No sábado, momentos antes da marcação, com êxito, da penalidade favorável ao Gil Vicente no fosso de todos os trambolhões e quando a bola já se encontrava na respectiva marca, pela derradeira vez o galo cantou:
- “Ó Cláudio, enFíuza-me essa no Go(r)dinho!”
Zás! Já está!
- “Ai!” – exclamou um dos dois marretas que assistiam ao jogo, juntinhos um ao outro na tribuna presidencial. E coçando a sua testa luzidia, esse mesmo rematou:
- “Ai, que esta foi pior do que a do Yannick! Lá terei que viver com isto também!”
O outro marreta, natural de Barcelos, presidente do sindicato dos ”sem-abrigo”, esfregando as mãos e com aquele ar de fuínha que Deus lhe deu, balbuciou:
- “Já foste!”
Sem margem para dúvidas.
Nesse fatídico momento, já navegava no fosso das desilusões um navio-fantasma procedendo da Expo, e o próprio anfiteatro tinha-se transformado num horrendo terreiro de bruxas.
No ecrã da minha TV, comecei a ver passar, estranhamente e de um lado para o outro, algo parecido com baratas tontas. Afinal, era o bando morcegos que a SIC tinha deslocado para o fosso, voando à toa, todos eles já vestidos com o pijama de riscas verde-branco.
Nuno Luz, Joaquim Rita e Luís Marçal completaram a noite de terror. Então Nuno Luz, no flash interview, aparentava ter emborcado uma valente caldeirada de sapos com patas de aranha.
Só no Halloween tinha presenciado cenário semelhante.
No sábado, aquilo foi mesmo a sério.
Caiu tudo no caldeirão e ninguém se safou.
Ontem, penando, já de rastos, lá vimos e ouvimos outra vez Rita & Marçal, mas desta vez com umas grandes orelhas-de-burro, no estádio Luz. Pareciam autênticos zombies apatetados. Nuno Luz, com uma diarreia severa, causada pela caldeirada de sapos que teve de engolir, cedeu o seu lugar a Nuno Pereira, outro que tal.
O precoce golo de Nélson, acabou-lhes com as pretensões de sempre – reunirem novamente o concílio das bruxas que no dia anterior quis “depenar” o Galo, para agora, no Templo Sagrado tentarem “esfolar” a Águia e apoucar o Benfica e os seus jogadores.
O SLB deu 3-0. Podiam ter sido muitos mais, com alguns sustos desnecessários à mistura. Mas os morcegos lá estavam. Para o que desse e viesse. Abalaram, frustrados, pela noite escura e gélida…
E enquanto estes morcegos estarão exorcizados por uns tempos, já os calimeros submissos continuarão perorando pelo fosso adentro.
Venha o próximo.
GRÃO VASCO