De casas iluminadas na Madalena ou de ricas “sociedades de advogados” da Inbicta, nem bons ventos nem bons casamentos.
A veemência com que o grémio da fruta, através de um comunicado oficial manifestou a sua posição em relação à deliberação da assembleia da liga de futebol sobre o alargamento que passaria a vigorar ainda nesta época e com ela a decorrer, não é mais do que uma cortina de fumo para disfarçar o que realmente está em causa.
É elementar que os clubes de maior dimensão, quanto a este capítulo do número de clubes na divisão principal, estão de acordo. O alargamento é uma medida completamente desenquadrada da nossa realidade futebolística e que os prejudica gravemente.
Esta foi a bandeira que levou o actual presidente da liga de futebol à sua vitória nas recentes eleições, conseguida pela votação de muitos clubes pequenos e sem sustentabilidade credível, que assim veriam com alívio o drama da descida de divisão nesta época e suas consequências desportivas e financeiras.
No entanto, a par desta proposta, existe uma outra na manga de Mário Figueiredo, essa sim, de crucial importância para diversos clubes e em relação à qual o grémio da fruta e das viagens ao Brasil nunca se pronunciou, e que diz respeito à concentração dos direitos televisivos na entidade Liga, retirando assim a qualquer clube que o deseje, a possibilidade de negociá-los por conta própria e com quem quiser.
Como é óbvio, o Benfica deverá acautelar os seus interesses com a maior brevidade possível, evitando ser novamente ultrapassado, pois como sabemos a cláusula dos 80% favorece sempre e de que maneira, em ambos os cenários, o seu mais directo opositor, neste caso o grémio condenado. Isto é, seja em negociação directa ou indirecta, a Olivedesportos será o parceiro, pois não vislumbro a curto prazo a viabilidade de aparecer alguém capaz de competir com ela.
Assim, com a Liga a gerir os direitos televisivos, o Benfica, quer negociasse directamente com a Olivedesportos, quer alinhasse na proposta da Liga, ficaria sempre e à partida completamente manietado, e os seus interesses nunca seriam salvaguardados advindo daí sérios e gravíssimos prejuízos financeiros para o clube.
Urge resolver esta situação com astúcia, salvaguardando sempre todos os aspectos de ordem jurídica e anular à partida e por muitos e bons anos toda e qualquer manobra tendente a sugar o suculento maná que é a marca Benfica, em detrimento do próprio, favorecendo a marabunta, gravite ela ou não em torno do grémio da fruta.
Portanto, esta tomada de posição - um ruído por conveniência e descaradamente oportunista - da agremiação do Freixo, que eu considero mais uma saloiada “à la Palermo” (há quase a certeza absoluta de que a Federação vai chumbar quase no imediato esta proposta), não é mais que uma cortina de fumo para não se vislumbrar o que está verdadeiramente em causa e que é a negociação dos direitos televisivos.
Mas esteja nas direcções e presidências da Liga e da Federação quem estiver, o Benfica, a sua SAD e o próprio presidente nunca se poderão esquecer de que as suas posições nestas entidades são de uma fragilidade tal que qualquer posição aí tomada estará sempre condenada ao fracasso.
Portanto, mãos à obra e toca a trabalhar para dissipar qualquer dúvida quanto ao caminho que foi traçado com o não rotundo à recente proposta da Olivedesportos.
Quanto mais cedo estiver definido o caminho, melhor para o Benfica.
Basta vermos a forma abespinhada e disparatada como o “paineleiro” Guilherme Aguiar discute este assunto na TV, quando Rui Gomes da Silva aborda a questão na perspectiva do Benfica e dos seus Adeptos…
Por isso a grande golpada, vinda de qualquer escritório ou de casas iluminadas, ainda estará para vir, e só espero que o cartaz que aqui publico seja de um filme que nem sequer possa ser apresentado em antestreia e que o Benfica, nessa altura já esteja a ser visto em casa de qualquer Benfiquista sem a “canga” da Olivedesportos e dos ordinários comentadores e editores que não têm feito outra casa senão amesquinhar, trapacear e achincalhar o Glorioso e os seus Adeptos!
GRÃO VASCO