Belém!
No domingo passei por
lá. Por aquela onde Jesus “O Jorge” passou e onde Carvalhal, um enlatado
futeboleiro cheio de lábia, encomendava os afamados pastéis para sua eminência,
Giorgio di Buffa, o decrépito e corrupto chefe dos cabeçudos da Palermo
portuguesa.
Na rua principal, senti
o aroma quente dessa doçaria tão especial. Hummmmmm… que agradável!
O relógio da torre dava
as oito badaladas da tarde. Um burburinho pairava no ar, saído de uma das suas
casas de chá.
A pastelaria Caeiro,
transferida à pressa do Restêlo e inaugurada nesse dia, estava à pinha! A
curiosidade era muita e espreitei. Estava a sair mais uma fornada de
guloseimas. Lá dentro, sorumbáticos e sentados em volta das mesas, lá estavam
os cabeçudos azuis e broncos, vindos do Freixo, prontos a emalar umas boas
dúzias. Em frente, na parede, uns azulejos com o ditado, “o que é doce nunca
amargou”, amenizavam o ambiente carrancudo.
Assim, substituí a minha
ida ao cinema para apreciar aquele filme cómico/patético onde para gáudio dos
presentes o maior dos cabeçudos, o Julen de Asteasu vindo de Guipúzcoa, País
Basco, ao mesmo tempo que pedia umas cerbejolas e umas canecas de binho berde
em latim, se ajoelhava perante a Cruz de Cristo. Atrás dele o intragável
Cerqueira do Freixo com a cábula azul e bronca a segredar-lhe ao ouvido
dando-lhe dicas da Cartilha Corrupta. Atrás, na mesa principal, Giorgio di
Buffa, apoplético, babando-se pelos pastéis dirigia a orquestra. O coro de
morcões cabeçudos cantava tristemente… “com pastéis da marca Caeiro nunca mais
seremos primeiro” !
Nem António-Pedro
Vasconcellos faria melhor…
“Os cabeçudos também
comem pastéis”.
Vão ver, Não percam!
GRÃO VASCO