Esta semana, Palermo foi alvo de notícia pela vernaculidade de um dos seus filhos predilectos. Assim, segundo este, lá para as suas bandas, é comummente aceite o seguinte cumprimento:
- “Tás bom? Ó fdp”!
Giorgio não esteve com meias medidas e zás, arriando a giga disse que nos meios futebolísticos do norte – no norte dele, diga-se, pois o Norte verdadeiro não se revê nestas tristes figuras – epitetar de “fdp”, qualquer conhecido, “amigo” ou “amiga”, aquando de uma saudação, é o prato do dia, quer à mesa, quer em declarações para as tv’s, quer no WC, quer na cama com qualquer alternadeira, consorte ou brasileira, ou mesmo quando o papagaio está à beira de ser lançado à panela.
Coisa que todo o mundo sabe, e há muito tempo, é que lá em cima, na Palermo tenebrosa, na sua Pocilga corrupta, no coio de Contumil, atrás das grades em Custóias, ou no Olival de Gaia, com juízes ou sem eles, desta corja é às resmas!
Giorgio usou mesmo as suas bastardices patêgas, ridicularizando-se ainda mais perante audiências televisivas e perante quem o questionava.
Para quem ferrou uma forte chapada naquela que posteriormente o apelidou de cabrão e com quem acabou por se recasar e dar logo a seguir as cambalhotas que conhecemos com uma netinha de ocasião, para quem mandou dar umas bordoadas na afilhada, na realidade uma sua amante que levou ao beija-mão ao Papa e lhe pedia para botar fumaça tabaqueira enquanto se peidava desbragadamente em todo e qualquer lugar, para quem dava consentimento a proxenetas para avançarem com fruta para dormir para corromper e chantagear árbitros, foi mais uma cena igual a tantas outras e que o identifica como um ser em decadência, promíscuo e desacreditado, só idolatrado pela corja demente e corrupta de Palermo.
Desta vez teve a infeliz ideia de jogar a sujidade lamacenta onde se move, para uma ventoinha em frente às câmaras das tv’s, tratando como bastardos aquela meia dúzia de repórteres patetas de microfone na mão, dizendo-lhes insolentemente, que chamar ao que está ao seu lado direito “fdp”, ou “meu fdp”, é banal e faz parte do léxico que o seu norte e o seu mundo futebolístico utilizam para saudar os “amigos”.
Mais uma peça humorística labrega para mais tarde recordarmos.
Foi ao mesmo tempo, um epílogo degradante da história que o levou a ser testemunha num processo bem identificado com o seu perfil, no qual tem tomado a posição que mais lhe convém, pois nada melhor do que passar a mão pelo pêlo a quem pode valorizar uma maioria significativa dos seus activos pífios. O “Sargentão” é que não esteve para aí virado e tratou de colocá-lo no sítio certo – numa sarjeta contumiliana, onde durante um bom par de anos, acompanhado do cão e do gato, andou a praguejar para as paredes, ou até, sei lá, em assomos mediúnicos a falar com os que fazendo parte da seita, já partiram há algum tempo.
Esta é a linguagem de um futebol que bateu no fundo. O futebol da bandalheira, alimentado pelo corruptor-mór e seus assessores, por corruptos impunes, por presidentes incorrigìvelmente bêbados, secretários e subsecretários badochas engajados ao poder, controleiros febris, ávidos de detectar cagagésimos de substâncias proibidas - (assis)timos a este filme há três ou quatro épocas atrás - e quejandos.
Surpreendentemente e ao contrário do que em tempos o “réu” dizia – era preciso limpar o órgão máximo de toda a porcaria – viemos a constatar, que passados poucos anos, esta “indignação” foi chão que deu uvas e o homem, sedento de um protagonismo que difìcilmente viria a ter em terras de sua majestade, veio novamente alimentar-se e alimentar a porcaria que ficou no tal órgão, e que pelos vistos vai continuar a ficar, agora com a ajuda e o beneplácito de mais um “fdp”.
Já estou a imaginar o inglês de Manchester a aplicar esta nova versão de saudação ao próximo, à despedida, no aeroporto da Portela, dizendo para o “acusado”:
- [Então “ó fdp”, foste mandar o outro fazer a recolha das análises para o tal sítio que todos sabemos e trouxeste como testemunha um outro “fdp” que compra os títulos do seu grémio no supermercado?]
… ou mesmo Giorgio, frente a frente com o Berto dos Johnnie Walkers atirar:
- [Tás bom? Ó fdp!]
…e Berto, acagaçado, responder:
- [Olá, presidente!]
Só um tsunami para varrer esta corja toda deste país “à beira-mar plantado”!
GRÃO VASCO