4.3.13

A “Troika” do Pirilau



 

 

Ontem à noite, após o emocionante final de jogo em Aveiro, em amena cavaqueira com mais alguns AUTÊNTICOS, enquanto na TV passava uma rubrica sobre o evento em questão, alguém, em jeito de desafio, perguntou-me qual a visão que tinha daquele programa.

Sorri e disse-lhe que raramente assistia àquele veículo promocional do grémio da fruta do Freixo e que aquilo mais parecia a Troika do Pirilau, pois o pivot do programa, de perfil parecia-me sempre um falo corrupto, sempre disposto a alfinetar o Glorioso. Com o pirilau definido, faltava saber o que via na troika.

Simples.

Um Almude698, a Mula do Guedes e uma Pirâmide ingobernável.

 

- “Como assim?” – perguntou o companheiro de luta.

 

Se há momentos cómicos e hilariantes naquela espécie de programa, só o Almude698 nos poderia tirar do sério. Num passe de mágica saca 698 títulos da hipotética cartola falida e transforma o lagartêdo num anedotário nacional nunca imaginado. Um talento a pedir meças ao labrego do palito.

Depois, a seu lado surge um fenómeno – uma criatura híbrida, resultante de um cruzamento de duas espécies cavalares – a Mula do Guedes. Um animal encomendado no laboratório clandestino do Póvoas, cuja mãe é uma ladina regateira do Bulhõun…eee, e os pais – consoante o programa – um vendedor da banha-da-cobra da Rua do Almada ou um azeiteiro e malandro de urinol dos mictórios da Praça da Batalha. Com uma lábia de pêga e um descaramento de um fedelho quase tirado a papel químico do velho filme Aniki Bóbó, este muar, de querer ser tão malandrote, desdiz-se, contradiz-se, desfazendo-se em incoerências, mentiras e raciocínios viciados.

Mas a Mula do Guedes é assim – a modos que um burro aspirante a doutor da mula ruça. Ou será o Guedes da mula? Não, não, é mesmo a Mula do Guedes.

Por fim, a pirâmide. Ingobernável e duro de rins. Também com aquela largura de cinta, tal qual o poliedro enigmático, até o mais feroz dos peidos é logo estrofegado! Enfim, um conanas mais preocupado com o seu estatuto de jornalista isento – segundo os princípios éticos do jornalismo (onde é que eu já ouvi isto?) – que não hipoteca a sua consciência a ninguém, nem a nenhuma instituição, e que só para efeitos de casting para o programa é que vai evocando o seu fraco perfil glorioso.

 

Acabem com aquela porcaria!


 


GRÃO VASCO

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