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O Marechal e o primeiro ordenança
Carlos Queirós ficará para sempre conhecido, por ser o seleccionador das camadas jovens que conquistou dois títulos mundiais para Portugal, em juniores ou no que se convencionou chamar de sub-20.
Muito bem. Desenvolveu um trabalho meritório e indiscutível.
Depois disso e quando enveredou pelos seniores, recordo-me do fiasco que teve no Çeportèn e depois da sua saída como seleccionador nacional, quando afirmou que a federação tinha de ser limpa da porcaria que por lá proliferava. Após estes episódios perdi-lhe o rasto. Acabei por encontrá-lo como sargento ajudante de Sir Alex Ferguson no Manchester United. Causou-me admiração um indivíduo tão cotado como Queirós passar a ser o primeiro ordenança da velha raposa inglesa. Mais uma fugaz e mal sucedida tentativa de emancipação europeia com passagem pelo Real Madrid e retorno à caserna de Sir Alex. Mas tudo bem, ele lá sabe a vidinha dele e com grossas libras a choverem de um dos clubes mais ricos do mundo, é compreensível que se albergue num segundo plano muito acomodatício, pois pelos vistos só alguma selecção africana estaria na disposição de o contratar para treinador principal.
Qual não foi o meu espanto quando Madaíl, num dos seus rasgos de visionário de pacotilha, o convida novamente para seleccionador nacional. Cargo aceite perante estupefacção geral. Os serviços de limpeza da federação numa tarefa eficiente, conseguiram expurgar a porcaria, mantendo à mesma em funções os autores de todas as anteriores descargas. Creio que nesse momento, Queirós perdeu capacidade olfactiva e visual, pois o cheiro e a merda na instituição eram exactamente os mesmos.
O epílogo desta ligação fedorenta foi o que se viu e ainda se vê. Triste e pouco dignificante para todos os seus intervenientes. O que não é de admirar.
O que é certo é que durante o tempo que esteve à frente daquilo a que se chamava e creio que ainda chama selecção nacional, nunca deixou de andar de mão dada com o “chefe do caixa”.
Talvez por isso e por questões meramente estratégicas e de conveniência, tenha tido agora um discurso tão elogioso para a cambada que vai destruindo o nosso futebol e o destruiu a ele.
Ele próprio, estùpidamente, foi uma das vítimas da salgalhada e da imundície que hoje campeia no futebol português e que se deve exactamente àquilo que ele agora tanto elogia – senhores que não são de Lisboa e que estão promìscuamente ligados à cidade e ao grémio, alvos dos seus encómios.
As suas observações impertinentes são no mínimo uma deselegância para quem sempre o tratou cordialmente.
Mas isto é como determinado tipo de bestas, que quando se sentem espicaçadas por qualquer coisa que lhes não agrada, marram sempre e sempre desalmadamente no vermelho.
Paz à sua alma desportiva e futebolística e à sua cultura de ganhador, pois se não fosse Alex Ferguson deitar-lhe a mão, a esta hora qualquer agência de “rating” colocá-lo-ia sem mais delongas, muito próximo do lixo.
Alá akbah!
GRÃO VASCO