A citação seguinte é
um lugar comum, mas é nos dias de
hoje uma verdade incontornável – “a
prática desportiva é sem dúvida alguma, uma componente fundamental da formação
humana.”
Para além dos grandes
clubes desportivos geridos por sociedades anónimas, com estruturas altamente
profissionalizados nas modalidades ditas amadoras e orientados essencialmente
para a competição, outros há, que longe do mediatismo doentio e com uma dedicação
notável por parte dos seus dirigentes, contribuem para que os nossos filhos, homens
e mulheres do amanhã, venham a ser o orgulho de todos nós e da sociedade em
geral.
Essas instituições
constituem uma base extraordinária a que muitas das vezes não é dada nem a
relevância nem os apoios devidos, mas que são pilares essenciais para o
desenvolvimento e formação de milhares de crianças e jovens.
Dentro desta
perspectiva tão importante para a vida, o Pinceladas Gloriosas congratula-se
pelo facto de poder referenciar o evento que se viveu este fim-de-semana na
cidade do Porto e que acompanhou de perto – o XIX Torneio Vítor Barreto de
minibasquete, escalões sub-10 e sub-12, envolvendo mais de centena e meia de
jovens de diversos clubes do país e de duas agremiações da Galiza, Espanha,
realizado pelo clube Centro dos Antigos Alunos Salesianos, CAAS, nas
instalações do Colégio Salesianos.
Apesar dos parcos
recursos financeiros e de limitados apoios, mas com uma organização
absolutamente impecável, ao nível dos melhores profissionais, a direcção do
CAAS, nas pessoas do seu presidente Francisco Miranda, seu irmão José Miranda e
todos os restantes colaboradores estão de parabéns.
O inegável êxito com
que todos os anos “erguem e levam a cabo” este torneio, e mais uma vez a forma
como o fizeram neste fim-de-semana, sempre à custa de um esforço e dedicação
ímpares, terá necessàriamente de merecer de todos aqueles que nele
participaram, de uma forma ou de outra – jovens atletas, clubes envolvidos,
treinadores, pais e irmãos – palavras de apreço e estímulo, mas acima de tudo
um voto enormíssimo de louvor.
O torneio é
“desenhado” de modo a que a participação, o divertimento, a camaradagem, o
convívio e o intercâmbio de conhecimentos sejam os aspectos prioritários,
relegando a competição para um plano secundário, mas não deixando de a
estimular através de um significativo número de jogos onde as equipas
participantes disputam efectivamente jogo a jogo (dois no sábado e dois no
domingo) o resultado – este ano foram 15 os clubes envolvidos – mas sem
classificações finais nem relevâncias individuais, incrementando de uma forma
saudável e diferente a prática do basquetebol.
“Mente sã, em corpo
são”.
Cartaz alusivo ao
Torneio
Quis o destino que
este ano, um dos convites do CAAS para a participação no XIX Torneio Vítor
Barreto coubesse ao clube de Viseu que mais se tem dedicado ao basquetebol – A Associação
de Solidariedade Social Cultural e Recreativa de Gumirães, mais conhecido pelo
Gumirães Basket.
A participação foi um
privilégio bem aproveitado pelo clube e uma surpresa extraordinàriamente
agradável. Tal como o Barreirense, do sul do país, os Salesianos de Vigo e o
Porriño, ambos da Galiza, a equipa de sub-12 do Gumirães Basket ficou instalada
no Colégio dos Salesianos que cederam à organização o espaço para o efeito. O
“mini-estágio” da equipa, liderada pelo seu treinador, envolveu total
gratuitidade, pois o CAAS, para além das dormidas, ofereceu todas as refeições,
incluindo lanches e pequenos-almoços, com a particularidade de no domingo, ter
sido disponibilizado a todas as equipas, mesmo as locais ou as das proximidades
os respectivos almoços e lanches.
A jornada desportiva
colocou a equipa de sub-12 do Gumirães Basket a competir com alguns “históricos”
da modalidade e com o clube anfitrião. E para satisfação dos familiares
presentes que vieram apoiá-la, representantes de outras equipas e elementos do staff organizativo, os gloriosos rapazes
que compõem o plantel, bem como o seu competente treinador deram muito bem
conta do recado, deixando uma excelente imagem a todos os níveis.
Não estranhando estes
“palcos”, de outra dimensão, bateram-se com garra e classe nas partidas
disputadas, perdendo no sábado com a Ovarense por um ponto - a melhor exibição
nos quatro jogos realizados - e com os Salesianos do Porto por dez. Ainda
assim, neste derradeiro encontro de sábado, o Gumirães Basket entrou para o
quarto período empatado a 32-32, optando o seu treinador neste período por
jogar com os elementos da equipa que constituem a média mais baixa em altura,
causando surpresa geral, inclusive na equipa adversária e no seu técnico,
vincando assim o carácter desportivo e lúdico do torneio, abdicando
claramente do resultado, qualquer que ele fosse. Um gesto nobre e que motivou o
seu homólogo dos sub-12 dos Salesianos a cumprimentá-lo efusivamente e por diversas
vezes ao longo do torneio. Já no domingo pela manhã, com muito público presente
nas bancadas, e fazendo jus aos seus pergaminhos competitivos, assistiu-se a
uma vitória de grande categoria do Gumirães Basket sobre o Futebol Clube do
Porto, conseguindo uma reviravolta já no período final, e que se revelou
irrecuperável para o adversário, conseguindo um 47-44 que a rapaziada não
esquecerá tão cedo. O último jogo com o Bolacesto de Vila Nova de Gaia, a melhor
equipa deste torneio, com os jogadores viseenses já muito cansados e
pràticamente esgotados, terminou com uma derrota que em nada afectou o ânimo do
grupo.
No entanto, e apesar
do desgaste físico das partidas, muitíssimo bem disputadas, e da viagem madrugadora
de sábado, o grupo, sob a batuta do seu coordenador-treinador ainda teve
oportunidade de na “soirée” deste primeiro dia que decorreu também no pavilhão
de jogos, mostrar os seus dotes de cantoria, participando numa sessão de karaoke, onde o desempenho foi brilhante
e muito aplaudido pelos espectadores presentes.
Foi realmente uma
jornada inesquecível e gratificante para todos os jovens e treinador e para os
pais que os acompanharam. Em suma, um evento marcante para mais tarde recordar
e com um encerramento grandioso e digno, acompanhado de um show de um malabarista do basquete que entusiasmou a assistência.
No final, a entrega das medalhas de participação e de várias recordações e a
respectiva despedida com os sinceros agradecimentos de todo o Gumirães Basket
ao dedicado e incansável presidente do CAAS, Francisco Miranda.
Um muito grande
OBRIGADO ao CAAS, à sua direcção, presidente e restantes membros.
PARABÉNS também aos
representantes do Gumirães Basket – atletas e treinador – pela sua elevada
atitude a todos os níveis e que mereceu os maiores elogios do presidente do
clube dos Salesianos.
GRÃO VASCO