Quando em finais de Agosto, ao saírem em sorte ao Benfica, para a fase de grupos, russos, alemães e franceses, e Jorge Jesus se pronunciou sobre as hipóteses de apuramento de todas as equipas para a fase seguinte, fiquei logo esclarecido e muito, muito apreensivo quanto ao futuro europeu do Benfica a curto prazo.
Enquanto JJ, timorato, se desdobrou em declarações extensas, muito vagas e titubeantes, com múltiplos considerandos, tentando desde logo afastar núvens negras que pudessem aparecer (como apareceram) no caso de insucesso, usando e abusando da referência à primeira prioridade sua, da equipa e do clube, em matéria de resultados desportivos – renovação do título nacional – os seus pares do Bayer, do Zenit e do Monaco nunca esconderam a ambição de atingir a fase das eliminatórias, neste caso os 8ºs-de-final da Champions League. Caso curioso, o facto de nessa altura e mesmo no momento actual, a Europa League nem sequer chegar a ser equacionada por nenhum deles. É sintomático.
Todos os meus leitores sabem, e muito particularmente aqueles que me acompanham aqui há um bom par de anos, que nunca “morri de amores” por JJ. Desde os seus tempos como treinador do Sp. Braga que assim é e assim será por diversos motivos que não vêm agora para o caso. Mas aqueles que possam estar à espera de vê-lo aqui crucificado, que “tirem o cavalinho da chuva”. Não o farei. JJ estará pelo menos até ao fim da época à frente dos destinos da equipa e até lá terá sempre o meu apoio. Tenho o meu espírito crítico em relação a tudo o que tem feito no Benfica, mas guardá-lo-ei só para mim, por uma questão de respeito e defesa intransigente do Clube.
A ressaca de ontem, em termos desportivos, não chega sequer para me provocar insónias e é uma pequena gota de água amarga comparada com o oceano de lágrimas e revolta ocorrido em Turim, na final perdida da Europa League, em Maio passado, e que se constituiu como os dos maiores roubos da história do futebol nas competições da UEFA.
Ontem, em S. Petersburgo aconteceu futebol. Nada mais do que isso.
Poderemos e deveremos equacionar, com alguma preocupação, a variável financeira. No entanto, continuássemos ou não na Europa, o affaire Enzo Pérez seria discutido e dissecado na mesma – aquele em que estão envolvidos os pressupostos e imprescindíveis milhões – e em que os media, especialmente os pasquins, não deixariam de martelar, não só pelo mediatismo que encerra, como também pela estratégia dessa gentalha na tentativa de enfraquecer o plantel do Benfica. Terei alguma curiosidade em ver qual o comportamento desta bicharada, especialmente o pasquim do serpa dos croquetes que deu o argentino como vendido uma dúzia de vezes. Já nem falo na folha pasquineira rasca do record das petas porque a palavra “fracasso” na capa da edição de hoje diz tudo quanto à bastardice useira e vezeira dessa gajada em relação ao Glorioso. Quantas vezes a palavra “fracasso” não teria de ser a parangona de capa para definir o percurso do lagartêdo nos últimos dez anos…
Enfim…, mas uma coisa é certa, certinha. Do meu bolso, nem um cêntimo para essa cambada.
Portanto, não irei nem trilharei caminhos ínvios. Por eles, vão trotando dois ou três canalhas e uma matilha de “bipolares” da blogosfera dita Benfiquista.
Aos “bipolares”, que passam da euforia à depressão num tempo inferior àquele em que o hulk dá uma corrida desenfreada seguida de um pontapé para o pinhal, nada melhor que fazerem uma peregrinação ao Cristo-Rei e lançarem-se bem de lá de cima no vazio, tombando como águias doidas, depenadas. Para os canalhas geracionais, especialmente para dois javardos – shadows e by gb - que como porcos morcões da Palermo portuguesa chafurdam num asqueroso chiqueiro de infâmias, mentiras e insinuações a JJ e ao presidente Vieira – o meu desprezo total e a certeza de que em qualquer vitória ou êxito do Benfica nunca serão benvindos nem dignos de partilhá-los com os Autênticos e os Incondicionais Gloriosos, estes sim, os verdadeiros Militantes Benfiquistas.
Mas não tardará o dia em que essa ralé geracional será devidamente escrutinada em local próprio e definitivamente expurgada dos locais e espaços Gloriosos.
Já esteve mais longe.
Vamos olhar em frente e preparar o futuro, na certeza de que é nos reveses como o de ontem e nos momentos amargos das derrotas que se gera a força incomensurável do Benfica e dos Benfiquistas que projectou e colocou o Clube novamente no patamar que lhe é devido por direito próprio e que muitos quiseram destruir.
Avancemos para Coimbra.
Carrega Benfica!
GRÃO VASCO