31.1.12

As dejecções de Paixão


 A “nortada” vinda de Barcelos soprou forte. Hoje, passou pelo pasquim do Serpa e trouxe consigo uma mescla de irracionalidade e cegueira reflectidas num azedume a raiar o insulto baixo e fácil e de uma vileza nunca antes vista.

Ao observar pela manhã a capa do dito pasquim na sua edição on line, despertou-me curiosidade o título sob a foto de um escrevinhador-copista afecto ao grémio da fruta e dos chocolatinhos. Durante a tarde dirigi-me ao quiosque habitual para tentar ler (de borla, pois claro!) com a devida autorização do dono a edição de hoje.

Após desfolhar inúmeras páginas sem interesse, o que na realidade me despertou a atenção, foi o facto de ser absolutamente necessário que a mais recente aquisição do Benfica recorra, logo que possa, à barbearia mais próxima para desmontar aquele autêntico ninho de cucos piloso que traz em cima da cabeça, pois aquilo afectar-lhe-á a visão nas jogadas de combinação com os outros avançados do Benfica. Por fim, cheguei à antepenúltima página da publicação apasquinada.

De imediato senti algumas náuseas, tal era o cheiro nauseabundo que dimanava do papel. Mirei a página e só consegui descortinar a palavra “nortada” e “paixão”. Tudo o resto estava atascado de dejectos humanos. A badalhoquice transbordava por todos os cantos da página. Pelos títulos, pensei que todo aquele arrazoado não passasse de mais uma aventura de ficção plagiada ou copiada. Não, não era! Seria um romance? Não, também não era.

Enojado com aquela imundície, perguntei ao homem do quiosque, o sr. Óscar, um benfiquista dos quatro costados, o que é que tinha acontecido ao pasquim.

Com alguma ironia respondeu:
- “Olhe, isso foi o Paixão que limpou o cu à página!
- “Não consegue ler a página, é?” - perguntou logo outra vez o homem.

- “Eu não, não consigo. Só vejo aqui a um canto as palavras Miguel e Vítor, para além dos títulos! – respondi-lhe estupefacto.

- “Pois é! É que antes disso o Paixão cagou nesses dois!” – continuou ele, rindo-se.

- “Por isso é que para Giorgio “ O Madaleno”, estes gajos são uns heróis, não é sr. Óscar?” – dizia-lhe eu em tom de gozo.

- “Ora nem mais, é isso mesmo!”

Fechei o pasquim, despedi-me e vim desinfectar-me para casa.


GRÃO VASCO

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