… e depois, só depois, o presidente, os sócios, os adeptos e os simpatizantes
“Sou o único responsável e, mais ninguém”.
Esta foi a frase lapidar de um verdadeiro Benfiquista.
Uma postura urbana e séria. Digna de quem dirige os destinos de uma Grande Nação como é o Sport Lisboa e Benfica.
A entrevista, ontem, na Benfica TV, foi esclarecedora em muitos aspectos e em muitas áreas, mas faltou uma abordagem a mais dois ou três temas essenciais, cuja omissão, possìvelmente por razões essencialmente políticas, compreendo, pois também nunca me referi a eles, nem me vou referir agora, mas para quem estiver devidamente atento ao fenómeno sabe bem quais eles são.
No entanto, foi inequívoca a “mea culpa”, resultante do falhanço de uma estratégia – e ontem, ainda um distinto Benfiquista, apoiante de Luís Filipe Vieira o afirmou, sem papas na língua – cujo primeiro responsável foi o Presidente.
Entre outras considerações, frases como “eu também cometi erros”, reconhecendo que houve lapsos fatais na política de aquisição de jogadores e na gestão do futebol profissional, vieram demonstrar que a cegueira de alguns acérrimos “situacionistas” quais avestruzes de um seguidismo cego, doente e salazarento, metendo constantemente a cabeça na areia, contrasta com o equilíbrio e a sensatez de LFV que reconheceu erros graves na estratégia delineada e falhas nas suas competências de liderança.
Referiu que irá delegar menos. Não disse porquê, a quem delegou competências e não esteve à altura delas. Isto tem muito a ver com as características da sua liderança. A questão comunicacional é outra das questões. Houve mais aspectos. É isto a que Luís Filipe Vieira terá de dar resposta através de uma liderança diferente, forte e isenta de franjas dúbias que alguns questionam legitimamente, e que proporcionam depois críticas indesejáveis que por sua vez causam um azedume enorme nos bajuladores.
Os limites das suas capacidades ultrapassarão tudo isto?
Veremos na próxima época. Ele sabe que o coração do clube é o seu futebol profissional e os seus resultados, e terá a possibilidade de afirmar a sua capacidade, definitivamente, e a este nível dentro em breve.
Não se esqueceu, e ainda bem, de enviar um recado a Jorge Jesus. Avisou-o, principalmente a ele – mas foi um recado para dentro, para ele próprio e para a Nação Benfiquista - de que frases como “para o ano seremos campeões”, ou outras no género, são contraproducentes, virtuais e muito longe das realidades de um cenário desportivo adverso, como por exemplo é um campeonato longo, constantemente armadilhado, com trinta jornadas, cada uma com o seu cenário distinto.
As fanfarronadas, sejam de quem for, acabaram.
Muito trabalho e pouca, muito pouca conversa.
Dez anos são realmente muito tempo! Disse-o num post anterior e reafirmo-o. E o nosso, friso bem, o nosso Presidente, especialmente para alguns dementes que me têm insultado, sabe muito bem disso.
Ao contrário de uma carneirada cega e analfabeta que lhe lambe a sola dos sapatos à sua passagem, bajulando-o com de um deus se tratasse e que já deveria ter juízo. Como se fosse ele o único Benfiquista à face da Terra capaz de gerir os destinos do Glorioso.
Para estes manipuladores de pacotilha que se esquecem dos valores e das regras da democracia, LFV mostrou-lhes ontem que não é assim. Disse-lhes que não estava apegado ao poder e reconheceu os seus erros. Gostei de ouvir isso de sua viva voz.
Tomando como exemplo a maior democracia do mundo – vai destacado em itálico, para alguns tristes “iluminados” - em que o seu presidente tem como tempo máximo de consulado dois mandatos que perfazem oito anos – que o digam os autênticamente sérios e impolutos do lá de lá do Atlântico, no Benfica, o sistema é diferente, podendo esse tempo prorrogar-se legìtimamente por mais anos, mas para isso é absolutamente necessário que LFV o justifique.
Mas só isto, por si, não chega. Há que implementar as medidas adequadas e mostrá-las, provando que efectivamente as coisas estão a acontecer e os resultados a aparecer.
Como disse e afirmei inequìvocamente, em posts anteriores, o crédito de LFV será de mais um ano. Se conseguir obter os resultados desejados, óptimo. Se não acontecer, isto é, se o Presidente não acertar e não colocar o Benfica no trilho certo em termos desportivos, concretamente ao nível do seu futebol de topo, ao submeter-se ao veredicto dos sócios, com uma oposição acérrima, o desfecho será previsível e as suas futuras propostas e projectos serão rejeitados por mais que as suas intenções sejam as melhores. Aí, perante a voz soberana dos sócios, como ele diz também implìcitamente na entrevista, concluirá da sua permanência, ou não, à frente dos destinos do Glorioso.
LFV diz ter “a noção exacta de que a grande maioria dos sócios gosta do trabalho que está a ser desenvolvido”.
O meu sincero desejo é que essa noção seja um facto. Mas para isso, há que mudar muita coisa. Já o disse e repito-o – a acontecerem mais resultados medíocres no futebol profissional com a frequência que têm acontecido, LFV sabe melhor do que ninguém que isso lhe trará custos irreparáveis. No entanto, continuo a acreditar que LFV encontrará o rumo certo. Isto não me coíbe de quando achar adequado, mesmo na mais amarga das derrotas, como foi a de Braga, porque eu não escolho “timings”, não obstante a azia e comichões de uns quantos vesgos, de fazer os reparos, sugestões e críticas a que me obriga a minha condição de Benfiquista e de sócio.
E escusam os energúmenos do contra ou do a favor, vomitar as alarvidades e insultos, que o autor deste post e responsável por este blogue não se desviará um milímetro do caminho, da coerência e da linha de rumo que sempre traçou, nunca estando enfeudado ao que quer seja nem a quem quer que seja.
Por último, o meu desejo expresso de que este artigo responda cabalmente a quem desesperado e desvairado com a mediocridade da sua escrita e da sua estropiada caneta, incompetência blogueira e menoridade mental, já me apelidou de chantagista, cobarde e outros impropérios – pelos quais levou imediatamente a minha dura e implacável resposta pela via certa e não pela via que ele queria – e que sempre que lhe convém, e só quando lhe convém, tem recorrido à publicação dos meus artigos no seu blogue. Agora que não vá a correr apagá-los, como apagou do seu espaço, a referência ao meu blogue. É que fossem mesmo epístolas ou parábolas, de cariz bíblico, Benfiquista, ou outro qualquer, eles foram transcritos e republicados no seu espaço com os respectivos louvores à minha pessoa que eu sempre dispensei e dispenso. Mais uma vez a minha gargalhada de desprezo para uma figurinha tão ridícula e pobre, tal e qual o seu último artigo - uma imitação grosseira de “cartas ao presidente”. Mas pelo sim pelo não, as missivas, no meu caso, seguem sempre por correio directo, o chamado correio vermelho, exactamente conforme me chegam.
GRÃO VASCO