16.7.19

"Um pontapé n’atmosfera"



“Quando um futebolista falha um chuto no esférico, não acertando nele, diz-se na gíria futebolística que deu um “pontapé na atmosfera”.

O mesmo aconteceu ontem, não com um futebolista qualquer, mas com João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e Desporto, ao comentar as declarações de Bruno Lage sobre os desacatos ocorridos no Estádio Cidade de Coimbra, aquando do jogo Académica-Benfica e que culminou com a queda de um adepto Benfiquista da vedação que separa a bancada da pista de atletismo, acabando por feri-lo com muita gravidade.

A transcrição em alguns órgãos da CS – record e outros – dos seus comentários à TSF sobre as declarações de Bruno Lage causaram-me, sobretudo, perplexidade.
Quando, entre outras banalidades e “chuviscos no molhado”, disse que “…eu espero que as suas declarações sirvam para também de alguma forma dar exemplo e desde logo aos seus próprios adeptos.”
A diferenciação que ousou fazer em relação aos adeptos do SL Benfica dando-lhes um destaque único e omitindo todos os outros, indiciou, no mínimo, uma atitude discriminatória pouco consentânea com um governante que diz manter-se isento do ponto de vista clubístico, para mais a mais sabendo-se que o autor da lamentável façanha em Coimbra não era Benfiquista.

O Sport Lisboa e Benfica, através de um texto da “Benfica News” abordou o incidente e de uma forma esclarecedora e de grande alcance elucidou JPR que os comentários por si proferidos deveriam ter tido uma maior abrangência subentendendo-se uma crítica velada à forma redutora e básica de mencionar somente os adeptos do Benfica e às suas pífias acções políticas na área da violência no desporto especialmente do futebol.
Para que não haja dúvidas, aqui deixo publicado a parte do texto da “Benfica News” que alude a este ponto.

[Nos últimos seis meses, dois adeptos do Benfica foram hospitalizados por atos de pura violência gratuita. Nenhum dos casos envolveu qualquer tipo de confronto, nem pertenciam a qualquer grupo organizado de sócios. E foram vítimas precisamente de atos perpetrados de forma organizada por elementos de claques.

O primeiro passo para se pôr fim de forma veemente e definitiva a estas situações é ser célere na identificação e punição dos verdadeiros prevaricadores, estabelecer leis e regras claras, sem subterfúgios e que não sirvam apenas para legalizaram uma espécie de crime organizado, e que, finalmente, enfrente com coragem quem se considera acima das leis e exiba em todo o lado o seu poder de ameaçar e coagir tudo e todos a seu bel-prazer.

Sem clubites, sem olhar a cores, todos assumindo as suas responsabilidades, trabalhando para uma concretização das novas leis de uma forma séria e concreta em prol da promoção e projeção efetiva do futebol português, é esse o dever que nos compete concretizar nesta nova época.]

Estranhamente, JPR, já por diversas ocasiões aproveitou para enviar uns recados e umas alfinetadas ao Benfica eivadas de muita hipocrisia. Ontem tratou outra vez de fazê-lo e de uma forma precipitada e muito pouco cuidada.

Aproveito este momento para transcrever um pequeno excerto de uma “entrevista” publicada na Revista da Feira – Feira de S. Mateus em Viseu – de Agosto de 2018 e que se resume a uma pergunta e respectiva resposta mas que é bem elucidativo.



Jornalista – Esta ficha dos carrinhos de choque é vermelha. Gosta da cor?
JPR – Gosto porque é a cor do PS. Mas do ponto de vista desportivo prefiro o verde.

- Pois, pois, “entendi-te”! – já dizia o nosso amigo alentejano.

Mas que grande “pontapé na atmosfera”!


GRÃO VASCO





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