21.4.11

Jesus através dos tempos...

 Esta imagem não pode voltar a acontecer, muito menos no estádio da Luz


Como treinador do Benfica, Jorge Jesus tem tido ao longo destes meses uma evolução estranha de avanços e recuos, no seu comportamento, com uma influência directa na forma de estar da equipa e na prestação dos próprios jogadores.
Não vou fazer considerandos técnico-tácticos, nem sequer contestar ou apoiar as opções feitas ao longo da época e em especial nos jogos decisivos. São campos que dão azo a discussões intermináveis e estéreis, como é o caso dos defensores do sistema X criticarem os do Y e vice verso, ou dissecarem a colocação do jogador A em detrimento do B. Se acontece a vitória, pouco se fala nestas coisas, se a derrota chega, por vezes humilhante e muito amarga, aqui d’el Rei que está tudo num caos e lá vêm os pedidos da cabeça do treinador, da do director, da do massagista e da do presidente, contestando-se tudo e todos.

O início desta época foi muito atribulado. Começaram bem cedo os escolhos de um caminho que até à presente data tem sido fértil em desilusões. E a primeira situação teve exactamente como protagonista Jorge Jesus. O assédio de que foi alvo por parte do maior inimigo do Benfica – o incendiário-mór da Palermo portuguesa - numa clara tentativa de desestabilização, resultou em pleno. Jesus foi claramente afectado por essa situação e obrigou LFV e òbviamente o Benfica a reverem a sua situação contratual, tendo como consequência imediata um aumento assustador e exponencial o seu salário mensal.
Quando chegou ao Benfica, no ano anteriror, disse alto e bom som que a sua equipa teria de jogar o dobro do que jogava. Muito bem!
Ora, este ano, o esforço financeiro que o Benfica fez para evitar a sua fuga para o grémio corrupto deveria ter sido compensado, pelo menos, com uma postura que equivalesse ao dobro daquilo que Jesus se propôs fazer na primeira época.
Não foi assim!

Um outro aspecto da sua gestão da equipa do Benfica é a escolha dos jogadores. O Benfica tem desbaratado milhões de euros em jogadores e nem os vemos evoluir sequer. Jesus colocou na equipa principal dois novos elementos. Um, foi alvo de uma pressão imensa e tem sido o bombo da festa dos media que não lhe perdoam uma única gaffe – Roberto – o outro, tem dado muito boa resposta – Gaitán. O resto, foram a revelação de Salvio, já as competições decorriam a bom ritmo e Jara que tem jogado a espaços. A rotatividade tem sido diminuta e temos, tal como na época passada muitos jogadores presos por arames.

No entanto, tudo isto se esquece se a equipa ganha. O que não tem acontecido especialmente, com os INIMIGOS – os corruptos e os brácaros.
Aqui Jesus tem baqueado. Sempre que é preciso a vitória nas grandes e decisivas batalhas, a equipa tem soçobrado!
Primeiro surge a apreensão, depois o medo e por fim o desnorte é de tal ordem que afecta até o mais cerebral dos jogadores.
É a FORÇA MENTAL! Essa força que é fundamental incutir nos jogadores e que parte obrigatòriamente de quem lidera. É com esta força que os jogadores se transcendem e mudam, em qualquer momento, o rumo dos acontecimentos.

Como já referi, deixo as análises de táctica para os experts.

O que me incomoda em Jorge Jesus, e sempre me incomodou, é o seu comportamento reactivo ou passivo, perante factos e situações que têm prejudicado o Benfica, já para não falar das suas declarações proféticas.

Creio, sinceramente que os responsáveis pela gestão da sua imagem estejam pouco ou nada preocupados em que ele seja ou continue a ser treinador do Benfica. Ou mesmo que ele seja identificado com o Benfica.
Um distanciamento visível a 300 km, no mínimo, será sempre bom para futuros rumos…
E isso tem acontecido. Só não vê quem não quer.

Como exemplos, e para os que têm memória curta, lembro-me bem dele como treinador dos brácaros, todo abespinhado, por tudo e por nada, quando defrontava o Benfica, dizendo cobras e lagartos das arbitragens e enfiando sempre que podia umas grosseiras alfinetadas no Glorioso.

E hoje, o que vemos?

Vemos uma atitude conformista, quer nas agressões de que tem sido alvo no recinto do clube condenado por corrupção, quer no gozo que tem levado de um garotelho azul corrupto, quer nos roubos escandalosos que têm acontecido ao longo da época.
Mesmo agora, e independentemente da fraca prestação da equipa na Luz, vimos alguma referência ao off side que mudou completamente a eliminatória?

Não! Ninguém viu. Antes pelo contrário. Acabrunhado, embrulhou o melhor que pode a eliminação, balbuciou alguns comentários concordantes com a superioridade adversária e nem uma referência firme e clara ao lance que o “arrumou”. Nem ao apitadeiro, nem ao fiscal-de-linha.
Tem sido sempre assim. Um falhanço total em matéria de comunicação, com uma estratégia titubeante, pouco consistente, transmitindo uma mensagem dúbia e em muitos casos terrìvelmente pífia. Uma lacuna que me deixa dúvidas imensas quanto à sua capacidade e à sua força mental.

Não posso deixar de comparar estes comportamentos, com aquele, por exemplo, quando se encontrava em Braga e veio jogar à Luz, em que numa jogada em que o off side foi milimétrico, mas de sinal contrário e que deu a vitória ao Benfica.
Recordo-me do alarido que fez após o jogo e durante a semana, só faltando pedir ao sacristão da Sé de Braga que os sinos repicassem de manhã à noite.

Sinceramente, é este comportamento que eu não consigo entender em Jorge Jesus. Melhor, nunca entendi!

Vem aí a Europa League e quer Jesus se expresse deficientemente ou não, quer faça algum mind game à Lagardère ou não, quer se encolha ou diga mais disparates, quer utilize verborreia de analfabeto ou dialéctica de catedrático, quer implemente a táctica do losango ou do trapézio, faça o que fizer, só tem um corredor para passar – a rota que liga Lisboa a Dublin!

Mainada!


GRÃO VASCO

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...