… E quando lá chegares, manda saudades que é coisa que cá não deixas…
Quem me acompanha nesta
aventura blogueira, sabe desde há
muito qual a minha opinião sobre o ex-treinador do SL Benfica, Jorge Jesus. Mesmo
com “dupletes”, “tripletes”, “quadrupletes”
ou “quintopletes”, ela não mudou. Mantive sempre o voto silêncio em público
que como Benfiquista devo cumprir escrupulosamente, evitando comportamentos
aberrantes e geracionais que só fazem
rombos na Nau Benfiquista e dão trunfos aos inimigos.
Como não tenho memória
curta, relembro aqui que muito me custou vê-lo como treinador do Benfica, após
ter hostilizado de uma forma grosseira e agressiva o nosso Clube em diversas
ocasiões, aquando da sua permanência ao leme do emblema bracarense.
São momentos que eu não
esqueço e nunca esqueci, apesar de JJ ter obtido alguns sucessos no nosso
Clube, a par de algumas vergonhas e humilhações com que nos brindou em campos
de ferozes inimigos e mesmo no próprio Estádio da Luz.
A cobrança que fez ao
Benfica e a LFV de alguns dos êxitos que ia obtendo e as novelas por si
protagonizadas, deixaram-me por vezes bastante incomodado e apreensivo. Por
outro lado, proporcionaram-me uma percepção isenta de qualquer emoção ou
afectividade, analisando-o tão sòmente na sua vertente de profissional de bola princepêscamente
pago e no seu comportamento verbal (e corporal) desconcertante e analfabético,
consequências óbvias de um racional subdesenvolvido cujo estadio cultural e
educacional de sessenta anos, pobre e deficitário, custou também muitos amargos
de boca à maioria dos Benfiquistas.
“Tolerá-lo”, foi a
palavra que muitas vezes me ocorreu em face de circunstâncias no mínimo
caricatas.
No entanto, a
determinado momento e por razões óbvias – JJ, foi por várias vezes confrontado
com saídas inevitáveis de vários jogadores-chave quando contava com eles no
plantel, aguentando esses duros embates com resiliência e conseguindo assim,
através de um labor intenso e de um crer e convicção inabaláveis e com a ajuda
do staff Benfiquista, manter a equipa
de futebol em patamares elevados e com uma mentalidade competitiva que lhe
permitiu, quer a nível nacional e europeu alguns sucessos – escrevi neste
espaço e nessa altura delicada que “nunca
morrendo de amores por JJ como treinador do Benfica, evitaria até à sua saída
do Benfica, qualquer elogio ou crítica às suas prestações”. A expressão, “do oito ao oitenta” nunca se tornou tão
significativa e ajustada a um treinador do Benfica como o foi com JJ.
O desfecho desta última
novela sobre mais uma renovação, tinha alguma imprevisibilidade, tal como os
comportamentos de JJ ao longo destes seis anos no Benfica. Quem como ele foi
enxovalhado no Jamor - se calhar pelos mesmos que ainda há bem pouco tempo lhe
cantaram hossanas pelo 34º - e fez de conta que não era nada com ele, estará
sempre pronto para o que der e vier.
Quem como ele colocou o presidente do Benfica entre a espada e a parede,
ameaçando em época passada com a ida para o grémio
do putêdo, ao Freixo, e bem recentemente diz que não seria pelo dinheiro
que haveria entraves à renovação, ou quem como ele, mesmo estando em
negociações com o presidente do Benfica e à socapa se compromete com os talibãs do lagartêdo, rasteirando sem
escrúpulos o seu interlocutor, não me merece respeito nem credibilidade
absolutamente nenhuma.
JJ sai do Benfica pela
porta dos fundos, sem honra nem glória. O seu passado recente apaga-se como
qualquer marca no seu deserto de ideias e actos. Amanhã lembrar-nos-emos da sua
obsoleta playstation, dos famosos
“peaners”, dos quatro dedos ao dono dos
vinténs, das altercações com o azelha
dos oito na Luz, do wrestling com o
polícia do relógio, dos abanões do Tacuara,
dos beijos e abraços com o rei do peido
da Palermo portuguesa e com o Manel Sérgio “Pitágoras”, do bate-boca apalhaçado com o basco mais estúpido que
pisou terras lusitanas, dos xitos que
levou do garotelho pillas-tortas e de
um bitótó que lhe comeu as papas na
cabeça, vergando-o a uma genuflexão inaudita e humilhante no seu campo de
batalha e no derradeiro minuto de uma contenda decisiva.
Sinceramente é isto que
me ocorre quando se aborda a situação actual e os últimos desenvolvimentos da
sua relação com o Glorioso.
Por outro lado, qualquer
um tem o direito de seguir o seu caminho. Mas há algo que faz parte daqueles
que deixam atrás de si um rasto de boas recordações e saudade – a dignidade e a
urbanidade. E como já é do domínio público, essas ficaram a fazer companhia aos
“peaners” e a outras pérolas gramaticais.
Quanto ao pressuposto
“ataque” do lagartêdo, não é para
admirar. É assim desde os primórdios do futebol em Portugal e do nosso Benfica.
Volta, meia volta, lá vêm brunos
pistoleiros, cintras boçais, barrosos maus-fígados,
dias-palitos & restante pandilha
de hipócritas e canalhas, “surripiar” o cofre do Benfica.
Nem aqui há nada de
novo.
Como sempre, lá temos a
“intelectualidade” benfiquista da moda, como arauta da desgraça, tecendo considerandos
de toda a espécie – araújadas, bagãozadas
& pinhoadas a granel, entre outros - tendo como alvo o presidente do
Benfica, recorrendo a chavões velhos e a “estruturas” novas para descortinar possíveis
erros históricos. É assim, a merda mediática
benfiqueira chocalhando nos bolsos de JJ. Outros, estùpidamente atiram-se a
João Gabriel, que ao contrário de muita besta da blogosfera tem sido um defensor incansável e glorioso,
contra-atacando a quadrilha de talibãs que tenta apoucar e achincalhar o
Benfica.
A acompanhar a
“intelectualidade” vêm os teóricos de pacotilha. Esses, tal como o “Bruxo de
Fafe” ou o “mestre Albes do Celse” começam a conjecturar e tentar adivinhar
quem será o “próximo”. A última é a de alguns iluminados, caso seja Rui Vitória
- dizem eles que não gostam do fulano pelas suas atitudes agrestes em relação
ao Glorioso, pelo seu pedantismo, pelas suas fanfarronadas. São os mesmos que
há anos andam a lamber o escroto do JJ, mas que se esqueceram daquilo que ele
fez ao Benfica e dos seus comportamentos antes de entrar na Luz. Mas infelizmente
isto é uma fauna intratável que existe no Benfica e que por mais fumigações que se façam não consegue ser erradicada. E agora, mais que nunca, lá vêm eles outra
vez agarrados a uma irracionalidade igual à que esteve subjacente ao
comportamento de JJ.
Há que saber ter
serenidade e frieza suficientes para esperar pelas decisões de quem tem poder
decisório (passe o pleonasmo). E depois aguardar pela evolução dos
acontecimentos para então se poder fazer uma primeira análise sustentada em
dados concretos.
Só me preocupa um
aspecto – os “segredos”, os “arquivos”, os “conhecimentos” que JJ leva do
Benfica sobre as suas “operações”, as possíveis aplicações noutros lugares, e a
forma como os responsáveis do nosso clube terão de lidar futuramente com esta
questão muito importante.
A sua anunciada ida para
um inimigo moribundo, anti-benfiquista primário e que vive permanentemente
obcecado pela nossa grandeza, cujo rumo e paradigma do seu futebol mudam
consoante o vento e com os investidores de ocasião, é um factor que requererá
de todos os Benfiquistas uma atenção redobrada e uma UNIÃO cada vez maior e mais forte. Nunca a frase “tocar a reunir”
teve tanta importância para nós, como o terá a partir de hoje e durante os
próximos tempos.
E na hora da despedida,
esta é a expressão sentida que para mim tem mais encanto e que daqui lhe envio:
- “Quando lá chegares, manda saudades que é coisa que cá
não deixas!”
Amanhã há mais.