29.5.12

FORMAR OS VINDOUROS


A citação seguinte é um lugar comum, mas é nos dias de hoje uma verdade incontornável – “a prática desportiva é sem dúvida alguma, uma componente fundamental da formação humana.”

Para além dos grandes clubes desportivos geridos por sociedades anónimas, com estruturas altamente profissionalizados nas modalidades ditas amadoras e orientados essencialmente para a competição, outros há, que longe do mediatismo doentio e com uma dedicação notável por parte dos seus dirigentes, contribuem para que os nossos filhos, homens e mulheres do amanhã, venham a ser o orgulho de todos nós e da sociedade em geral.

Essas instituições constituem uma base extraordinária a que muitas das vezes não é dada nem a relevância nem os apoios devidos, mas que são pilares essenciais para o desenvolvimento e formação de milhares de crianças e jovens.

Dentro desta perspectiva tão importante para a vida, o Pinceladas Gloriosas congratula-se pelo facto de poder referenciar o evento que se viveu este fim-de-semana na cidade do Porto e que acompanhou de perto – o XIX Torneio Vítor Barreto de minibasquete, escalões sub-10 e sub-12, envolvendo mais de centena e meia de jovens de diversos clubes do país e de duas agremiações da Galiza, Espanha, realizado pelo clube Centro dos Antigos Alunos Salesianos, CAAS, nas instalações do Colégio Salesianos.

Apesar dos parcos recursos financeiros e de limitados apoios, mas com uma organização absolutamente impecável, ao nível dos melhores profissionais, a direcção do CAAS, nas pessoas do seu presidente Francisco Miranda, seu irmão José Miranda e todos os restantes colaboradores estão de parabéns.

O inegável êxito com que todos os anos “erguem e levam a cabo” este torneio, e mais uma vez a forma como o fizeram neste fim-de-semana, sempre à custa de um esforço e dedicação ímpares, terá necessàriamente de merecer de todos aqueles que nele participaram, de uma forma ou de outra – jovens atletas, clubes envolvidos, treinadores, pais e irmãos – palavras de apreço e estímulo, mas acima de tudo um voto enormíssimo de louvor.

O torneio é “desenhado” de modo a que a participação, o divertimento, a camaradagem, o convívio e o intercâmbio de conhecimentos sejam os aspectos prioritários, relegando a competição para um plano secundário, mas não deixando de a estimular através de um significativo número de jogos onde as equipas participantes disputam efectivamente jogo a jogo (dois no sábado e dois no domingo) o resultado – este ano foram 15 os clubes envolvidos – mas sem classificações finais nem relevâncias individuais, incrementando de uma forma saudável e diferente a prática do basquetebol.

“Mente sã, em corpo são”.


Cartaz alusivo ao Torneio




Quis o destino que este ano, um dos convites do CAAS para a participação no XIX Torneio Vítor Barreto coubesse ao clube de Viseu que mais se tem dedicado ao basquetebol – A Associação de Solidariedade Social Cultural e Recreativa de Gumirães, mais conhecido pelo Gumirães Basket.

A participação foi um privilégio bem aproveitado pelo clube e uma surpresa extraordinàriamente agradável. Tal como o Barreirense, do sul do país, os Salesianos de Vigo e o Porriño, ambos da Galiza, a equipa de sub-12 do Gumirães Basket ficou instalada no Colégio dos Salesianos que cederam à organização o espaço para o efeito. O “mini-estágio” da equipa, liderada pelo seu treinador, envolveu total gratuitidade, pois o CAAS, para além das dormidas, ofereceu todas as refeições, incluindo lanches e pequenos-almoços, com a particularidade de no domingo, ter sido disponibilizado a todas as equipas, mesmo as locais ou as das proximidades os respectivos almoços e lanches.



A jornada desportiva colocou a equipa de sub-12 do Gumirães Basket a competir com alguns “históricos” da modalidade e com o clube anfitrião. E para satisfação dos familiares presentes que vieram apoiá-la, representantes de outras equipas e elementos do staff organizativo, os gloriosos rapazes que compõem o plantel, bem como o seu competente treinador deram muito bem conta do recado, deixando uma excelente imagem a todos os níveis.

Não estranhando estes “palcos”, de outra dimensão, bateram-se com garra e classe nas partidas disputadas, perdendo no sábado com a Ovarense por um ponto - a melhor exibição nos quatro jogos realizados - e com os Salesianos do Porto por dez. Ainda assim, neste derradeiro encontro de sábado, o Gumirães Basket entrou para o quarto período empatado a 32-32, optando o seu treinador neste período por jogar com os elementos da equipa que constituem a média mais baixa em altura, causando surpresa geral, inclusive na equipa adversária e no seu técnico, vincando assim o carácter desportivo e lúdico do torneio, abdicando claramente do resultado, qualquer que ele fosse. Um gesto nobre e que motivou o seu homólogo dos sub-12 dos Salesianos a cumprimentá-lo efusivamente e por diversas vezes ao longo do torneio. Já no domingo pela manhã, com muito público presente nas bancadas, e fazendo jus aos seus pergaminhos competitivos, assistiu-se a uma vitória de grande categoria do Gumirães Basket sobre o Futebol Clube do Porto, conseguindo uma reviravolta já no período final, e que se revelou irrecuperável para o adversário, conseguindo um 47-44 que a rapaziada não esquecerá tão cedo. O último jogo com o Bolacesto de Vila Nova de Gaia, a melhor equipa deste torneio, com os jogadores viseenses já muito cansados e pràticamente esgotados, terminou com uma derrota que em nada afectou o ânimo do grupo.

No entanto, e apesar do desgaste físico das partidas, muitíssimo bem disputadas, e da viagem madrugadora de sábado, o grupo, sob a batuta do seu coordenador-treinador ainda teve oportunidade de na “soirée” deste primeiro dia que decorreu também no pavilhão de jogos, mostrar os seus dotes de cantoria, participando numa sessão de karaoke, onde o desempenho foi brilhante e muito aplaudido pelos espectadores presentes.

Foi realmente uma jornada inesquecível e gratificante para todos os jovens e treinador e para os pais que os acompanharam. Em suma, um evento marcante para mais tarde recordar e com um encerramento grandioso e digno, acompanhado de um show de um malabarista do basquete que entusiasmou a assistência. No final, a entrega das medalhas de participação e de várias recordações e a respectiva despedida com os sinceros agradecimentos de todo o Gumirães Basket ao dedicado e incansável presidente do CAAS, Francisco Miranda.

Um muito grande OBRIGADO ao CAAS, à sua direcção, presidente e restantes membros.

PARABÉNS também aos representantes do Gumirães Basket – atletas e treinador – pela sua elevada atitude a todos os níveis e que mereceu os maiores elogios do presidente do clube dos Salesianos.


GRÃO VASCO

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