No
horizonte competitivo do Benfica, ao fim de mais de uma dezena e meia de
jornadas e em alguns dos momentos de menor fulgor exibicional dos nossos Bravos do Pelotão, tem brilhado no céu um astro cintilante.
Para
ser sincero, já passaram dois dias sobre o mais recente jogo na Luz e ainda não
estou completamente refeito do susto que passei durante sessenta minutos – os correspondentes
à primeira hora do desafio entre Benfica e Portimonense.
Na
realidade, nas bancadas, no relvado e em todos os locais onde os Benfiquistas
assistiam ao jogo, a terra tremeu com sucessivas réplicas que culminaram com o forte
abalo “Tabata” no início da segunda parte!
Mas
o Destino tem por vezes algo que ninguém consegue explicar racional e cientificamente
– do iminente KO definitivo, o Benfica, num volte-face de quatro minutos, fez com
que todos os seus adeptos passassem na meia hora seguinte ao abalo “Tabata”, de
uma angústia severa para uma crescente e indescritível exultação de uma vitória
gorda com números impensáveis!
Na
sequência da minha percepção antecipada do desafio e da atmosfera mediática
criada em seu redor – as declarações atrevidas e desafiadoras dos jogadores e
técnico do Portimonense deixaram logo no ar ao que viriam – tive a premonição
de que poderíamos ter uma desagradável surpresa.
E
tivemo-la, porque a par do melhor jogo do Portimonense esta época, os nossos
jogadores sobrepuseram mais uma vez durante a primeira hora de jogo, o medo de
perder à vontade de vencer.
Quando
essa situação paradoxal desapareceu poucos minutos após o golo do Portimonense,
o jogo virou completamente – a entrada fogosa e determinada de Jonas e a
vontade indómita de Rafa, acompanhadas logo depois pelo empenho destemido dos
restantes jogadores Benfiquistas, inverteram totalmente o destino e o resultado
do jogo.
Pouco
mais haverá a dizer sobre o desafio. Já li dezenas e dezenas de explicações técnico-tácticas
transcendentais dos “doutores da bola”, consoante a cor dos seus autores.
Não
vou, nem nunca irei por aí.
Não
sou especializado em futebol nem nas teorias que lhe estão subjacentes. Vejo o
futebol pelo futebol, vivendo as suas emoções e os seus golos, constatando
simplesmente que há grandes equipas e grandes jogadores, bem como o contrário, na
certeza de que o mesmo é às vezes uma “caixinha de surpresas”, boas ou más.
Essas
pseudoluminárias futeboleiras, que são cada vez mais, aborrecem-me.
No
entanto, quero aqui deixar bem vincado que se os jogadores do Portimonense
jogassem sempre como jogaram e apresentassem a disponibilidade física que
ostentaram contra o Benfica, durante quase todo o jogo, a esta hora que
acabaram de se livrar de sezões ao garantirem a permanência na divisão máxima,
por certo teriam mas era obtido um lugar cimeiro no campeonato com uma
candidatura à Europa League da próxima época e também não teriam sido
sistematicamente goleados pela sua casa mãe, sita a norte, na Inbicta – possivelmente a causa desta sua
grande exibição, apesar da goleada que sofreram, será a atmosfera única do
Estádio da Luz, onde os jogadores forasteiros, adversários do Benfica, têm as
célebres miragens de uma imensa nuvem de alvíssaras gordas a voar sobre o
relvado…
A
caminhada faz-se jogo a jogo. Bruno Lage e os seus pupilos são os primeiros a dizê-lo
tendo consciência de que é assim que alcançarão o que tanto desejam. Tal como
todos os adeptos Benfiquistas.
Que
a competência e a ambição os acompanhe e que a estrelinha do Destino se
encarregue de fazer dos Bravos do Pelotão os autênticos Campeões da época.
TUDO
PELO BENFICA!
GRÃO VASCO