Divinal!
Já não me lembro de ter
rido tanto como me aconteceu ontem logo a seguir ao fim do jogo em que o meu Benfica
espetou “três sêcos” ao lagartêdo.
Como sempre, todas as
segundas-feiras a partir das 22 horas há circos na TV. Fui ver o da SIC
notícias, mais concretamente “O Dia Seguinte”. E por lá revivi um espectáculo
único de dois palhaços que me fizeram recordar os meus tempos de infância. Uma
parelha inolvidável que integrada num grande circo de Natal passou há meio
século pela minha terra.
A parelha chamava-se
“Godiño & Aguilar”, respectivamente o palhaço-rico e o palhaço-pobre, dois galegos de 1ª ordem.
Pois ontem, para
surpresa minha, lá apareceram outra vez essas deliciosas figurinhas que me
fizeram rir até às lágrimas.
Outro tipo de
palhaçadas, é certo, mas tal como as de outrora, sempre muito bem conseguidas,
para gáudio das audiências.
Na SIC notícias,
Aguilar, com umas “trombas” que chegavam de minha casa a Abravezes, bolçando a
verborreia habitual, arrotava uma insuportável azia anti-benfiquista por todos
os poros. A “coisa” ontem à noite não tinha corrido bem, pois nem Xistra, nem
Vasco Santos, nem nenhum daqueles que gosta da fruta e dos chocolatinhos made in Palermo, puderam influenciar o resultado no Fôsso do lagartêdo, e o Benfica afinal tinha ganho sem espinhas o derby tão ansiado pelos corruptos do Freixo e seus vassalos da capital.
Depois, ao ser
confrontado com a excepcional defesa a duas mãos de Alex Sandro no jogo do seu
grémio com o Moreirense, perguntou abespinhado:
- “Mas onde é que
queriam que ele pusesse as mãos?”
Foi realmente a melhor “tirada”
da noite, a pedir meças à publicitada ironia do peido do seu mentor Giorgio di
Bufa.
Há cinquenta anos, o
público decerto tê-lo-ia brindado de pé com uma enorme ovação! Lapidar!
A seguir, veio todo
ufano a terreiro, empunhando e mostrando um livro, como se tratasse da Bíblia
ou do Corão, vangloriando-se de que o seu autor, um alegado benfiquista, Domingos Amaral de sua graça - um imbecil a tirar dividendos
dos seus escritos à custa do Glorioso – corroborava muitas das teses do grémio
da fruta, das viagens e das putas oferecidas a árbitros. Abanava com ele para
cima e para baixo como se ele fosse o caminho da sua salvação e da absolvição do
seu querido grémio condenado por corrupção.
Acabou, balbuciando umas
patacoadas sobre o Barcelona B tentando fazer esquecer ou branquear as barracas
com o Apoel – a única equipa cipriota que até hoje derrotou uma equipa
portuguesa (grémio da fruta) – e do Artmedia.
A verdade, é que contra
as expectativas e tal como no circo do Natal de há 50 anos, ontem “levou três na peida, c’até a barriga empinou!”.
Um palhaço-pobre, ou
melhor, um pobre palhaço, colocado em lugares políticos e desportivos como um
mero mandarete, ou voz do dono, digno representante de uma corja que não tem
emenda, nem vergonha.
Quanto ao palhaço-rico,
está mais falido do que rico. Godiño, no flash
interview, interpretando fielmente o
número que lhe competia, com guião dessa aberração lagartinóide chamada Pedro Sousa, soltou uns desabafos que retratam
toda a estupidez e mesquinhice de um palhaço-rico.
“Não ligava a acusações, porque não ia descer tão baixo”.
O que eu me ri, outra
vez!
Então ele que foi o
primeiro a acusar o seu adversário, dizendo que “Vieira teve mêdo”, que “não
é que tenha prazer em falar com ele (LFV)…”, que durante a semana
incendiou, provocou, que criou um clima de conflitualidade irracional com
impressões digitais à mistura, ao nível de qualquer boçal carroceiro, estava agora
a assobiar para o lado?
E que não ia descer tão
baixo?
Como, se ele tem estado
sempre a bater no fundo?
Ontem, no seu número
patético e aparvalhado, que se arrasta tal e qual como a desgraçada crise do
grémio do lagartêdo, enfiou o maior
garruço de sempre. Mas quem se comporta desta forma chicaneira, mais tarde ou
mais cedo tem aquilo que merece. Está a tê-lo!
Por mim, esta parelha
inaudita, ao contrário daqueles que eu vi na minha meninice, está despedida.
Mas no final do espectáculo,
ainda houve oportunidade para se ouvir uma “bôca” felina da plateia:
- “Cuidado com a 2ª!”
Com quê? - perguntou Godiño, invectivando o público.
-“ Não, não é com a 2ª circular, nem com a 2ª da caixa de
velocidades do teu automóvel, ó Godiño! É com a 2ª divisão!...- respondeu-lhe furibundo, um careca de barbas, palitando os
dentes…
Nesse momento a Juve Leo,
“em defesa da honra” abandonou a bancada, lançou-se ao Fôsso dos leões (fôsso
do lagartêdo) e as luzes do circo apagaram-se.
Godiño, imóvel na
tribuna do Fôsso do Lagartêdo, permanecia firme e hirto como uma barra de ferro
repetindo até à exaustão – “sou o melhor
presidente do mundo, temos os melhores jogadores do mundo, tenho o melhor
treinador do mundo, tenho o melhor roupeiro do mundo...”
Eduardo (Maus-Fígados)
Barroso ao ver este final circense fugiu do olho do furacão e refugiou-se no
seu hospital, pedindo asilo político a colegas seus lampiões!
Mas lá que foi uma noite
em cheio, lá isso foi!
GRÃO VASCO