Os revisionistas da murcanzoada sediada no lugar do Freixo,
na Palermo portuguesa, que “descobriram” há uns anos atrás, uma nova data para
a fundação do grémio da fruta corrupção
& putêdo bem dariam fortunas para que se apagasse da história do
futebol português este episódio que é o paradigma da batota e da corrupção que
durante estes últimos trinta anos tem andado de mão dada com a corja corrupta afecta
ao fcp.
Para aqueles que hoje
têm idades entre os vinte e os trinta anos e que ainda pouco sabem porque é que
Sir Alex Ferguson, entre muitos outros, incluindo Platini e Santiago Segurola
do jornal espanhol MARCA, disse que o grémio das barracas de praia ganha campeonatos
comprados nos supermercados, aí está a explicação.
Esta e outras
práticas eram comuns na estratégia subterrânea que essa agremiação adoptou,
para ganhar sem escrúpulos.
Carlos Calheiros
acolitado pelos seus irmãos gémeos barbudos, seus fiscais-de-linha, foi nesses
tempos, um dos principais vectores da promiscuidade, bandalheira, compadrio e
mascambilhas incrementados pelo grémio da fruta e que resultou no ganho de
muitos campeonatos e outros troféus, em que a trapaça e a vigarice estiveram
sempre presentes.
Hoje passam 17 anos
sobre a partida de Carlos Calheiros para o Brasil “à conta” do fcp. Nessa altura, tudo corria sobre
esferas, até que, algum tempo depois, ao descobrir-se esta “oferta” tão
generosa dos mafiosos do Freixo, o “artista” do apito, correu num afã ridículo
para a agência de viagens para pagar o que já estava pago há muito tempo, só se
lembrando desse pagamento em falta quando alguém de dentro da Cosmos deu com a
língua nos dentes e o assunto saltou para a comunicação social.
Num país a sério,
esta gentalha teria passado as suas verdadeiras férias atrás das grades. Aqui,
a escumalha da fruta e do putêdo continua
à solta e impune, tentando por todos os meios branquear com lixívia forte todo
este nojo e muitos outros.
Por mim, nunca deixarei passar esta efeméride em falso.
Por mim, nunca deixarei passar esta efeméride em falso.
Segue artigo de Leonor
Pinhão no Jornal A Bola em Julho/2005
Neste mês de Julho passam 10 anos
sobre a viagem de Carlos Calheiros ao Brasil, um rocambolesco episódio
justificado por «lapsos» no debitar de facturas.
Para os amnésicos
compulsivos.
No
próximo dia 18 de Julho faz dez anos que o árbitro Carlos Calheiros, da
Associação de Viana do Castelo, embarcou para o Brasil na companhia de
familiares, para um justo período de férias repartidas entre o Othon Palace do
Rio de Janeiro e o Hotel Sheraton do Recife. A factura da viagem e da estada da
família Calheiros foi debitada pela Agência Cosmos ao FC Porto. Por lapso, como
mais tarde viriam a explicar o próprio árbitro, o clube e o operador turístico.
A efeméride merece ser celebrada por todos os que se preocupam com a causa da
arbitragem nacional neste momento em, que passada uma década, se volta a
discutir se os juízes de campo devem ser sorteados ou nomeados para dirigir os
jogos da Super Liga. A data deve ser lembrada com insistência na face de todos
os amnésicos compulsivos para quem, subitamente, os árbitros se transformaram
na escória do futebol português. Só porque o Benfica conseguiu, ao cabo de onze
anos, conquistar o título de campeão nacional? O episódio é, por ventura, o
mais rocambolesco e o mais exemplificativo de uma época dourada em que os
árbitros eram o máximo e só se queixavam dos árbitros os maus perdedores, os
invejosos e os passarinhos. Celebremos, então, entusiasticamente o décimo
aniversário da viagem de Carlos Calheiros ao Brasil. Foi a SIC quem trouxe o
caso para a praça pública, a 1 de Novembro de 1996, e no dia seguinte os
jornais desportivos e generalistas não tiveram outro remédio senão dar
seguimento ao assunto. «Calheiros, engenheiro de profissão, viajou ao Brasil em
Julho de 1995, na companhia da sua mulher e filha, e a factura da deslocação,
da agência Cosmos e no valor de 761 contos, apresenta o FC Porto como a
entidade a quem deveriam ser debitados os custos das férias. Estranha é também
a forma como o ex-árbitro é identificado na factura. O seu nome completo é José
Carlos Amorim Calheiros, e no documento aparece como José Amorim», lia-se no
«Público». Calheiros reagiu ameaçando com a Justiça. O árbitro, em declarações
ao «Independente», clamou e reclamou pela sua inocência: «Vou pôr a Cosmos e o
FC Porto em tribunal, por difamação e abuso da minha boa fé. Limitei-me a
aceitar uma viagem da Cosmos e agora aparece isto.» Mas a história da viagem de
Carlos Calheiros ao Brasil não se ficou por aqui. De acordo com declarações de
«um vice-presidente do FC Porto» ao «Público» o imbróglio terá tido início quando
o ex-árbitro contactou o clube das Antas para que «o FC Porto, atendendo ao
facto de ser um cliente habitual da Cosmos lhe conseguisse um preço especial».
«O próprio Carlos Calheiros foi depois à Cosmos tratar das formalidades e, mais
tarde, pagou ao FC Porto», acrescentou o anónimo dirigente portista. Esta
versão foi confirmada pelo administrador da agência de viagens, António
Laranjeiro: «Carlos Calheiros falou com o FC Porto para usufruir das condições
especiais que a agência concede ao clube e acertou as contas posteriormente com
o clube.» Calheiros apresentou uma perspectiva diferente do assunto: «Informei
a Cosmos de que lamentava que, abusivamente, tenha feito seguir para o FC Porto
as facturas e os recibos de uma viagem que eu pensava que me tinha sido
oferecida e exigi que seja feita a emissão do recibo, que eu sempre pedi e que
nunca me foi dado, para que possa liquidar a dívida.» O «Independente»
revelaria que na sequência da investigação da SIC, o ex-árbitro terá recebido
uma carta do FC Porto, assinada por Diogo Paiva Brandão, director-geral do
clube, confirmando que a factura estava contabilizada nas contas do FCP com o
número 4144, com a data de 18 de Julho de 1995 e que foi liquidada pelo FC
Porto à Cosmos. O semanário teve acesso a esse documento e transcreveu-o: «[a
deslocação ao Brasil] foi indevidamente debitada ao nosso clube. Na realidade,
devido ao facto de a factura ter sido enviada num conjunto de diversas outras,
passou despercebida aos nossos serviços e não foi detectada a irregularidade da
sua emissão. Por isso, e dado que o clube já liquidou, por lapso, o respectivo
montante à agência de viagens, convidamos Vossa Exª a liquidar de imediato o
valor, em escudos, de 761.713, nos nossos serviços para podermos considerar o
assunto encerrado.» A verdade é que o assunto ficou mesmo encerrado. Foi
esmorecendo nas páginas dos jornais, das ameaças de tribunal nunca mais ninguém
ouviu falar, da presumível investigação da Polícia Judiciária também nunca mais
ninguém ouviu falar e tudo leva a crer que Carlos Calheiros tenha, finalmente,
pago a viagem que julgou ser uma benfeitoria desinteressada e tenha ainda hoje,
em sua casa, emoldurados o recibo e a factura desses dez dias no Brasil. Tudo
não passou de um lapso. Ou de vários lapsos, se quiserem. Nenhuma organização é
perfeita. Era tudo boa gente. Ai que saudades, ai, ai.
Artigo de Leonor Pinhão no Jornal A Bola em Julho/2005
GRÃO VASCO