A Águia Real e as alucinações do burro
Se La Fontaine fosse
vivo e tivesse assistido ontem, em Guimarães, ao jogo entre vimaranenses e
Benfiquistas, teria muito que contar.
Renato Sanches e sérgio conceição, actores num palco
temível e violento, bem poderiam ter sido os personagens principais de uma nova
fábula do escritor francês - “ A Águia Real e as alucinações do burro”.
Guimarães é um reduto
tradicionalmente difícil para o Benfica, mas isso nunca obstou a que num número
significativo de vezes o seu castelo acabasse por ser conquistado pelos “magrebinos”
da mouraria lisboeta. Já lá vi muitos 1-0’s a favor do Glorioso, como por
exemplo um mais recente, o da cabeçada do Ramires no nonagésimo minuto de jogo
ou um outro, já na longínqua época de 1977, no tempo de John Mortimore, em que
num dia chuvoso e numa peleja tremenda,
Bastos Lopes sentenciou a partida aos 78 minutos.
O jogo de ontem não
fugiu à regra. Onze xaropados, equipados de branco, correndo como nunca,
batendo com violência como se não houvesse amanhã, numa batalha sanguinária em
que só não valeu arrancar os olhos dos jogadores Benfiquistas. Mas desta vez, o
xarope vitoriano, feito algures numa floresta nos arredores de Vimaranis num caldeirão de um qualquer
druída contratado em Braga, só durou 70 minutos. Depois foi o diabo – o oxigénio
da botija esgotou-se e Renato Sanches, um Águia Real como há muito não se via
nos céus da Luz, em vôo picado, disparou tamanho balázio mágico, qual duende
que transformou sérgio conceição num
burro de grandes orelhas com mau perder, zurrando à toa, desalmadamente.
Com este espécime foi
assim na época passada ao serviço do sp.
braga, quando sob a complacência e a cumplicidade vergonhosa do
despromovido apitadeiro Marco
Ferreira, orientou uma pandilha de trauliteiros que do princípio ao fim bateram
e agrediram em tudo o que fosse Benfica. Jonas que o diga! E ontem foi mais do
mesmo. Um despautério incrível desde o início da partida, com os jogadores vimaranenses
a tentarem intimidar de todas as formas os jogadores Benfiquistas, com
agressões, provocações e picardias.
Se o apitadeiro “os tivesse no sítio” e fosse a isenção
a sua principal qualidade, tinha expulso pelo menos dois jogadores vimaranenses
logo no início do jogo, tal a violência das suas agressões recorrentes sobre
Jonas, Gaitán, Renato & Cia.
Conceição é medíocre. Em
tudo. Na vaidade, na presunção, na postura. Contra o Benfica, tudo isto nele
cresce de forma exponencial. Aquele golo monumental do novo “pérola negra” do
Benfica provocou-lhe um azedume indescritível fazendo-o espumar de raiva.
Queixa-se de Xistra? Da
sua dualidade de critérios?
Arenga que o Vitória de
Guimarães esteve por cima do Benfica?
Podemos ir buscar o fim
dessa suposta fábula de La Fontaine e concluir:
- “E o burro, mentiroso, zurrou, zurrou, zurrou até mais
não poder, agastado pela derrota, justa e inapelável!”.
GRÃO VASCO