- Há fogo! Há fogo! Acudam! – gritavam
desesperadas, “Micas Húmida” do Canidêlo
e Elsa “Boquinha de Beludo”, duas
presenças assíduas nos calores noctívagos da Taverna do Infante e demais bas-fonds
da Palermo portuguesa.
Na
verdade, para aquelas bandas está tudo a arder. O fogo, intenso e nunca visto,
alastra por todo lado. De Contumil ao Freixo surgem vários focos de incêndio a
cada minuto que passa. Os sinos da Sé e da igreja de Santo Ildefonso tocam a rebate. Dos
Clérigos à Foz as sirenes não páram de tocar e as carripanas do bombeiral da
Madalena, de Valbom e da Ribeira vão e vêm rua acima, rua abaixo, tentando
apagar o impossível.
A
seca da época passada provocou uma autêntica tragédia. O incêndio está fora de
controle, falta dinheiro e os meios são escassos para um combate sem fim à
vista.
Bruma
sumiu-se num fósforo.
Keylor
Navas, Anthony Lopes, José Sá, Kubek e Trapp assistiram ao incêndio de longe.
Brahimi
e Herrera fugiram das chamas.
Casillas
ficou no quartel dos bombeiros.
Para
Hernâni o fogo é outro.
Óliver
Torres recusou o bombeiral e escapou para
Sevilha.
Adrián
Lopez contornou a fornalha incólume mas ficou afectado pela tragédia.
Cláudinha
não consegue endireitar a agulheta da mangueira do comandante dos bombeiros. Sílvia não a agarrou quando o homem malhou pela escadaria abaixo. Nandinha já largou a dita faz tempo. Agora, ela parece uma bicha de rabiar, de
jacto fraco a esguichar água para todos os lados menos para o centro do fogo.
Aboubakar
quer ver incêndios na China.
Marega
tenta vislumbrar uma forte ignição em Inglaterra.
Tiquinho
só manda “tomar no cu”.
Coentrão,
um fumador inveterado, jogou a beata fora e “ardeu” nos palheiros das claques.
A
ignição mais preocupante e mais recente começou a sul no Algarve. Esse vendaval
de fogo que Danilo desencadeou com o novo chefe do departamento de comunicação
andrade a lançar mais achas para a fogueira, foi de tal ordem, que as chamas que
chegaram ao Freixo e ao Olival já começaram a chamuscar os tímbalos do Madaleno e os
cagueiros do Xico Trafulha, do Mastim Gonçalbes e do Cabeça de Burro Amaral.
Um
grupo de voluntários sem liderança, englobando morcões, incendiários disfarçados, paineleiros, cUmentadeiros, chulos,
desdentados, mentecaptos, carteiristas, vadios da Vandoma acorrem à
tragédia sem saberem o que fazer. Não há voz de comando, não há nada. O símio alfa, especialista em rachas e
outras manigâncias ilícitas, não quer saber de fogos. Os outros deram de
frosques. É o caos. Tudo continua a arder…
…
E a barraca azul corrupta abana!
A
catástrofe revela-se a cada momento que passa. Ninguém se entende. Surgem
conflitos, logo desmentidos e depois confirmados. A barafunda confunde-se com
as labaredas. As trupes pretorianas, superdragões e colectivos, tomam como
refém a direcção do bombeiral, que sem pulso, dividida e infestada de toupeiras
caminha para o abismo.
Ah,
Krasnodar, Krasnodar!
A
glória espera-te na Champions League!
GRÃO VASCO