Uns
disseram que foi o Salvio do Benfica, outros alvitraram o Gaspar do Vitória de
Guimarães, quando instados a pronunciarem-se sobre o melhor jogador da final da
Taça de Portugal, edição 2017.
Opiniões
são o que são, nada mais do que isso.
Por
isso e depois de rever o filme de ontem ao fim da tarde, no Jamor, tive de, lamentavelmente,
escolher Hugo Miguel como o protagonista-mor de uma fita que me lembrou outros
tempos.
Bem
poderia titular a película de “O
Salteador falhado do Jamor”, ou mesmo “Um
ladrão à solta no relvado e mais dois na carrinha do vídeo-árbitro”, tais
foram os malabarismos que aconteceram naqueles noventa minutos carregados de
falta de isenção.
Comecemos
pelo fim.
O
desejo de Hugo Miguel esteve bem patente na forma como deu o jogo por
terminado. Fê-lo com o descaramento próprio de alguém que se sentiu impune e
bem escorado pelas entidades respectivas. O penúltimo lance da partida, em que
Samaris nem sequer toca no adversário, permitiu que HM marcasse um derradeiro livre
a favor do V.Guimarães, com o objectivo de a bola sobrevoar a grande área do
Benfica à espera de uma cabeçada ou pontapé milagreiros que enfiassem a bola na
baliza, proporcionando assim um empate que prolongaria o jogo e retiraria a
possibilidade dos Benfiquistas ganharem logo ali o troféu e sabe-se lá, de o
perderem definitivamente. O destino quis que assim não fosse e bastou Ederson
ter agarrado firmemente o esférico para que essa “luminária” do apito desse por
terminado o encontro.
Esta
cena, de um filme dejá vu, desde os
tempos do famigerado Apito Dourado, foi o culminar de uma prestação deplorável,
absolutamente vergonhosa de Hugo Miguel, em tudo semelhante àquela que em Paços
de Ferreira proporcionou o último título aos morcões da Palermo portuguesa, quando transformou uma queda solitária e
simulada de James Rodriguez fora da área em penalty
e expulsão do defesa pacense, oferecendo-lhes de bandeja o primeiro golo,
decisivo para uma vitória absolutamente necessária.
Desde
o início que a falta de isenção foi gritante. A agressividade que os jogadores
vimaranenses colocavam em cada jogada, em muitos casos à margem das leis do
jogo, foi completamente ignorada por Hugo Miguel que de uma forma ostensiva fechou
os olhos a empurrões, a agarrões, a agressões, a truques e violência que ao
longo da primeira parte do desafio garantiram um equilíbrio no marcador. Tudo
isto a par de uma xaropada à minhota
que até provocou que dois jogadores do Vitória, sozinhos, rasgassem as suas
massas musculares, tal a impetuosidade patenteada.
A
jogada que arrumou Fejsa - Marega parecia mais um toiro desembolado a galope e à
solta pela arena fora - foi o exemplo mais evidente de que aquelas correrias doidas
e lances a rasgar, roçando o violento, teriam sempre o beneplácito e a
complacência de HM.
Foi
incrivelmente vergonhoso. A dualidade de critérios foi bem evidenciada na forma
como começou a exibir os cartões amarelos. Grimaldo foi a primeira vítima,
depois de todo aquele espectáculo dado por Hernâni num lance em que o jogador
do Benfica até se encolheu. HM, exibicionista, mostra-lhe sequencialmente três
dos seus dedos, como que lhe dizendo que já tinha sido reincidente três vezes.
Mau, muito mau, tudo aquilo que se ia passando ao longo da primeira parte do
jogo.
Veio
a parte complementar e com ela os dois golos madrugadores do Benfica. Depois, a
gestão do jogo por parte do Benfica, com os seus jogadores a desperdiçarem
oportunidades para uma goleada histórica. Jogo controlado, jogo acabado.
Mas
não, não foi assim. O tridente arbitral não quis ficar de fora do jogo e mandou
o vídeo-árbitro às malvas quando Josué, inadvertidamente faz penalty por mão na bola e Hugo Miguel,
após uma pausa, gesticula, como que dizendo “no passa nada, siga a rusga…”
Por
fim, já com o tempo a escassear, o Vitória de Guimarães lá marca o golo da
esperança. E aí, sim. Aí vimos Hugo Miguel em todo o seu esplendor a empurrar o
Benfica para trás, inclinando o campo o melhor que pôde e soube. O destino
estava traçado e o Benfica soube aguentar aquela pressão final do melhor
jogador em campo – Hugo Miguel.
A
azia foi imensa. O Benfica continua a vencer e a convencer, e isso incomoda
muita gente. Nas TV’s, os tadeias e
os pratas, lagartos frustrados desta vida, bolçaram azedume em barda. Nas
rádios, locutores, comentadores e relatadores quase todos a mesma merda. Até borracholas
de outros tempos, alguns que se dizem benfiquistas?!?, diziam que não tinha
sido nenhum espectáculo por aí além, que o futebol exibido pelo Benfica ao
longo da época não foi do melhor, assim, assado, frito e cozido. É sempre assim
quando o Benfica ganha. Mas o pior de tudo isto foi quando já à noitinha, em
frente à pantalha, vejo e oiço aquela avantesma intelecto-piramidal de um Gobern qualquer, dizendo que Hugo Miguel
tinha feito uma boa arbitragem. O imbecil do guedes sorriu e agradeceu…
Mas
a Taça, essa já cá mora. Tudo o resto são as carpidelas costumeiras da
escumalha anti-Benfica.
GRÃO VASCO