Reescrevo aqui, hoje, as
palavras que lhe dediquei.
Eusébio foi único!
Lá no Céu, na
Galáxia dos Imortais
Eusébio,
Eusébio, Eusébio!
Uma torrente de
lágrimas caiu do céu anunciando a tua partida. Da Luz para uma luz infinita,
intemporal, a Luz da Imortalidade!
Olho para o Céu
e vislumbro-te, brilhando como uma estrela de primeira grandeza nesse lugar de
esplendor e glória – a Galáxia dos Imortais!
Sim, és
grande, és ímpar, és glorioso!
Merece-lo!
Pela tua
nobreza de carácter, pelo teu talento, pelo teu humanismo, pela tua
simplicidade, pela lição de vida que nos deste!
Com o meu
cachecol glorioso ergui os braços ao céu, cantei o nosso hino, gritei o teu
nome, disse-te adeus e chorei. Intensamente. Tanto quanto das muitas vezes em
que, ainda catraínho e adolescente, exultei com as grandes jogadas que fizeste,
com os golos que marcaste e as extraordinárias vitórias que me ofereceste.
Com a tua
generosidade eternizei o meu Benfiquismo.
Aprendi a
saber perder e a vibrar com alegria nas horas vitoriosas.
Aprendi a
honrar os vencidos e a glorificar os vencedores.
Aprendi a ser
cada vez mais um homem bom.
Quando numa
sentida homenagem, o Óscar se aproximou de ti e te tocou por breves segundos,
num impulso comovente e único, senti a força da tua alma, a força do teu
querer, a força da tua inspiração. Senti que o teu espírito percorre os eleitos
e lhes transmite a vontade de serem melhores, de serem os vencedores.
Nunca te
conheci, nunca te toquei, mas naquele momento tão simbólico, foi como se
estivesse ali, ao lado do Tacuara, honrando a tua memória, recordando os
teus feitos, inspirando-me no teu exemplo sublime.
Vi-te no
Templo, na derradeira volta de consagração antes de partires. Arrasadora e
mesclada por um turbilhão de emoções indescritíveis, mas que me fizeram sentir,
que tu, Eusébio, também fazes parte de mim, entronizado no salão de ouro e
diamantes do meu coração.
Obrigado,
Rei!
GRÃO VASCO