17.2.20

‘Maregada’ ou um cúmulo de hipocrisia



Não!
Não sou nem serei Marega!
“Je ne suis pas Marega”

O racismo é intolerável e as farsas relacionadas com ele, também o são. Ainda mais quando, quem agora tanto se abespinha, tem mais que telhados de vidro e que noutras situações, num passado recente e em tudo semelhantes àquela que Marega viveu ontem, passou por elas como cão por vinha vindimada, inclusive criticando e apoucando as próprias vítimas desses abusos racistas – relembre-se entre muitas omissões e branqueamentos o infeliz episódio da “medalha de lata” com que o Record das petas brindou cinicamente o atleta e ex-jogador do Benfica, Nelson Semedo, elevando ontem Marega a mártir do racismo e à “medalha de ouro” pelos mesmos motivos.
Hipocrisia e nojo!
Marega tem toda a razão para se indignar e pedir contas a quem o ofendeu. Mas mais nada. Nada de foguetório barato. Foguetório, foguetório, nestas alturas em que nem começaram as romarias de Verão, só em Gaia, próximo do hotel onde habitualmente fica o Benfica nas deslocações ao norte. Nada de piretes e outras cenas menos próprias que protagonizou, invectivando também algum público com provocações à medida.
O que é “garantidinho”, é que se o que se passou tivesse sido com algum jogador do Benfica e este tivesse respondido como Marega o fez, teríamos os mabecos do costume logo a ganir - os rafeiros anti-Benfica a norte e também a sul – contrapondo que pela sua resposta, o visado teria perdido imediatamente a razão e o ruído sobre o racismo teria sido logo abafado. Assim, foi ampliado até à exaustão, chegando ao ridículo da CS interpelar o PR e o PM deste país.

O que tenho presenciado desde ontem à noite nas TV’s, rádios e imprensa é absolutamente surreal, próprio de um país desgovernado, com um secretário de estado da juventude e desportos à deriva – a desdobrar-se hoje em entrevistas em tudo o que são TV’s - e de uma CS terceiro-mundista, lamaçal de mentecaptos principais fomentadores do ódio e da violência que campeia pelos relvados do futebol indígena, de chicos-espertos, de provincianos bacocos, de malabaristas, de manipuladores e de indivíduos sem isenção, sem moral e sem ética profissional.
Enfim, uma hipocrisia deplorável de uma corja de parasitas que se besuntam de esterco todos os dias quando fazem capas de jornais repletas de mentiras, fabricam casos e notícias falsas, criam suspeições ou emitem artigos de opinião inenarráveis e incendiários ou quando nas TV’s apelam ao ódio e à violência, à cegueira e à subversão dos valores pelos quais se pautam os simples cidadãos e que são imprescindíveis numa sociedade de paz, ordem e progresso cada vez mais solidária e justa.

Como é possível a RTP, iniciar o seu Jornal da Tarde, emitido da RTP Porto com uma notícia eivada da mais infame hipocrisia?
Uma farsa de 15 minutos à moda da Palermo portuguesa!
Mas mais ridículo foram os 28 minutos na TVI sobre o racismo e o Jornal de Síntese da SIC às 13 horas, que preencheu praticamente toda a emissão com a ocorrência no estádio do Vitória de Guimarães.

Onde estava a RTP Porto, quando no mesmo estádio – Guimarães – Nelson Semedo, que à data jogava no Benfica, foi alvo dos mesmos insultos racistas?

Onde estavam a A BOLA, o Record e outros miseráveis pasquins, nessa altura? E o resto da CS?

Onde estava esta corja espúria quando Renato Sanches foi selvaticamente perseguido e achincalhado ao colocar-se em dúvida a sua verdadeira idade por causa da sua côr, por pessoas e publicações perfeitamente identificáveis?
Onde estava esta mesma corja de “indignados” – só quando lhes convém – quando o mesmo Renato foi alvo de cânticos de cariz racista em Vila do Conde, quando o Rio Ave em 2016 perdeu em casa contra o Benfica?

Porque é que este bando de hipócritas, não apelou nessas alturas à polícia e ao ministério público para averiguar estas ocorrências e só agora é que fala em procedimentos criminais pelos cânticos e posturas racistas?

Onde estavam todos os que agora rebentam com os botões das camisas e rasgam as respectivas vestes quando dois jogadores do Manchester City – Balotelli e Yaya Touré – num jogo europeu, em Portugal, no estádio do Dragão, foram alvo de imitações de vozes de macacos por parte de adeptos portistas? 

Onde estava, ainda há bem pouco tempo esta corja danada quando surgiram sistematicamente nos pontões de acesso e mesmo dentro da cidade do Porto, tarjas gigantes a letras brancas e fundo azul a dizer “BEM-VINDOS FILHOS DA PUTA”, ou “IDES SOFRER COMO CÃES”, “MORTE AOS MOUROS” (estas até foram colocadas, bem visíveis, junto ao relvado dos estádio das Antas e do Dragão), numa inequívoca referência ao Benfica, aos seus jogadores e às suas Gentes?

Onde estava esta corja de indignados de agora quando apareceram pendurados num pontão, dois bonecos insufláveis equipados a rigor, um como árbitro e o outro como jogador do Benfica, simulando o seu enforcamento?
O que é isto, senão uma forma bem caracterizada de racismo, em que a questão fundamental é a cor da camisola?
Vermelha, para que conste.

Onde estava e está, esta miserável gentalha quando as Casas do Benfica são vandalizadas e grafitadas com frases intimidatórias, tais como “chegou a vossa hora”, “slb filhos da puta”, “lampiões filhos da puta”?

Onde estava e está esta corja de virgens ofendidas que vêm agora tomar as dores de quem lhes convém quando uma corja de bandidos, criminosos com livros publicados a relatar tenebrosas façanhas e energúmenos de um submundo muito perigoso a norte, agora arautos e defensores do coitadinho do Marega, cantava em pleno pavilhão Dragão Caixa, “Ai quem me dera que o avião da Chapecoense fosse o do Benfica”?

Onde estavam também, o presidente da Federação, o presidente da Liga e quejandos, nestes tristes acontecimentos?
O que fizeram? Mostraram alguma indignação? Condenaram todos estes actos com a veemência com que o fizeram hoje?

O que fizeram a CS, as autoridades governamentais e desportivas perante este despautério que se arrasta há anos e sempre com os mesmos protagonistas?
Nada. Mas hipocritamente vieram hoje todos a terreiro, clamar aqui d’el rei, que o que aconteceu ontem em Guimarães foi um crime de lesa-pátria!

Também foi notícia que a polícia está a investigar a ocorrência e a identificar os seus possíveis autores.
Como?
Então esta mesma polícia, a norte, já apresentou algum resultado sobre a investigação ao crime – no mínimo tentativa de homicídio a todos os passageiros e condutor que integravam a excursão - de que Bruno Simões, um adepto do Benfica, foi alvo e que o deixou desfigurado e em estado grave ao ser atingido por um paralelepípedo lançado conta o vidro da frente do autocarro em que viajava, quando passava pela portagem dos Carvalhos, no Porto?
E já identificou os agressores às famílias que recentemente foram receber e saudar a equipa do Benfica ao hotel em Gaia?
E já identificou os autores do fogo-de-artifício - que é proibido - dentro da cidade de Gaia e próximo do hotel onde pernoitava a equipa do Benfica?
Que dimensão é que foi dada a todos estes acontecimentos?
Que dimensão?
Nenhuma!

Absolutamente infame o que tem acontecido com todo este maralhal – situacionistas pró-fcp e alguns miseráveis afectos ao scp – a assobiar para o ar de acordo com as suas conveniências e com a inadiável necessidade do grémio da fruta, do café com leite e do tecido das barracas de praia, a norte, ter de ser de qualquer maneira campeão esta época, contribuindo assim com todos os intervenientes e todos os acontecimentos para esse fim!
Este é um exemplo paradigmático como se usa a propaganda populista para ser evitado o descalabro que está mesmo à entrada da porta do estádio, onde um homem se suicidou, encontrado todo nu com uma faca no bolso, já que a pistola, comeu-a um dragão.

É a “maregada” em todo o seu esplendor com um aproveitamento perfeito por toda a lixeira comunicacional de “pintos”, “mastins gonçalbes”, trolhas, aníbais, baldaias, amarais, cegos guedelhudos, macacos e demais fauna a laborar a todo o vapor!
Só não vê quem não quer!

GRÃO VASCO


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