O jogo da Luz, ontem, contra o Tottenham não me deixou saudades. Ao longo
de cinco décadas e meia tenho acompanhado a par e passo todo o histórico do
Benfica e tinha algum receio face àquilo que poderia vir a acontecer nesta 2ª
mão da Europa League.
Felizmente os deuses estiveram connosco!
O 3-1 de White Hart Lane constituía uma vantagem confortável, mas nunca
oferecia garantias da eliminatória estar fechada.
A opção de formar uma equipa do Benfica de segunda linha, poderia trazer
amargos de boca, pois ao contrário das bestas
cumentadeiras habituais, a começar pelo Ribeiro Cristóvão e a acabar no Jorge
Batista, o Tottenham até se deu ao luxo de colocar no banco dos suplentes,
jogadores como Eriksen e Kane, mas matreiramente jogou as fichas todas no
ataque com Townsend, Soldado e Lennon e com um meio-campo consistente com
Bentaleb, Sigurdsson e Chadli. E para culminar este falso desisteresse do
Tottenham nesta 2ª mão, Tim Sherwood, jogando no efeito surpresa, “cavou” sorrateiramente
para a bancada.
Muito embora o score até tenha
começado a ser favorável ao Benfica, não poderia haver descuidos. E na
realidade, houve uma série de factores e alguns equívocos tácticos que acabaram
por provocar uma situação final aflitiva, com o Benfica a ver-se em palpos de
aranha para segurar a eliminatória dentro dos noventa minutos.
Inclusive, a jogada que dá origem ao penalty
convertido por Lima surgiu já no derradeiro momento, depois de uma catadupa de
calafrios, impensáveis a meio do jogo.
O risco foi exagerado. A descompressão e a desconcentração de alguns
jogadores foi evidente. E a velocidade dos avançados dos Spurs na recta final, só não ditou outro destino à eliminatória
porque a sorte esteve do nosso lado.
Desejo sinceramente que os quinze minutos finais deste jogo tenham
servido especialmente de lição a quem aligeirou, e de que maneira, uma ameaça
que já muitos como eu, sabiam de cor e salteado – os ingleses jogam o jogo até ao último apito de árbitro!
Assim aconteceu!
GRÃO VASCO