Chico Viegas é um
nome igual a tantos outros. Um nome que poderia estar ligado a qualquer colega
de Chico Chicão, um jagunço do sertão brasileiro, personagem da telenovela “Gabriela”
que em vários episódios dessa produção se fartou de “morder” na Natália do
Vale, a célebre Óróra (Aurora), à época uma boazona
novinha em folha, a “estrear” e um dos melhores biscatos da TV brasileira.
Mas não.
Este Chico Viegas é
uma produção artística rasca cá do burgo, um pirata do lado de cá do Atlântico,
e ao que parece, entretém-se nas horas vagas (ou não) a “morder” o “outro” - o
outro clube melhor dizendo – seu ódio de estimação que tantas comichões lhe
traz.
O país está inundado
de péssimos exemplos e piores exemplares. Este é mais um de uma colecção que
não tem fim!
Mas o país é isto
mesmo. Um país sustentado por um regime em que a democracia é transformada
diàriamente numa corruptocracia e bandalheirocracia, em que um governante
tem a capacidade mimética de se camuflar conforme o meio com folclóricos
coloridos, que vão desde um cultural amarelado-azul-laranja político ao azul e
branco, melhor, bronco, riscado das barracas de praia do seu sectarismo
inadmissível no campo desportivo. Uma democracia onde se dá voz e espaço
mediático àqueles que sabendo da imundície que grassa a norte num grémio onde a
fruta, corrupção e putêdo são o prato do dia, a omitem e branqueiam com
rabiscadas indecentes em que o “outro” é a origem de todos os seus males e
complexos.
Chico Viegas provou
que na sociedade portuguesa qualquer sectário ordinário pode ser secretário de
estado.
Mas o Chico Viegas é
isto. É o verdadeiro representante do clube e do regime que o suporta.
Tal como os Ângelos
Césares e os Urgéis Hortas de outros tempos, cá estão os Chicos Viegas de hoje,
a lembrarem-nos de que seja na ditadura ou num triste regime como o nosso, há
uma agremiação em que os seus prosélitos não conseguem passar da cepa torta,
sofrendo de miopia crónica e doentia.
GRÃO VASCO