No passado fim-de-semana
estive num torneio de basquetebol para jovens entre os oito anos e os doze, na cidade do Porto, e vou contar-vos algumas peripécias,
onde é bem patente uma fobia mórbida, a raiar a demência, ao Benfica e à
capital.
Nem uma agremiação que
nada tem a ver com o clube que tem desvirtuado sistemàticamente a verdade
desportiva, escapa àquilo que de mais doentio o portismo encerra. Uma verdadeira praga que começa a tornar-se
incontrolável.
Durante o torneio tive
oportunidade de falar com vários dos seus responsáveis. Quando o grémio da fruta, vulgo fcp, veio à baila, assisti a uma mudança
radical no espírito dessas pessoas.
Dizia um deles:
- “O Porto tem tudo minado, nós sabemos. Mas é assim que ganhamos e
continuaremos a ganhar”.
Depois, numa pequena
esplanada dessa mesma agremiação, onde presenciei a final da Champions, o tema não eram o Bayern nem
o Borussia. Era o Benfica, com um escárnio tal que até o Heynckes, era citado
por não ter tido êxito no Benfica e tê-lo conseguido no Bayern. Na boca dessa
gentalha até o minuto 92 era alvo de chacota.
À noite houve um karaoke para as equipas forasteiras. Na
apresentação, o speaker começou logo
a cantar os “filhos do dragão” e com
um desplante incrível perguntou à plateia quem é que era do Benfica. Tramou-se.
A miudagem, sem mêdo e na sua inocência, a par de alguns adultos onde me
incluía, levantou bem alto os braços, mostrando orgulho no Glorioso. O sujeito
ainda tentou alguma animação pedindo a “onda”. Os miúdos responderam-lhe que
não faziam isso, porque eram do Benfica, dado que o espécime meteu no palco um catraínho pequenino pendurado num
cachecol azul corrupto, que nem sabia o que aquilo era. Uma vergonha!
Abandonei aquele triste
espectáculo na certeza de que o facto não se repetiria. Mas não. Ao outro dia,
durante o evento de encerramento do torneio, o mesmo speaker interrompeu a cerimónia para anunciar através dos
altifalantes do pavilhão que o Benfica tinha perdido a Taça de Portugal. Exactamente
assim como vos transmito, ignorando o seu vencedor, o Vitória de Guimarães. Nas
bancadas, a turba, louca, explodiu raivosamente como se tratasse de uma vitória
sua. Muitos Benfiquistas que assistiam ao encerramento ficaram perplexos.
Concluí, tristemente,
que muitos dos valores que apregoam, como o desportivismo e a competição leal
são uma farsa. Não voltarei lá.
No Porto desportivo de hoje,
e mesmo noutras áreas, quem manda é o ódio, a coacção, a corrupção, a selvajaria.
Vivi naquela cidade há
três décadas, e na meia dúzia de anos que por lá permaneci, já se sentia no ar
esta agressividade selvagem, instigada por aquele que se tornou no maior
bandido, no maior mafioso mais impune deste país.
O Porto mete nojo e os seus
cidadãos honrados e livres assistem tristes e impotentes à degradação de
valores e princípios que tornaram a urbe conhecida por "antiga, muy nobre, sempre leal e invicta".
Lamento pelos
Benfiquistas e pelos restantes naturais da cidade que não aderem ao despautério
e se mantêm fiéis aos seus princípios.
Uma vergonha!
As autoridades policiais,
coniventes, fecham os olhos aos atropelos de uma quadrilha medonha que coage,
ameaça e molesta tudo o que não se pinta ou veste de azul e branco.
Políticos, soçaite e muito clero, beijam o anel
do padrinho. À italiana. Jornalistas imitam os seus pares do tempo da ditadura,
manipulando, mentindo, apregoando as “virtudes” da bandidagem do Freixo.
O único objectivo desta
corja, transversal à sociedade portista, não portuense, que há três décadas "manda" no Porto,
como Al Capone mandou e controlou Chicago é tirar poder à capital.
E não me venham falar em
descentralização ou regionalização. É uma mentira e uma falsa questão. O Porto,
dominado por esta escumalha está bem a cagar-se para o resto do país.
Eu não sou do Porto.
Felizmente. Quero que este Porto se lixe!
GRÃO VASCO