Não, não é aquilo que vós estais a pensar. Trata-se tão sòmente de um Benfiquista de 13 anos que por não querer ver o seu pai sofrer, quando o Benfica joga, faz-de-conta que não liga nenhuma aos desafios. Friso, faz-de-conta.
Ontem à noite, pois já escrevo estas linhas ao início da madrugada de sexta-feira, com todos Nós a perdermos por 2 a 0 em Eindhoven, sustendo a respiração aos 25 minutos, este meu filho mais velho cujo coração é do tamanho do mundo, vendo a transmissão do jogo em casa de familiares adeptos de outro clube e na ausência do pai, agarrou apaixonadamente no seu Manto Sagrado e à frente de todos os presentes, pediu delicadamente ao anfitrião para vesti-Lo. Vestiu-O, beijou o glorioso emblema e gritou:
- Arranca Luisão!
Sei, porque me contaram depois, que os meus dois Diamantes Vermelhos explodiram de alegria, cantando SLB, SLB, SLB, Glorioso SLB, Glorioso SLB.
Cardozo e Peixoto ainda os fizeram mais felizes!
Encontrei-me com eles após aquele mar imenso de emoções. Ambos me beijaram sentidamente. O mais velho abraçou-me, beijou-me, e irradiando felicidade a rodos, disse-me:
- Ó pai, o Roberto na fífia do Maxi foi tão grande como o Estádio da Luz, não foi?
Serenamente, agarrei em ambos com força e disparei:
- Foi sim! E o Homem continua a aguentar-se com aqueles cães dos jornalistas e comentadores, sempre que podem, a atirá-lo abaixo. É preciso ter mesmo muita força, não é? Mas o jogo hoje foi tão rápido que nem me apercebi do tempo passar…
Concordantes e pensando bem nessa resposta, o mais velho continuou:
- Pois foi, mas foi da maneira que sofreste menos! Deixa lá pai, que hoje fomos nós que sofremos por ti!
Gritámos bem alto, “viva o Benfica” e lá fomos comemorar o apuramento para as meias com um hamburguer e umas batatas fritas!
GRÃO VASCO