A guerra sanguinária do Vietname, que opôs o do norte ao do sul, e onde os EUA sofreram um dos maiores vexames da sua história, ocorreu no século passado – décadas de 59, 60 e 70 – e teve como consequência a reunificação do país, após as forças comunistas inspiradas em Ho Chi Minh, terem entrado vitoriosamente em Saigão. Neutralizado o regime corrupto e expulsos os americanos, o Vietname, não obstante o regime que passou a vigorar desde então, tem vivido num clima de paz e de alguma prosperidade, com abertura ao ocidente e aos próprios EUA.
De lá de longe, têm surgido fotos fabulosas dos seus campos e das suas gentes, e muitos ocidentais têm vindo encantados com a hospitalidade dos vietnamitas e com a beleza única deste país do sudeste asiático.
Então e hoje, qual foi o “vietname” que Calisto importou para a Mata Real em Paços de Ferreira?
O que eu vi, antes de tudo o mais, foi um jogo de vida ou morte protagonizado pelos jogadores pacenses e por alguns dos seus adeptos.
E custa-me a acreditar que a sua postura após o jogo, tivesse revelado o que de pior se pudesse imaginar de um país já pacificado. Se foi isto que ele absorveu da cultura vietnamita, desperdiçou uma boa oportunidade para manter uma postura minimamente equilibrada e decente.
Calisto deu a imagem de um “vietcong” ou de um "yankee" sem escrúpulos.
As suas declarações na flash interview são inadmissíveis.
Não é fácil digerir uma derrota deste tipo, mas ter o desplante de dizer que foi prejudicado pelo árbitro é surreal.
Ter comparado as suas aberrantes declarações com as queixas legítimas do Benfica na Luz contra os corruptos e ainda dizer que o Bruno César deveria ser expulso, é guerrilha suja, porca!
Calisto transportou-se para um cenário sujo, desrespeitador e mentiroso.
Foi ordinário e sem nível.
Carlos Barbosa, presidente do Paços de Ferreira, subscreveu as falsidades, num canto ao desafio com o seu treinador, ao jeito de “ora agora atiras tu, ora agora atiro eu”.
Ho Chi Minh tê-los-ia mandado pendurar de cabeça para baixo na copa de uma árvore da inóspita selva vietnamita.
Não souberam perder e muitos dos seus jogadores recorreram sistematicamente à violência gratuita.
Uma ganância, uma obsessão, que me deixou novamente a pensar que o célebre malote de notas andou a sobrevoar a Mata Real.
E se foi isto que Calisto de lá trouxe, é realmente de lastimar!
Antes de rumar ao Vietname e quando defrontava o Benfica era assim. A doença, anti-Benfiquite, continuou incubada durante todos estes anos.
Pena que os mosquitos e as serpentes no Vietname, não lhe tenham tratado devidamente da saúde!
GRÃO VASCO