30.9.12

A comunicação segundo Jesus

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Após a TV ter focado a sua expressão de angústia e ansiedade no jogo de Coimbra no passado domingo à noite, momentos antes do penalty que Cardozo converteu, engoli em seco. O homem vive a equipa, sente a sua responsabilidade, exibe seriedade e trabalho, tem uma ambição evidente de ganhar e colocou a equipa a jogar num nível impensável, após ter ficado sem as suas principais armas do meio-campo, e da voz de comando – Luisão – que neste caso confere sempre uma liderança estável à equipa seja qual for a sua composição.

Com a matéria-prima disponível, após uma razia inédita mas inevitável, deitou mãos à obra e tem por isso o meu reconhecimento - a verdade é que o Benfica também lhe paga principêscamente para conviver com estas contingências próprias de um clube vendedor - não obstante, e como os meus leitores há muito sabem, não me identificar com o seu perfil de treinador, nem com a sua postura.

No entanto, em função das dificuldades e de obstáculos que se constituíram como verdadeiros imponderáveis, como foram os casos da saída de Witsel e suspensão de Luisão, tem e terá o meu aval e o meu apoio nesta difícil caminhada deste ano futebolístico.

Passar a fase de grupo da Champions será uma proeza, mas nas competições internas tem a obrigação de ter performances vitoriosas, apesar de toda a máfia azul corrupta do Freixo, espalhada e infiltrada pelos diversos organismos e orgãos que regulam o futebol ou a ele ligados - como é o caso da inefável APAF - e com o grupo coral do fosso do lagartêdo a servir de câmara de ressonância, ter recorrido a todo o armamento pesado de que dispõe, com chicanas e canalhices à mistura, para evitar que o Benfica seja novamente campeão esta época.

Mas nesta altura em que há uma guerra infame contra o presidente, treinador, jogadores e diversos órgãos do Benfica, pelos media anti-Benfica, por jornalistas ao serviço dos pintos corruptos e comentadores bastardos da rádio e tv, e mesmo de dentro do próprio Benfica, onde pontificam subversivos de diversa índole – não quero admitir que haja juízes no meio desta corja… - nem sequer vou ter a veleidade de contestar as opções técnico/tácticas e muito menos as escolhas individuais de JJ para o onze que irá disputar as restantes partidas da época, nem o que quer seja ou aconteça nesse domínio.

E ao vê-lo demonstrar grande equilíbrio, sensatez e argúcia (que não, audácia) nestas áreas, seria expectável que se mantivesse neste elevado nível sem resvalar para a bazófia que tanto o tem caracterizado ou para o discurso dúbio em que são pródigas as suas comunicações e conferências a meio da semana.

Mas uma vez mais, em recentes declarações sobre Xistra, e após ter dito que a sua actuação tinha sido uma vergonha, veio tecer a meio da semana considerandos completamente incompreensíveis e contraditórios no contexto da polémica arbitragem que ele tanto criticou e que o prejudicou, como o tem prejudicado sempre que tem apitado o Benfica sob seu comando, caso de Braga, Guimarães, etc., etc., etc. – dizer que o que Xistra fez em Coimbra foi “casual”, após ter criticado duramente a sua actuação logo ao fim do jogo é algo de atabalhoado e confuso.

Se com a patética companhia de Manuel Sérgio e das suas tristes figurinhas enquanto seu conselheiro no Benfica - um filósofo e pensador adulado e quase canonizado por muitos, mas que para mim, já há muito, não passa de fala-barato sonhador, amigo do dinheiro e admirador declarado do gasoso do Freixo e que deveria ter as pantufas calçadas e estar em casa bem descansadinho – os “acidentes” eram constantes, o percurso errático e desconcertante de Jorge Jesus no seu exercício comunicacional continua a deixar-me muito apreensivo.

Será que Jesus tem medo de criar alguns anti-corpos que num futuro fora do Benfica lhe possam trazer amargos de boca, optando assim por passar a mão no pêlo dos Xistras deste país, fazendo a habitual marcha à ré?

Sinceramente, não compreendo. É que há um facto incontornável. Pela sua natureza e formação, a sua desenvoltura em termos comunicacionais continua a revelar gritantes insuficiências, mas o Benfica não pode estar a pagar ad eternum pelas suas recorrentes escorregadelas.

Jorge Jesus terá de evoluir bem depressa nesta área, antes que seja novamente “comido” por um Pillas Tortas, ou pelo labrego azul e bronco do ano passado e se quiser prolongar a sua permanência pricipêsca na Luz.

 

Nota: Este post foi escrito antes do jogo Paços-Benfica e só agora publicada por motivos óbvios. O Benfica precisa acima de tudo de estabilidade não obstante as críticas que possam e devam ser feitas. Foi exactamente para isso que se fizeram os timings.


GRÃO VASCO

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