Ontem à noite, após o
emocionante final de jogo em Aveiro, em amena cavaqueira com mais alguns
AUTÊNTICOS, enquanto na TV passava uma rubrica sobre o evento em questão,
alguém, em jeito de desafio, perguntou-me qual a visão que tinha daquele
programa.
Sorri e disse-lhe que
raramente assistia àquele veículo promocional do grémio da fruta do Freixo e que aquilo mais parecia a Troika do Pirilau, pois o pivot do programa, de perfil parecia-me
sempre um falo corrupto, sempre disposto a alfinetar o Glorioso. Com o pirilau definido, faltava saber o que
via na troika.
Simples.
Um Almude698, a Mula do Guedes
e uma Pirâmide ingobernável.
- “Como assim?” –
perguntou o companheiro de luta.
Se há momentos cómicos e
hilariantes naquela espécie de programa, só o Almude698 nos poderia tirar do sério. Num passe de mágica saca 698
títulos da hipotética cartola falida e transforma o lagartêdo num anedotário nacional nunca imaginado. Um talento a
pedir meças ao labrego do palito.
Depois, a seu lado surge
um fenómeno – uma criatura híbrida, resultante de um cruzamento de duas
espécies cavalares – a Mula do Guedes.
Um animal encomendado no laboratório clandestino do Póvoas, cuja mãe é uma ladina regateira do Bulhõun…eee, e os pais –
consoante o programa – um vendedor da banha-da-cobra da Rua do Almada ou um
azeiteiro e malandro de urinol dos mictórios da Praça da Batalha. Com uma lábia
de pêga e um descaramento de um fedelho quase tirado a papel químico do velho
filme Aniki Bóbó, este muar, de
querer ser tão malandrote, desdiz-se, contradiz-se, desfazendo-se em
incoerências, mentiras e raciocínios viciados.
Mas a Mula do Guedes é assim – a modos que um
burro aspirante a doutor da mula ruça.
Ou será o Guedes da mula? Não, não, é
mesmo a Mula do Guedes.
Por fim, a pirâmide.
Ingobernável e duro de rins.
Também com aquela largura de cinta, tal qual o poliedro enigmático, até o mais
feroz dos peidos é logo estrofegado! Enfim, um conanas mais preocupado com o seu estatuto de jornalista isento –
segundo os princípios éticos do jornalismo (onde é que eu já ouvi isto?) – que não
hipoteca a sua consciência a ninguém, nem a nenhuma instituição, e que só para
efeitos de casting para o programa é
que vai evocando o seu fraco perfil glorioso.
Acabem com aquela
porcaria!
GRÃO VASCO