20.6.10

ISTO TAMBÉM É BENFIQUISMO

A morte é apenas o fechar do processo vital.
A morte cria a vida pois sem morte nao haveria vida, e claro que sem vida nao haveria vida. Por isso uma alimenta a outra, ambas sao necessárias para que a "vida continue".
Porque a realidade que nos rodeia passa pelo crivo da nossa racionalidade, a qual é resultado da cultura que nos foi inculcada. atribuimos sempre um outro significado a qualquer acontecimento.
Somos um animal medroso, por isso tanto receamos o desconhecio. Deixámo-nos rodear de adivinhos, profetas, augures, e tantos espertalhoes que exploram os nossos temores E para além da morte é o completo desconhecido.
Mas a morte é absolutamente necessária, e está presente no nosso dia a dia.
Por exemplo:- morre a infância e nasce a puberdade, morre a insensata juventude e nasce o responsável adulto.
Morre o responsavel adulto e nasce o sábio veterano.
E como nunca ninguém voltou para contar o que se passa para lá da fronteira da vida, neste aspecto Cristo já vai em 2010 anos que prometeu voltar e...nada, criámos, inventámos mil e uma "vidas eternas", tantas quantas as comunidades que compoem este mosaico que é a Terra.
Dito isto, é minha convicçao que o papel dos mortais, nesta sua casa, é preparar o melhor possível o futuro, para que outros o concretizem. seja em que campo da vivência humana seja.
Como nao podia deixar de ser, sao vários os aspectos em que cada um dos humanos se destaca neste Mundo.
Uma vez que somos eternos, pois só temos a experiência da morte pelos outros, isto é só somos nós enquanto vivos, quando morremos somos outra coisa qualquer menos nós.
A questao pois é que só morre quem é esquecido.
E por isso há os que "da lei da morte se vao libertando" pela marca indelevel que deixaram nos que tiveram a honra de os contactar.
E pela obra realizada, por acima de tudo se terem distanciado dos demais devido às qualidades com que os Deuses os bafejaram.
Morreu Saramago, nem me atrevo a pronunciar qualquer elogio fúnebre, outros muito mais eruditos se encarregaram e encarregarao de o fazer, deste Benfiquista que tanto nos orgulha.
Comunista, Humanista ímpar, ao receber o Nobel disse uma coisa espantosa: "chegamos primeiro à Lua que ao estômago do nosso semelhante.
Apenas posso aqui referir o orgulho de ter a sua rúbrica aposta no "Ensaio sobre a Cegueira", preciosidade que me torna um bafejado nao da sorte, mas da minha admiraçao pelo vulto de um Homem simples, "demasiado humano".
Morreu Fernanda Abreu, deixou obra feita no sentido em que nos legou um Homem, de boa formaçao, puros sentimentos, batalhador incansável, firme nas suas convicçoes...e Benfiquista.
E o melhor testemunho do que digo é a forma doce e convicta, com que o filho fala da Mae.
José Saramago e Fernanda Abreu cada um à sua maneira e à sua dimensao contribuiram para um Mundo melhor.
Cito Duda Guennes - José Saramago e Fernanda Abreu, nao morreram, encantaram-se.

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