1.5.11

O "OUTSIDER"


   
Antes de abordar o tema deste post, queria agradecer ao Jardel o facto de, na convocatória para o jogo da última quinta-feira, me ter ultrapassado na recta final, chegando mesmo a concretizar aquilo a que eu me propus no post anterior – marcar um golo, mantendo segurança que baste na defesa e apoiando o meio-campo sempre que necessário. Portanto, os meus sinceros parabéns pela sua atitude e vontade de vencer e também agradecer ao enorme Óscar, o seu excepcional pontapé-livre que nos deu uma vantagem que se me afigura preciosíssima!

Pois na quinta-feira à noite, quando saía do Templo Sagrado, após ter vibrado com mais uma vitória indiscutível do nosso Glorioso, ouvi de muitos adeptos Benfiquistas de diferentes escalões etários, variadíssimos comentários que no mínimo me causaram estranheza e alguma apreensão.

Não posso entender que depois de uma vitória destas, ainda haja alguns que se sintam incomodados com o rendimento da equipa e em relação às escolhas técnicas. Ninguém pode prever o futuro e por isso lesionados como Salvio, Rúben ou mesmo Nuno Gomes seriam sempre hipóteses a ter em conta. Por isso não há nada a contrapor às opções disponíveis.

Por outro lado, a cambada de palermas que vagueia nos media, desde os jornais desportivos às TV’s, particularmente à SIC, ainda não se convenceu que em relação ao Moreira podem roncar, ladrar, chiar, ganir, tossir, arrotar, vomitar ou irem a raspar com o traseiro nas pedras até ao fim-do-mundo e voltarem, que o Moreira, por agora, está ao serviço do Benfica e sob as directivas de Jorge Jesus.

Continuo a dizer que imbecis como o Nuno Pereira, o Nuno Luz, o João Rosado e o José Augusto Marques são do piorio, e as referências que fizeram no directo do jogo – benfiquistas houve que tiveram a gentileza de me oferecer os respectivos cd’s com a gravação do jogo transmitido pela SIC, pelo que já tive oportunidade de o rever na totalidade - em relação ao tema guarda-redes do Benfica e às visões de determinados lances, nomeadamente o da jogada em que o Marques, num ataque histérico de parcialidade e demência anti-Benfiquista, gritou lesto que o Maxi tinha pontapeado o Alan na cabeça, mostram bem do que esta corja de alarves é capaz.
Realmente o Estádio da Luz, é infelizmente, um espaço de brandos costumes para esta cambada. Fizessem estas bestas comentários deste teor na Pocilga do Freixo e outras habilidades, e os inefáveis morcões azuis e broncos já lhes tinham acertado o passo. A todos!

Quanto aos nossos jogadores, demonstraram atitude, vontade, inteligência e garra que baste para vencerem a partida por mais de um golo de diferença. Faltou-lhes sòmente, mais um pouquinho de frescura física na parte final do jogo. De resto, não houve, por mais que os exigentes protestem, nada que se lhes possa apontar de negativo.
E já agora, só mais um pequeníssimo “pormenor” – ganharam um jogo difícil contra uma equipa também difícil, matreira, evoluída técnica e tàcticamente, sabendo nós que os brácaros jogam e esforçam-se contra o Benfica de uma forma única, vinte ou trinta vezes mais do que quando enfrentam o clube da fruta e dos chocolates.

Mas para alguns dos nossos adeptos, isto de ganhar na Europa não chega. Para estes iluminados, a fasquia a ultrapassar será talvez a de um Barça ou de um M. United, daí as exigentes notas artísticas que pedem aos jogadores. Pois para mim, sempre que vejo o meu querido Benfica, na TV ou ao vivo, estou pouco preocupado se os jogadores dão ou não espectáculo artístico. Eles estão lá para ganhar, para garantir as vitórias. É essa a função deles e já agora, quanto a esses teóricos de cácárácá e militantes do bota-abaixo, como vi alguns no estádio que me enojaram com as invectivas habituais do “vai-te embora ó Peixoto, ó Roberto ou ó Cardozo”, e me tiraram de vez do sério, fui obrigado a mandá-los para a Pedreira, acudirem pelos brácaros e assinarem a proposta de sócio para ficarem em Espanha ou Inglaterra. Uma vergonha que eu não percebo.

Sinceramente, foi a única coisa que me aborreceu durante e no final de um bom desafio, repleto de emoções fortes. No entanto há sempre estes “senões” do costume.

Que me lembre, nunca o Benfica ganhou uma competição europeia quando lhe atribuíram o estatuto de favorito. E assim, face às circunstâncias, com o espavento dos media em relação a “outros”, e principalmente às suas segundas-partes com o dobro do fôlego das primeiras, não me importarei absolutamente nada que o Glorioso chegue à final em Dublin como o “outsider” da Europa League. Jogue contra quem jogar, irá continuar a correr por fora, cheio de defeitos, com críticas dos próprios benfiquistas. Alguns, demonstrando uma ausência total da Mística que fez voar o Benfica por toda a Europa e por todo o Mundo, e que permitiu gravar a letras de ouro o seu nome no areópago do futebol.
Alguns daqueles que eu ouvi, e contra os quais me insurgi, até desabafaram que para fazer aquela figura, mais valia sermos eliminados na Pedreira do que sofrermos uma humilhação pelos terrores do grémio da fruta e dos chocolates.
Chocou-me profundamente este tipo de mentalidade derrotista. Chocou-me ver Benfiquistas, após um desafio duro, timoratos e pouco crentes na equipa, aparentando um semblante de derrota, conformismo e resignação, quando partimos para o segundo “round”, na próxima quinta-feira, em vantagem.
Nada mais falso e desolador!


O lema, o grito da coragem é “ou eles ou Nós!”, sabendo que “eles” são dois num só – um nas meias, e outro na final, se o submarino amarelo avariado não conseguir emergir…o que desde já se me afigura como uma possibilidade muito remota.
Mas futebol é futebol... e para mim, quero, como sempre quis, no caso de o Benfica ser finalista, ter os morcões corruptos azuis e broncos como adversários.

Por isso apoiarei incondicionalmente, até à exaustão, aqueles que, malèvolamente, alguns ingratos apelidam de “pernetas”, começando no Jimenez aranha, no Maxi bombeiro e pianista, no capitão Girafa, no ajudante de pedreiro Jardel, no Coentrão aos molhos, no El Mago, no César Pixote, no tolão do Carlos Martins, no Javí em qualquer lado, no Tacuara do pé cego, no El Conejo saltitão, no Gaiteiro, no Jara da brigada, no Sidnei morcego, no esotérico Kardec, no imperador Júlio César ou no Airton porta-bandeira da escola de samba da barra da Tijuca e outros mais.
São eles os meus Bravos do Pelotão, doa a quem doer. É por eles que canto, que exulto, que puxo, que vou ao fim do mundo!
Descansem bem estes próximos dias Bravos do Pelotão. Na próxima semana, quero-vos bem frescos no Minho. Há uns ditos guerreiros, mesquitas e mais alguns caciques para deitar abaixo!

GRÃO VASCO

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