12.7.11

Cá como lá, lá como cá

 
Enquanto que na Suíça se trabalha a bom ritmo com muito para fazer, algumas incógnitas para resolver e grandes decisões para tomar, agradem elas a gregos ou a troianos – nunca fui fã de JJ e agora muito menos, mas as suas decisões, as suas escolhas deverão ser respeitadas, concordando-se ou não, e como é conveniente, sem muito alarido – em Lisboa, os Sapadores de Benfica foram chamados ao Estádio da Luz, na sexta-feira, para acudir a uma inundação que alagou completamente o relvado, numa situação imprevista à qual o sistema de rega foi alheio.

Na realidade, após uma série de semanas em que se chorou baba e ranho, mesmo com cheirinho a vendetta, por quem quis optar pelos ares fétidos e conspurcados da Falperra, eis que na sexta-feira passada se juntaram às carpideiras e marias amélias benfiquistas, uma cambada de chorões submissos oriundos de Alvalade e mesmo de Palermo que por pouco não afogaram os tratadores de relva do Estádio da Luz.

- Ai, o Moreira, coitadinho! Ai, aquele pobre diabo com doze anos de Benfica a ser também escorraçado e despachado! Ai, que isso não se faz! Ingratos! Mais um símbolo que se foi! Ai, que descaracterização! – ladrava aquela canzoada em redor do relvado.

Uma bastardice rasteira e nojenta que define bem quem e quais são os inimigos do Benfica. Dentro e fora.

E quando vejo, aquele anafado monte de sebo no “correio da manhã”, no suplemento desportivo de fim-de-semana a ferrar as habituais alfinetadas, criticar a gestão do Glorioso lacrimejando crocodilamente pela "malfeitoria" de Vieira a Nuno Gomes, com uma moral que só a tem no apelido, só me resta abanar-lhes aquelas cabeçorras podres e doentes, chocalhá-las e rebobinar-lhes o triste filme sobre Iordanov e a sua questão judicial com o Çeportèn. Uma película de longa-metragem, esta sim, bem desumana e insensível, que se arrastou anos e anos e que o grémio submisso perdeu vergonhosamente. Nos affaires da Pocilga de Palermo nem vale a pena falar, pois para esses, a mira é para apontar para os joelhos dos que tentam esboçar qualquer arrufo.

E o fartote vai decorrendo com tudo a ajudar. Desde a guerrilha suja dos records e correios das manhas, passando pelas fanfarronadas de vices vaidosos e acabando nos latidos contínuos dos mabecos do bota-abaixo da Gloriosasfera como contra-resposta, esta seria a melhor altura para haver um mínimo de contenção. Mas não.

Algum do Povo Benfiquista começa a adquirir maus hábitos – a assobiadela de anteontem, no jogo contra o Servette, aquando da entrada do Roberto para substituir o seu colega Artur Moraes é disso um flagrante exemplo.
Lá como cá.

Como a Nação Benfiquista mudou ao longo das últimas três décadas e sempre para pior…
E a essa cambada do bota-abaixo, só digo que arranjem outro clube ou arrepiem caminho quanto antes!

Fundamental, será que nestes próximos tempos, o Benfica e todos os adeptos estejam concentrados no alvo importante que é a 3ª pré-eliminatória da Champions League.
Palpites, análises, críticas e previsões são fait divers perfeitamente dispensáveis.

GRÃO VASCO

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