outro, um grande dirigente.
Para um, cumpre-se rigorosamente a lei.
Para o outro, faz-se tábua rasa da lei.
Um mente, jurando.
O outro jura, mentindo.
Um, malha numa cela.
O outro malha nas amantes.
Um emporcalha-se lá fora.
O outro chafurda cá dentro.
Ambos sujam o país.
Mas…
Cores diferentes, justiças diferentes.
Latitudes diferentes, justiças diferentes.
GRÃO VASCO