17.12.12

CSI ANTENA1 em busca do pentelho perdido



Gabão,

Algures na floresta equatorial

15 de Dezembro de 2012, 05 horas, hora local

 

Um corpo expedicionário composto por cientistas e génios de renome, embrenha-se pela densa selva gabonesa em busca do pentelho perdido.

 

Sabia-se, através de manuscritos em pele de chibo, encontrados em várias regiões remotas do Burkina Faso, que em tempos, alguém tinha deixado cair naquele impenetrável matagal uma preciosidade que a bem da humanidade urgia recuperar.

 

Ao fim de algumas horas de caminho e de incessantes buscas, junto a um pequeno riacho e com a ajuda de detectores especiais e de sofistificada tecnologia de ponta, aquele laboratório ambulante de sábios, encontrou um minúsculo pentelho com características semelhantes às do descrito pelos velhos alfarrábios africanos.

 

O achado que à partida constituiria uma relíquia de incalculável valor arqueológico foi imediatamente sujeito a testes para se saber qual a sua verdadeira natureza.

 

As hipóteses colocadas foram várias e a expectativa era enorme, mas na análise ao Carbono14, a desilusão foi completa – o dito cujo datava de tempos bem mais recentes. Mas mesmo assim, aquele grupo não quis deixar de saber a origem de um achado daqueles, para mais a mais à beira-rio e comparável à descoberta de uma agulha num palheiro.

 

Colocaram-se diversas hipóteses.

1 – como sendo de João Moutinho, quando este lá foi jogar pela selecção e que o vento terá arrastado para o interior do matagal.

2 – que o dono, fosse o gorila a que o Vercauteren recentemente se referiu.

3 – a hipótese de ser do “macaco” Madureira também era plausível, pois o bicho é capaz de tudo, com a agravante de o próprio ter sido encontrado, também há pouco tempo na selva do lagartêdo.

4 – de uma das púbis das “meninas” das célebres “arcas do Reinaldo”, admitindo-se que o dito cujo tenha sido transportado na baínha das ceroulas de algum dos convidados do “nuorte”, que habitualmente e à pala, acompanham as digressões da selecçôu…eee.

 

Após um estudo exaustivo destas diversas hipóteses chegou-se à conclusão que o dito cujo era pertença de um macaco-gibão autóctone e que por pagamento de uma dívida sua terá sido cedido como prótese a uma centopeia já extinta, em substituição de uma das suas múltiplas patas.

 

Mesmo assim, uma raridade naquelas selvas equatoriais.

 

Todos quiseram saber quem tinha sido a equipa de cientistas que tinha feito tão interessante descoberta. Tratava-se de facto de um team maravilha – o nada mais, nada menos, CSI da ANTENA1, composto por um lote de luminárias que imediatamente e a pedido de várias “famílias” se lançou para outra descoberta no Estádio da Luz.

 

Partindo imediatamente do Gabão em charter especial, mais pròpriamente de Libreville, chegaram a tempo e horas ao jogo entre o Benfica e o Marítimo.

Para gáudio dos ouvintes, lá estava a brigada dos experts pronta para mais detecções e análises…

 

Decorria já uma hora de jogo quando surgiram os primeiros indícios de que algo ia de encontro às expectativas de tão douta expedição.

 

Pacheco, apitadeiro do Porto, ao indicar categòricamente a marca de penalty, por mão de Roberge, do Marítimo, dentro da sua área e ao mostrar-lhe o cartão vermelho por acumulação de amarelos, obriga à “entrada” do corpo expedicionário da ANTENA1 em cena…

 

No estúdio daquela estação, um “iluminado” visiona o lance e com base na “teoria do pentelho do Gabão” lança a dúvida e a suspeita com uma análise “extraterrestre”, superior à do Carbono14 – “há um chega para lá de um jogador do Benfica num jogador do Marítimo, a bola sobrevôa os dois e acaba por bater de raspão no braço de Roberge. O árbitro está perto, mas a dúvida persiste.”

 

E assim, enquanto esta dúvida académica continuou a percorrer aquelas pérfidas cabecinhas pensadoras e os altifalantes dos transistors dos ouvintes, Cardozo, confiante, atirou a “redondinha” para a esquerda da baliza adversária, pondo o pobre guarda-redes ilhéu, autênticamente a cagar de joelhos…

 

O CSI lá continuou com mais dúvidas académicas, admitindo até a hipótese mais inverosímil do Roberge ser na realidade, no seu dia-a-dia, um amputado do braço direito, usando uma prótese nos treinos e nos jogos de futebol, tal qual a centopeia da estória africana…

 

Tudo serviu para tentar anular a hipótese penalty.

Mas, mais pentelho, menos pentelho, é que para desespero de alguns, o braço do infeliz lá estava pespegado na trajectória da bola e o penalty foi marcado.

 

Pentelhices…

 

GRÃO VASCO

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