Imagem
do Benfica-Celtic da época passada
Assustador!
1-0 a favor do Gil Vicente, já depois dos noventa minutos.
Benfica na eminência de uma brutal hecatombe!
Desespero total, percursor de uma profunda, longa e turbulenta depressão.
Paradoxalmente, Jesus contra Deus.
Tudo por tudo!
Luisão a ponta-de-lança, a avançado-centro, eu sei lá…
O grande capitão, a voz de comando já está combatendo na frente de batalha, liderando a revolta, dando o peito às balas…
Cá fora, no anfiteatro, a turba insolente assobia, apupa, insulta os nossos. Vaias e mais vaias. Maxi, um guerreiro parco de talento mas gloriosamente generoso como poucos, começa a ser pregado na cruz, enquanto Jesus, “o mestre da táctica” se aproxima também, penosamente, do seu calvário.
Luisão e os seus companheiros lutam com denodo. Acreditam. Não baixam os braços.
Vêem-se os primeiros lenços brancos. A trupe rosna. A escumalha continua a assobiar e a insultar.
Suspense!
O barulho ensurdecedor dos energúmenos do costume pára por um instante. Markovic marca. Um primeiro clamor, autêntico e glorioso, abafa por completo os latidos e os uivos da canzoada.
Paira naquela atmosfera indescritível algo de mágico. Tudo num louco frenesim, num turbilhão de emoções.
Num ápice, Lima é iluminado por uma Luz redentora, única, e atira de cabeça para o fundo das redes adversárias.
É o segundo, o da vitória!
Os fantasmas 92 e 93 são exorcizados.
O Estádio da Luz quase vem abaixo.
A Águia Vitória, imponente, lá do alto de uma inatingível fraga, com o orgulho ferido, mostra aos detractores, a sua formidável envergadura.
É o clímax!
Luisão agradece aos deuses e corre para aquele grupo de Manto Sagrado suado, comemorando a vitória, exultando com o êxito, abraçando Lima. Jesus, nas nuvens, beija-lhe a luzidia careca. Enzo, em alta voltagem explode brutalmente. Djuricic, Sulejmani, Markovic gritam de alegria. Steven Vitória e André Almeida também. Salvio sorri de felicidade. Matic arranca um brado de general. Cortez lança-se deliberadamente sobre o grupo tentando abraçar tudo e todos. Maxi é beijado e renasce.
É a vitória, sacada literalmente a ferros.
Limpa! Plena de raça.
Depois bem, depois, o Capitão faz o que tem a fazer – volta-se para a bancada e em alto e bom som, manda com todas as letras, os biltres habituais para o c*r*lh* e apelida-os de filhos-da-puta.
E são-no na verdade.
Bem feito! Luisão fez o que devia fazer, fez o que os Autênticos fariam perante o insulto e a ignomínia.
Só faltou a essa trupe de canalhas ser corrida à paulada e a pontapé para fora do Templo Sagrado.
Lá virá o tempo!
Obrigado Luisão!
GRÃO VASCO