Duas horas de pé, ao frio, e posso dizer que valeu a pena. Não só por ter convivido tão de perto com os mágicos, mas por outras razões, como ver o meu Benfica ser tão fortemente apoiado na minha cidade. No local em que me encontrava, na primeira fila a cerca de quatro metros do autocarro, encontrava-se também o pequeno Edgar, um rapazinho de 8 anos que nunca tinha visto o nosso Enorme tão de perto, porque o pai não tem posses para que tal aconteça (conheci o senhor e o menino no local, e posso dizer que o pai desfez-se em lágrimas quando me contou isto, dizendo-me desesperadamente "nunca pude mostrar ao meu filho o que é o Benfica". Há situações que comovem um homem, e confesso que tive de limpar a lágrima do olho quando, à passagem dos jogadores, o pequeno Edgar não aguentou a felicidade e também ele se desfez em lágrimas quando os viu, como se fosse a criança mais feliz do Mundo. Após a saída da camioneta que transportava a comitiva benfiquista, abracei o pai do Edgar e disse-lhe para ter muita força, porque mais cedo ou mais tarde, a vida vai ser justa com a sua família benfiquista e que a próxima vez que o visse, que fosse no Estádio da Luz, com o Edgar, a celebrar mais uma de tantas vitórias do nosso Benfica. Deixei a zona do hotel já a noite estava escura e gélida, e não pude ficar indiferente, chorei como um menino nessa noite, quando Javi García desferiu aquele remate temeroso para o fundo das redes da fruta, da corrupção e do putedo, sabendo que Edgar e o pai estariam a viver, igualmente e no calor do seu humilde lar, uma noite de alegria, de sonho, de Benfica!
Volto a repetir, chorei como um menino nessa noite...
Um grande bem haja aos meus amigos Grão Vasco e Lucífer e peço desculpa por me encontrar ausente há tanto tempo, mas desta vez tinha mesmo que partilhar convosco esta história de tamanho benfiquismo.
Até lá, Francisco Pinto.
FRANCISCO PINTO